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São Paulo, segunda-feira, 07 de julho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

MST
"Li, estarrecido, o artigo "A cartola da intolerância", de Aloizio Mercadante (pág. A3, 4/7), em que o senador pelo Estado de São Paulo ignora fatos, menospreza a luta diária dos "com-terra" e tenta se alinhar aos mais pobres, dando a entender que está fora da privilegiada casta dos 20% mais ricos da população. Ignora que a agricultura e a pecuária nacionais, diferentemente de outros setores, em que a especulação campeia, são o que sustenta a estabilidade do real; que é o trabalho sofrido dos "com-terra" que permite mitigar a fome dos brasileiros e ainda contribuir de modo expressivo para o superávit comercial; que a distorção na distribuição da renda nacional não tem origem no campo, mas sim nas catastróficas políticas econômica e financeira praticadas por várias correntes (inclusive a atual) que assumiram a administração federal."
Júlio Cláudio de Alvarenga Diniz
(Belo Horizonte, MG)

"Por que é que os Bornhausen e "Aleluias" da vida não se indignam da mesma forma com o coleguinha de Parlamento e partido, Inocêncio Oliveira, que teve um muito mal explicado flagrante de trabalho escravo em uma de suas fazendas? Não há critica que prevaleça sobre a condição moral de quem a profere. E, afinal, quem nasceu primeiro, os "Inocêncios" ou os "Stediles'? Aliás, haveria "Stediles" se não houvesse "Inocêncios'?"
Celso Balloti
(São Paulo, SP)

"O Brasil vive uma celeuma porque o presidente Lula vestiu um boné do MST. O PSDB quer até a "CPI do Boné". Quem fica indignado com essa atitude também deveria ter reclamado quando Lula visitou a Febraban e foi aplaudido pelos banqueiros. A questão dos absurdos juros praticados no Brasil é ponto pacífico. Então, por que não reclamar quando alguém do governo petista vai se reunir com a nata dos especuladores? Tanto os sem-terra quanto os banqueiros se apropriam de bens dos outros. A única diferença entre eles é a forma como tomam para si esses bens. Uns juntam dezenas de miseráveis (alguns nem tão miseráveis) e fazem invasões de terras. Já outros montam lindas agências, cheias de computadores modernos, pagam juros baixíssimos para seus clientes e cobram juros estratosféricos dos seus devedores, além de gozarem de polpudos benefícios concedidos pelos governos, principalmente o de FHC."
Evandro Monteiro Kianek
(Santo André, SP)

Espetáculo
"De que o Lula está deslumbrado com o poder ninguém discorda. Haja visto a visita das garotas do É o Tchan! Mas, daí a achar que está promovendo um "espetáculo do crescimento" na mesma semana em que Palocci declara que estamos em recessão já é demais. É chegada a hora (tardia?) de trazer o nosso presidente para a realidade do país. Senão, daqui a pouco, com a chegada do fim do ano, Lula achará que é Papai Noel e sairá por aí prometendo mais fantasias, o que provocará uma revolta sem fim na população empobrecida."
Rodrigo Borges de Campos Netto
(Brasília, DF)

"Outra frustração! Depois de seis longos meses esperando o feijão brotar para assistir ao "espetáculo do crescimento", na semana passada o jornal dizia que ficará para o próximo ano. Para um governo que prometeu milagres, é muito estranho esse atraso; afinal, as mulheres grávidas da campanha de Duda Mendonça já pariram e suas crianças devem estar famintas."
Maria Eloiza Rocha Saez
(Curitiba, PR)

Armas
"Gostaria de parabenizar o sr.Miguel Reale Júnior pelas palavras que escreveu sobre a venda ilegal de armas no país ("Imperativo de saúde pública", pág. A3, 5/7). Tenho certeza de que a grande maioria do povo brasileiro acredita na possibilidade de ser banida a venda de armas. Eu gostaria também de discordar da sra. Denise Frossard acerca do que escreveu sobre o mesmo assunto. Uma pessoa que diz que é a favor da venda de armas não tem amor nem à própria vida. Ou será que os filhos da senhora vão de carro blindado à padaria da esquina comprar pão, ou andam com seguranças dia e noite?"
Leonardo Zani
(Mongaguá, SP)

