São Paulo, segunda-feira, 07 de julho de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Lei seca
"Enquanto o Sindicato de Bares e Restaurantes, na contramão do bom senso, faz campanha para que motoristas que bebam tenham o direito de dirigir seus automóveis, as estatísticas apontam uma diminuição de 19% no número de atendimento a vítimas de acidentes de trânsito nos hospitais públicos já no primeiro final de semana após a chamada lei seca entrar em vigor.
A argumentação de que a tolerância zero para motoristas alcoolizados irá gerar desemprego em setores que exploram o consumo de bebidas é tão oportuna quanto seria a indústria de automóveis reclamar que o mesmo impedimento está desestimulando o uso de seus produtos. Ninguém está proibido de beber, assim como ninguém está proibido de dirigir: somente os mal-intencionados insistem em desfrutar ambas funções ao mesmo tempo."
JORGE SCHWEITZER (Rio de Janeiro, RJ)

 

"Compartilho da opinião do professor Luiz Flávio Gomes acerca do exagero cometido pela lei seca (2/7, pág. A3). Esta funcionará como mero paliativo. É uma medida inócua, ineficaz, para "tapar o sol com a peneira". O mais plausível seria a utilização do bom senso, da lógica do razoável. Não se pode tratar questão de tamanha seriedade com técnicas de pirotecnia e intolerância."
GUILHERME TENO CASTILHO MISSALI (São Paulo, SP)

 

"É de comemorar a manchete "Lei seca reduz número de acidentados, diz governo" (Folha, 5/7). A reportagem diz que o atendimento às vítimas de acidentes de trânsito caiu 19% em três hospitais estaduais da cidade de São Paulo. De imediato podemos imaginar quantas vidas e dramas já foram poupados neste curto intervalo de tempo: menos mutilados, menos órfãos, menos sofrimentos, mais qualidade de vida para muita gente. Talvez agora seja mais justo dizermos que trata-se de uma "Lei Pró-Vida"."
AURELIO LUIS DA SILVA (Franca, SP)

 

"Quem sabe assim como foi com o cinto de segurança, a fiscalização rigorosa consiga levar a uma mudança comportamental que todas as campanhas de "se beber não dirija" não conseguiram. Mas acho uma vergonha que em uma cidade como São Paulo não exista quase nenhum transporte público funcionando à noite para nos dar mais opções."
DANIEL KERR (São Paulo, SP)

Pará
"Até 5/7 já havia 32 bebês mortos na maior maternidade do Pará. E sabem quem toma conta da saúde no Pará? O PMDB! Por força desses acordos políticos que loteiam o serviço público em troca de apoio, a governadora Ana Júlia Carepa (PT) entregou a saúde ao PMDB. Coincidência ou não, as mortes dos bebês aumentaram em progressão geométrica. A maioria das famílias não comparece aos enterros porque não possui dinheiro para as despesas geradas com a morte dos filhos. Os que comparecem são obrigados a pagar R$ 12,50 para colocar os pequenos corpos nas covas rasas destinadas aos bebês mortos. Morreram deitados em um berço público, sem esplendor nem assistência médica, inocentes, sem raiva nem rancor. Não tiveram tempo de sentir o carinho da família. São todos bebês mortos a sangue frio, sem chance de defesa. Não devem ter chorado."
WILSON GORDON PARKER (Nova Friburgo, RJ)

Educação
"Correta a iniciativa do ombudsman da Folha, ao tratar da forma agressiva como foi feito o noticiário sobre a greve dos professores, reduzindo-a ao empecilho ao trânsito e aos transtornos causados à população. Muitos professores e alguns dos sindicatos que os representam são passíveis de críticas, mas, como bem diz o articulista, a greve deveria ser, mesmo que por linhas tortas, uma chance para que as reais dificuldades pelas quais passam os docentes e a educação fossem levadas ao grande público. Os problemas levantados com muita propriedade pelo ombudsman são bons temas para o início da discussão."
MARLI PEIXOTO FERNANDES (São Paulo, SP)

Racismo
"Excelente a resposta do ator Milton Gonçalves (como deputado corrupto Romildo Rosa na novela "A Favorita") em 6/7. Se o papel interpretado pelo ator está incomodando alguns, o autor da novela pode comemorar. É sinal de que as coisas neste país precisam mudar: a ética e a dignidade precisam ser resgatadas, ainda que para isso sejam necessárias interpretações através da arte. Quando a arte imita a vida e causa mal-estar é um sinal também de que os tempos são outros, que as pessoas conseguem enxergar o passado e dele tirar grandes lições."
IZABEL AVALLONE (Alto da Boa Vista, SP)

Cotas
"O Senado aprovou projeto que institui que 50% das vagas nas escolas técnicas e de universidades federais sejam destinadas a alunos que fizeram todo o ensino médio em escolas públicas. Pela proposta, essas vagas serão divididas segundo a proporção de negros e índios do Estado. Segundo a Funai, em 2001 os índios eram 0,2% da população total. Já segundo estudo do IBGE de 1998, declararam-se pretos 3%, e negros, 2,92%. Por que eles não podem estudar como todos os não beneficiados por cotas, que arduamente se preparam por anos a fio até conseguirem uma vaga? Onde estão os direitos destes? Onde?"
MARLI MIRA HOELTGEBAUM (São Paulo, SP)

Indústria
"O artigo de Marcos Lisboa ("Vícios públicos, benefícios privados", 6/7) é um ótimo exemplo de que "contra argumentos não há fatos". Se a intenção do economista era ressaltar o triunfo do "empreendedorismo individual" sobre os "incentivos de Estado" no desenvolvimento tecnológico das nações, sua escolha da história da aviação indica uma abismal desinformação.
Se há uma indústria que só pôde sobreviver no século 20 à sombra do Estado é a aeroespacial: Boeing, Airbus e Northrop-Grumann -para não mencionar a própria Embraer- só existem hoje devido a décadas de isenções de impostos, contratos governamentais e pesados subsídios. De fato, ao contrário do que gostaria de nos persuadir o ilustre economista, não há país desenvolvido do mundo no qual os saltos tecnológicos se deram sem pesada intervenção do governo, em combinação com a indústria local."
RAUL ABRAMO (Cotia, SP)

Internet
"Diz-se que "quem tem a informação tem o poder". Com o apagão da Telefônica pudemos ver claramente que estamos nas mãos dos estrangeiros. Ontem foram as telecomunicações, amanhã será a energia elétrica, os medicamentos e os alimentos. Isso é desenvolvimento ou a recolonização do Brasil?"
HAMILTON FIORAVANTI (Valinhos, SP)

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