São Paulo, sexta-feira, 07 de julho de 2006

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PAINEL DO LEITOR

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Patrimônio de Lula
"A Receita deveria cruzar as datas de aquisição dos imóveis e as aplicações, porque fica difícil acreditar que Lula não gaste nada de sua renda, algo em torno de R$ 13.500. É como se o apartamento de São Bernardo do Campo não tivesse despesa com condomínio, luz, IPTU e empregada e como se o presidente Lula não comprasse nada. Quero entender essa mágica do presidente e aplicá-la em casa."

UBIRATÃ CALDEIRA (São Bernardo do Campo, SP)

"A evolução patrimonial do presidente Lula desde 2003, de 98,4%, não chega a impressionar quando comparada à que o atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, obteve entre 1994 e 1998 -de 316%. Não custa lembrar que, naquele período, Kassab exerceu mandato de deputado estadual e foi secretário por um ano e três meses da conturbada gestão de Celso Pitta na Prefeitura de São Paulo. Como o doutor Rodrigo César Rebello Pinho, procurador-geral de Justiça de São Paulo, nada viu de errado no crescimento dos bens de Kassab, tanto que arquivou a investigação, não vejo por que a evolução do patrimônio de Lula mereça ficar sob suspeita."

FABIO SILVA SANTOS (São Paulo, SP)

"A manchete "Patrimônio de Lula dobra na Presidência" (Primeira Página de ontem) induz o leitor a erro de interpretação, pois dá a entender que o presidente aumentou o patrimônio pessoal de forma escusa. Mas o patrimônio de Lula é compatível com os seus rendimentos e com os benefícios (moradia, alimentação, transporte etc.) inerentes ao cargo que ocupa por delegação popular. Além disso, não é a notícia mais importante do dia para estampar a capa de um grande jornal de circulação nacional. A manchete está mais para capa de panfleto de campanha eleitoral."

ADRIANO BARDOU MARTINS (Curitiba, PR)

Presos
"É aviltante, asquerosa e criminosa a forma como a Secretaria da Administração Penitenciária trata os detentos do Centro de Detenção Provisória de Araraquara. A reportagem de ontem ("Preso içado pelo teto expõe caos em prisão", Cotidiano, pág. C1) revela todo o desprezo dessa instituição pelos presos, que são tratados feito cachorros sarnentos. Superlotação (ou seria "overlotação'?), comida jogada pelo teto, içamento de gente, falta de luz, de médicos, de visitas e de perspectiva... Nem canil abandonado fica assim. Se fossem cachorros, a Sociedade Protetora dos Animais ou alguma ONG já teria invadido e salvado os animais. Mas lá não. O governo do Estado prefere cercar a cadeia, soldar a porta de entrada e barrar a entrada da OAB e de órgãos de direitos humanos. Está querendo inaugurar uma nova forma de auto-gestão prisional de baixíssimo custo ou quer que todos os detentos morram porque é mais barato? Essas práticas nefandas lembram Guantánamo e Abu Ghraib. E agora estão acontecendo aqui pertinho."

DÉCIO HENANDEZ DI GIORGI (São Paulo, SP)

O leilão da CTEEP
"Em resposta ao artigo "O mau negócio da CTEEP" (Dinheiro, 5/ 7), do senhor Luís Nassif, o governo do Estado de São Paulo julga-se no dever de corrigir alguns equívocos dos comentários do articulista que podem levar a interpretações errôneas sobre o exitoso leilão de venda do controle acionário da CTEEP. Cumpre esclarecer que o valor pago, de R$ 1,19 bilhão, se refere apenas ao bloco de controle da companhia, que foi objeto de venda no leilão, equivalente a aproximadamente 21% do capital total (31,3 bilhões de ações ordinárias), e não a 36% do capital total, conforme apresentado no artigo. Dessa forma, fazendo a análise da relação preço/lucro (P/L) exclusivamente para as ações vendidas pelo Estado, como o lucro da companhia em 2005 foi de aproximadamente R$ 468 milhões, a participação vendida pelo Estado representa um lucro de aproximadamente R$ 98 milhões. Como tal participação foi vendida por R$ 1,19 bilhão, a relação P/L fica em 12 vezes, e não em seis vezes, como foi informado no artigo. Adicionalmente, com base no critério de "tag-along" estabelecido na Lei das S.A., o valor a ser pago pela totalidade das ações ordinárias será de aproximadamente de R$ 2,1 bilhões, representando 42% do capital total da CTEEP. Em relação ao múltiplo de EBITDA, e de acordo com práticas de mercado para apurar o valor implícito do múltiplo pago pelo novo controlador nesse caso da CTEEP, no qual ao valor das ações é adicionado o valor da dívida líqüida da companhia, chega-se a um múltiplo de aproximadamente dez vezes o EBITDA registrado pela companhia no ano de 2005, e não de 3,7 vezes, conforme informado pelo colunista. Diferentemente do que foi colocado pelo colunista, o leilão de desestatização da CTEEP foi muito bem-sucedido, tendo contado com um elevado nível de interesse por parte dos compradores, considerando que 12 interessados foram pré-qualificados para participar do leilão, dos quais seis depositaram a garantia, três corretoras se postaram no local para a entrega das propostas e duas entregaram os envelopes. As duas propostas apresentadas foram de operadores especializados no setor de transmissão de energia elétrica, com ágios de aproximadamente 38% e 58%. Por fim, no que concerne ao julgamento da apelação pelo Supremo Tribunal de Justiça de uma pendência entre a Eletrobrás e a Eletropaulo, na avaliação, tanto do corpo jurídico da empresa como do escritório de advocacia que assessorava o governo de São Paulo na venda da CTEEP, o risco jurídico foi considerado de valor zero. Opinião provavelmente compartilhada pelos advogados dos dois proponentes."

MÁRCIA DE JESUS, assessora de imprensa da Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Luís Nassif - 1. Conforme retificação publicada ontem na coluna, a participação do Estado é de 36%. Mas a parcela vendida foi de 21%, correspondente ao bloco de controle, o que muda a relação P/L. 2. Havia duas pendências que afastaram candidatos ao leilão: o caso Eletrobrás-Eletropaulo e o passivo potencial dos aposentados, que pode chegar a R$ 1,5 bilhão.

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