Presentes
"A reportagem sobre os presentes recebidos por dona Marisa ("Presentes de Marisa abrem discussão ética", Brasil, pág. A8, 6/7) deixou-me decepcionado e mais descrente ainda quanto à possibilidade de melhoria dos costumes dos nossos governantes. Ela está repetindo o mau exemplo de certa ex-primeira dama do governo militar que usava o avião presidencial para vir fazer compras em São Paulo. Entendi, também, por que dona Marisa não descobriu até agora o quanto desgasta a instituição da Presidência sua presença constante e desnecessária em atos oficiais. Ser-lhe-á de grande utilidade se, na próxima visita ao Rio de Janeiro, dona Marisa for ao Palácio do Catete, hoje Museu da República, para ver os poucos presentes que Getúlio Vargas recebeu e lá deixou, porque assim exigia sua ética pessoal. Aliás, Dona Darcy Vargas, cuja obra social a tornou credora da admiração e do respeito dos brasileiros do seu tempo, é, sem dúvida, melhor exemplo a ser seguido."
Elias da Costa Lima
(São Paulo, SP)

"A Folha está se superando! Espero, sem surpresa, que inaugure um caderno especial para, na sanha insaciável de denegrir o governo Lula, dar vazão à crítica que mais cabe aos invejosos. Nunca vi coisa semelhante, no jornalismo sério brasileiro, à mesquinha página A8 da edição de ontem. Senhores, permitam que coisas como a que publicaram na página mencionada -creio que num cochilo editorial- sejam exploradas somente pelas revistas de frivolidades explícitas."
Cesar Luiz da Silva Pereira
(Curitiba, PR)

Independência
"Lendo sobre a visita do ator Arnold Schwarzenegger às tropas americanas no Iraque, no dia 4 de julho, em comemoração à declaração de Independência dos EUA, aproveitei a ocasião para reler o histórico documento da declaração. O texto afirma que um povo, ao romper os laços que o unem a outro, deve, por um "justo respeito à opinião dos homens, declarar as causas desse gesto". Passados 227 anos, a ex-colônia liderou a ex-metrópole numa guerra ilegal ao Iraque, em flagrante desrespeito à "opinião dos homens". A imposição inglesa de um governo militar e o acampamento de suas tropas em território americano foram citados como motivos para a independência. Hoje, os EUA impõem um governo militar ao Iraque, além de estacionarem lá tropas de ocupação "em grande número". Por comemorar o 4 de Julho nessas condições, proponho que o apelido de Schwarzenegger seja, de agora em diante, "o exterminador do passado"."
Maurício Del Giudice
(Rio de Janeiro, RJ)

Estréia desastrada
"Foi com extrema petulância que o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, reagiu às críticas do deputado alemão no Parlamento Europeu, afirmando ser este a pessoa perfeita para o papel de comandante de um campo de concentração nazista num filme. Essa foi a mais clara evidência de que a União Européia deve reagir com ceticismo ao exercício do poder do premiê nessa instituição, que, no momento, procura reunificar as idéias das nações componentes, fragmentadas após a Guerra do Iraque."
Luís Felipe Vendramim
(Piracicaba, SP)

Educação
"Achei excepcional o artigo do prof. Ives Gandra Martins sobre o ensino universitário no Brasil (Pág. A3, 6/7). Creio que nossos governantes devem analisar profundamente a relação entre os diversos ministérios e as entidades privadas do setor da educação, cujas valiosas contribuições para a nação são tão bem exemplificadas nesse texto."
Tatiana V. Araujo
(São Paulo, SP)



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