São Paulo, domingo, 07 de junho de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Terceiro mandato
"Está ficando cansativo ler diariamente a Folha e a opinião de seus colunistas. Só se fala no bendito terceiro mandato de Lula. Estou começando a crer que a Folha está torcendo pelo terceiro mandato do presidente, ou porque gosta mesmo dele e não assume, ou porque quer que ele cometa esse equívoco para depois o criticar até a morte. Ele já cansou de falar que não quer outro mandato, mas a mídia fica batendo na mesma tecla. Seria bom o jornal dar um tempo e ignorar declarações e notícias sobre o assunto.
Nós, leitores, agradecemos."
GUILHERME FREITAS (São Paulo, SP)

Greve na USP
"O editorial da Folha sobre a greve na USP incomoda ("Moinhos de vento na USP", 6/6). Não discuto as questões políticas envolvidas, mas sim a forma categórica como o jornal afirma que abrir cursos a distância é "desfrutar dos serviços educacionais" da universidade pública. Quantidade raramente caminha ao lado de qualidade. Investe-se em aumentar vagas, mas não em dar melhores condições de trabalho a quem forma os profissionais que deveriam ser os mais qualificados. Por fim, informo que nós, docentes e servidores da "pseudo-USP" em Lorena, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento, não recebemos o reajuste concedido pelo Cruesp, cuja aplicação, pasmem, foi determinada pela Justiça! O secretário-candidato Alckmin, em sua sábia ignorância dos fatos, se cala."
ADILSON ROBERTO GONÇALVES, professor da Escola de Engenharia de Lorena - USP (Lorena, SP)

Voo 447
""Fernando de Noronha é um posto avançado para a operação de resgate do Airbus da Air France."
Era uma das informações trazidas por um telejornal na quarta-feira.
Ao ouvir a notícia, voltei a um tempo da história brasileira em que a mesma ilha era um "posto avançado", mas para operações de guerra.
A estrutura militar atual do Brasil não se aproxima da que existia durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria. Mas as idas e vindas de aviões e navios, com militares e gente do mundo todo, transformaram o dia-a-dia da ilha. Há semelhanças com o que foi vivido quando ela era "um posto avançado na defesa do continente americano".
Talvez a dificuldade para achar os fragmentos do avião e a própria caixa-preta tenha resposta no fato que a região do desaparecimento é depositária ainda de restos de materiais metálicos desse tempo de guerras, que confundem o rastreamento de outros materiais. É torcer que o sinal emitido pela caixa não se perca no fundo de um mar repleto de histórias e tragédias."
GRAZIELLE RODRIGUES, pesquisadora do Centro de Pesquisa Histórica e Cultural (Fernando de Noronha, PE)

Parlamentarismo
"No sistema parlamentarista o mecanismo da moção de desconfiança facilita a substituição do primeiro-ministro. Na prática, a teoria é outra. Estamos presenciando uma série de escândalos envolvendo primeiros-ministros, que resistem a deixar o poder. Metade dos ministros do britânico Gordon Brown renunciou, mas ele não quer sair. Na Itália, Silvio Berlusconi, envolvido em escândalos sexuais e de corrupção, balança, mas não cai. Em Israel, Benjamin Netanyahu resiste às críticas da comunidade internacional, ignorando a pressão de Obama pela solução de dois Estados."
MARCOS ABRÃO (São Paulo, SP)

Judiciário
"A decisão do Ministério Público e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de investigar o Tribunal de Justiça de Alagoas é uma vitória da Justiça contra os marginais de toga.
Esse tipo de investigação precisa ser feito em todos os Estados e mostrar resultados rápidos, em termos de condenações e ressarcimentos, para que possamos limpar o Poder Judiciário de sua banda podre."
JOÃO AUGUSTO MOLIANI (Curitiba, PR)

Educação
"Achei extremamente pertinente as observações do presidente do Conselho Estadual de Educação, Arthur Fonseca Filho (Opinião, 5/ 6), acerca das mudanças nos vestibulares. No entanto, creio que talvez devesse merecer, por parte do senhor, uma análise mais adequada e cuidadosa do ensino estadual (básico) de São Paulo, cujo Conselho preside. Ora, um dos Estados com a pior qualidade de ensino do país, que não preza nem pelas escolhas dos livros que são destinados para as crianças e jovens, não deveria se debruçar tanto na etapa seguinte.
Por piores ou mais injustos e/ou inadequados que possam ser os exames de acesso ao ensino superior, eles poderão ser mais facilmente vencidos por estudantes bem preparados, coisa que não parece ser o que o ensino público de São Paulo vem realizando."
CÉLIA MARIA PIVA CABRAL SENNA (São Paulo, SP)

 

"Com relação ao artigo de Rudá Ricci publicado em 3/6 em Opinião ("Educação básica: qualificação ou "burnout"?"), gostaria de destacar que ele não tocou em um ponto nevrálgico da relação entre alunos e professores: o choque cultural entre esses protagonistas do processo de ensino e aprendizagem motivado pela linguagem, valores e representações sociais. O filme francês citado no artigo, "Entre os muros da escola", tematiza isso, e não a indisciplina dos alunos. Está certa a tese de Rudá: só formação não basta, mas ela é fundamental, não se pode discutir. Mas é urgente discutir: que tipo de formação ajudaria os docentes? A vida acadêmica os aproxima ou os afasta da realidade das escolas? Os cursos de mestrado e doutorado cumprem qual papel na busca de alternativas para a atual situação da educação?"
GRAÇA SETTE (Belo Horizonte, MG)

Obama
"O discurso de Barack Obama no Cairo lembra os de Shimon Peres no período em que o presidente de Israel ainda estava inebriado com o "Novo Oriente Médio" tolerante e cooperativo que despontava no horizonte do imaginário ocidental. Algumas intifadas e guerras depois, a guinada do voto israelense para a direita é apenas um dos sintomas da ressaca que se seguiu à euforia.
Obama acertou em cheio na escolha do campo no qual pretende enfrentar o islã radical: os corações e as mentes dos muçulmanos. É exatamente aquilo que importa para os que perpetraram os atentados de 11 de Setembro. Só que, no terreno escolhido, o ódio aos infiéis do Ocidente ainda fala mais alto do que o charme do presidente americano. E quando a reação vier, esperamos que os Estados Unidos tenham bem mais sucesso do que Israel teve quando arriscou optar pela paz."
JORGE A. NURKIN (São Paulo, SP)

 

"Pode ser protocolar o discurso de Barack Obama, mas ele segue um caminho diferente e corajoso à frente da maior potência mundial.
Num futuro não muito distante poderá ser reconhecido como um dos grandes presidentes dos Estados Unidos de todos os tempos."
MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP)

Metrô
"O metrô tem preocupação com obesos mórbidos e deficientes em geral, mas não teve o mínimo de bom senso para com as pessoas altas. Seus novos trens são baixos demais, e quem é alto tem de andar encurvado para não bater no teto e na parafernália de canos. Nos trens antigos já tínhamos de ter cuidado para não bater a cabeça; nos novos, a situação ficou impossível. Temos de ficar junto às portas, atrapalhando a circulação, e mesmo assim encurvados, depois de nos abaixarmos para poder entrar. Os responsáveis pelos projetos e compras dos trens devem ser anões! É ridículo!"
DENIS SCHAEFER (São Paulo, SP)

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