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São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Previdência
"Não tem nenhuma procedência a reportagem "Governo acena com verbas e cargos para aprovar reforma" (Brasil, pág. A4, 5/8). Portanto cumpre esclarecer o seguinte: 1) diferentemente do que informa o texto ao afirmar que "a promessa do Planalto é liberá-las ao longo das próximas semanas", as liberações de verbas vêm acontecendo normalmente desde o início do ano, de acordo com cronograma que obedece a critérios de prioridade de obras que já estavam em andamento -várias delas já em fase de conclusão; 2) o Planalto não dispõe de R$ 2 bilhões para atender emendas de parlamentares. Os dados corretos do Orçamento são públicos e podem ser obtidos nos ministérios; 3) o mesmo se aplica às nomeações, cujos critérios já foram exaustivamente tratados pela imprensa, inclusive pela Folha. A composição do governo federal com os partidos e com a sua base aliada é definida com base em critérios técnicos, de avaliação de competência e capacidade para os cargos, que estão sendo preenchidos desde o início do ano, de acordo com as necessidades da administração federal. O governo do presidente Lula tem-se pautado pela transparência e pela conduta ética."
Telma Feher, assessora especial da Casa Civil da Presidência da República (Brasília, DF)

Nota da Redação - A Casa Civil prometeu a liberação de emendas ao Orçamento a deputados de todos os partidos que se queixam da lentidão da liberação. Os R$ 2 bilhões realmente não são verbas do Palácio do Planalto, mas recursos do Orçamento da União, de 2002 e de 2003, cuja execução financeira é monitorada pelo Planalto no que se refere a emendas parlamentares.

Saúde
"Como é triste ver o governo gastando seu precioso tempo em reuniões e mais reuniões com as empresas do setor automobilístico! É certo que essas empresas empregam milhares de pessoas e são grandes pagadoras de impostos, mas e a saúde pública? Quanto a esse item, temos um ministro mais preocupado com medicamentos do que com a consulta. Mais preocupado com genéricos do que com as cirurgias, com os partos, com os transplantes e com o combate às doenças crônicas. Infelizmente, a saúde dos nossos hospitais privados (responsáveis por mais de 50% do atendimento do SUS), bem como a dos planos de saúde, está péssima. Provavelmente não resistirá até o fim do mandato Lula. Aí, de que adiantará carro novo e medicamentos baratos para toda uma saúde debilitada?"
Leonardo Macedo Bosco (Belo Horizonte, MG)

Cena
"A cena é histórica. A foto estampada na Primeira Página em 6/8 causa perplexidade e reflexão. Manifestantes -possivelmente funcionários públicos- queimando a bandeira do Partido dos Trabalhadores."
Hugo Frederico Vieira Neves, servidor público federal (Florianópolis, SC)

Filosofia
"Quero parabenizar a filósofa Marilena Chaui (Brasil, pág. A10, 3/8) por sua lição de sabedoria em relação às reivindicações sociais, que a elite dominante, com o apoio da mídia, quer designar de crise ou de desordem social com o objetivo de alienar ou manipular a classe média brasileira. O problema da violência urbana e todas as mazelas do país têm como causas principais a desigual e brutal distribuição de renda, bem como os governos e a mídia, que sempre estiveram a favor da classe dominante."
Cristiane Paiva (São José dos Campos, SP)

Armas
"Dias atrás, nascia o estatuto do desarmamento. Só o cidadão estará privado de mais um de seus direitos -o direito à vida-, por absoluta falta de meios para exercê-lo. Não se acaba com a violência por decreto. O fim do porte de armas, infelizmente, não significa nem o fim da violência nem o da corrupção. O uso de armas brancas continua livre. Agora, com certeza, irá aumentar. Eu pergunto: será que os seguranças que cercam o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh também vão deixar de portar armas? Ao contrário do que ele afirma, acho que agora é que a farra da bandidagem vai começar."
Turíbio Liberatto (São Caetano do Sul, SP)

Muros
"Separando o México de suas antigas terras -Califórnia e Texas-, ora pertencentes aos EUA, altos muros, cercas eletrificadas e uma polícia fortemente armada recebem à bala os candidatos a atravessar a fronteira por motivos puramente financeiros: busca de trabalho. No mundo todo, pessoas que queiram conhecer a terra do Tio Sam devem conseguir um visto após serem pessoalmente entrevistadas. Como podem, então, os EUA se opor à construção de um muro de segurança em Israel para evitar a entrada de homens-bomba -que tantos danos já causaram aos civis de Israel e à própria causa palestina? Será que as fronteiras de Israel devem ser sempre uma "casa da sogra", a qual qualquer um pode cruzar carregado de explosivos? É isso que os "pacifistas" deveriam defender?"
Zalman Girtman (São Paulo, SP)

Pacifismo
"Gostaria de agradecer à Folha pelo serviço prestado pelo colunista Nelson Ascher em seu artigo de 4/8 ("Cuidado com os pacifistas", Ilustrada). Acabei de mudar meus planos de férias. Em vez de passar duas semanas na França, resolvi conhecer o interior de Dakota do Norte. Temendo ser atacado por perigosos pacifistas franceses e ser obrigado a assistir a tediosos filmes de arte ou impossibilitado de saborear as delícias do MacDonald's, respirei aliviado ao vislumbrar duas emocionantes semanas no Meio-Oeste dos Estados Unidos. Lá poderei caminhar livremente pelas ruas, exibindo com orgulho minha camiseta com a estampa de George W. Bush, manifestando-me a favor da ocupação libertadora do Iraque, empanturrando-me de hambúrgueres e assistindo aos essenciais "blockbusters" do verão americano. Enfim, saboreando as delícias da verdadeira democracia."
Cláudio J. Adas (São Paulo, SP)

TV
"Foi com surpresa que a TV Globo leu no caderno Cotidiano, em 1º/8, reportagem que associa a não-exibição do documentário "Falcão - os Meninos do Tráfico" no "Fantástico" de domingo passado a desentendimentos quanto à edição do material. A reportagem chega a dizer que a "Globo não quis se pronunciar sobre a questão da edição". Na quinta-feira, a emissora divulgou nota sobre o assunto na qual esclarece que a autorização para a exibição fora suspensa por MV Bill e por Celso Athayde, que atribuíram a decisão a motivos de foro íntimo. Na nota, a emissora esclarece que a edição final do material foi feita "sempre com a supervisão e a concordância de MV Bill e de Celso Athayde". Com a nota, a emissora divulgou ainda, além do contrato firmado com os dois, cartas enviadas por ambos aos diretores de jornalismo em que saudavam a parceria. Tais documentos, recebidos integralmente pela Folha, esclarecem exaustivamente a inexistência de problemas referentes à edição, o que parece ter sido ignorado pela reportagem do jornal."
Luis Erlanger, diretor da Central Globo de Comunicação (Rio de Janeiro, RJ)


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