São Paulo, domingo, 07 de julho de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Educação
"Em resposta à carta "Eleições ("Painel do Leitor", 4/7), gostaria de expor meu posicionamento. Ao aceitar o convite do dr. Paulo Maluf para compor sua equipe de trabalho na postulação do mais alto cargo executivo do Estado de São Paulo, recebo a oportunidade de colocar a serviço do povo paulista a minha experiência como docente e administrador de instituições de ensino. Venho de uma família de professores. Invoco a memória de meu avô e de meu pai, de quem herdei a responsabilidade de conduzir a formação de milhares de alunos ao longo dos últimos 60 anos, para iluminar meu caminho diante desta gigantesca tarefa: reconduzir o ensino paulista ao patamar de qualidade que sua população merece e deseja. O ensino em todo o país sofre com o descaso das autoridades constituídas. A enganosa "progressão continuada", escolhida como bandeira pelo atual governo estadual, trouxe o descalabro à educação com a injustificável desfaçatez de atingir índices de aprovação sem critério -em que, num ciclo de quatro anos, o aluno não é reprovado. A nossa luta é pela emancipação desse país por meio da educação. O nosso Estado -considerado como alicerce na busca do conhecimento devido aos resultados efetivos provocados pelos paulistas e por todos os brasileiros e estrangeiros que aqui aportam- não pode continuar a ser maltratado e humilhado. Em nosso tempo, em que a ferramenta do progresso e da realização pessoal cada vez mais é o ensino de qualidade acessível a todos, a conquista desses ideais não pode ser traduzido por chacotas. Trata-se da construção da cidadania, o que nunca pode ser motivo de riso."
Heitor Pinto Filho, reitor da Universidade Bandeirante de São Paulo (Uniban), presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup) e candidato do PPB a vice-governador paulista na chapa de Paulo Maluf (São Paulo, SP)

Inflação
"Em relação ao texto "Paulistanos têm inflação de 103% no Real" (Dinheiro, pág. B5, 5/7), gostaria de comentar que isso reflete mais ou menos uma inflação média de 1,4% ao mês, sendo que antes do Real tínhamos quase 100% ao mês!"
Caio Figueiredo (Pindamonhangaba, SP)

Espírito Santo, Rio
"O Rio de Janeiro transformou-se num imenso campo de guerra. O que acontece no Espírito Santo é "piquenique" se comparado àquele Estado. Toda a nação sabe disso. Graças aos governos de esquerda, como o PDT, o PSB e, agora, o PT. Quando teremos a intervenção federal no Rio de Janeiro?"
Milton Córdova Junior (Guaraville, DF)

Comércio de teses
"A sra. Carla Oliveira escreveu para este "Painel do Leitor" indignada com os sites que vendem trabalhos e teses pela internet ("Saber à venda", 5/7). Reclama ela de falta de rigor por parte do MEC e da Capes. Creio que haja uma certa contaminação da leitora com o oficialismo e com o furor regulamentatório reinantes em nosso país. Se achamos que quem compra uma tese de mestrado ou de doutorado pode se dar bem em determinada função, estamos na verdade observando que, para a referida função, não há necessidade de qualquer pós-graduação. Nos EUA, qualquer pessoa pode comprar um diploma de Ph.D por US$ 20. E o Ministério da Educação? É simples. Nos EUA não existe Ministério da Educação."
Carlos Antônio Anselmo Guimarães (Curitiba, PR)

Repentistas
"Espero que o curta-metragem de Walter Salles e Daniela Thomas não seja equivocado como as declarações que ela deu à Ilustrada em 4/7 ("Caju e Castanha apresentam curta-metragem com shows", pág. E3). Falar em cultura "endógena" e considerar cantadores e repentistas como uma manifestação "autenticamente brasileira" é não se dar conta da circularidade da cultura, da possibilidade da "contaminação". É negar que a riqueza vem do choque, das influências, das interpenetrações. Os violeiros não seriam um eco dos trovadores? Que por sua vez já não teriam sido influenciados por outras culturas?"
Gilmar de Carvalho, professor do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará, doutor em comunicação e semiótica pela PUC-SP (Fortaleza, CE)

Farmácias
"Concordo com boa parte do que foi escrito no artigo sobre a desobediência à lei nas farmácias ("Tolerância zero nas farmácias", "Tendências/Debates", pág. A3, 4/7). Mas é, no mínimo, uma baita ironia saber que o autor do citado artigo foi durante vários anos presidente da Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica, que de brasileira nunca teve nada, pois sempre defendeu os interesses das multinacionais de medicamentos em detrimento dos interesses do nosso país. No setor de medicamentos, quem mais descumpre a legislação é a indústria multinacional, que utiliza todos os meios possíveis para vender seus produtos. E aí vale tudo, desde o monopólio até práticas de sedução -com valiosos brindes, viagens, patrocínio de congressos, sorteios de prêmios aos balconistas das farmácias e permanente lobby na Vigilância Sanitária para que seja retirada a tarja vermelha dos produtos. Enfim, ficaria menos ridículo se o sr. Bandeira de Mello vestisse a carapuça e pedisse que a tolerância zero começasse pela indústria de medicamentos."
Rilke Novato Públio, diretor do Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais (Belo Horizonte, MG)

PT-PL
"Nada mais louvável na política nos últimos tempos do que o ato da senadora Heloísa Helena. Recusar-se à aliança com o PL foi de uma dignidade sem tamanho. Apesar de o Diretório Nacional ter perdido a cabeça, atitudes como essa mostram que ainda há ideologias dentro do partido "amadurecido"."
Guilherme Chiurciu Alpendre (São Paulo, SP)

Bancos
"O vice-presidente de Assuntos Corporativos do Grupo Santander Banespa, Miguel Jorge, em seu artigo "A rede de proteção social" (Dinheiro, pág. B2, 3/7) faz um balanço bastante favorável ao governo FHC. Convenhamos. Só mesmo o executivo de um banco estrangeiro beneficiado pela atual política econômica para enxergar virtudes do governo FHC justamente na área social. Área em que até o candidato oficial, José Serra, promete fazer mudanças caso seja eleito. Preocupado apenas em citar dados que poderiam ser vistos como positivos pelo leitor, Miguel Jorge "se esqueceu" de mencionar o aumento do desemprego, a queda de 21% na renda dos trabalhadores que tiveram a sorte de ainda estar empregados, o crescimento brutal da violência, o ressurgimento da dengue e outras "conquistas sociais" dos últimos oito anos. É compreensível que não tenha se "lembrado" do desemprego e da queda na renda dos trabalhadores, pois o grupo para o qual trabalha já demitiu mais de 14.000 brasileiros desde que chegou ao país e, recentemente, congelou a complementação dos aposentados e pensionistas do Banespa por três anos."
Airton Donizete de Goes (São Paulo, SP)

Em defesa da paz
"O que as organizações em defesa da paz farão pelo injustiçado José Maurício Bustani?"
Luiz Sales do Nascimento (Santos, SP)



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