São Paulo, sábado, 07 de agosto de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Universidade
"Gostaria de cumprimentar os professores Alfredo Bosi, Hernan Chaimovich e João Steiner pelo artigo "Universidade e democracia" ("Tendências/Debates", pág. A3, 5/8). Finalmente vejo um texto lúcido sobre o importante momento que vive a universidade pública paulista e a Universidade de São Paulo em particular."
Oswaldo Baffa Filho, Departamento de Física e Matemática da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto -USP (Ribeirão Preto, SP)

 

"Como docente da Universidade de São Paulo, causou-me indignação a leitura do artigo "Universidade e democracia" devido ao tom autoritário e parcial do texto quanto ao que realmente ocorreu ao longo dos dias de greve nesta universidade. Em primeiro lugar, não concordo com a "pouca participação de docentes, alunos e funcionários", que, embora tenha variado de unidade para unidade, foi bastante representativa de modo geral, haja vista a quantidade enorme de reuniões setoriais e assembléias gerais realizadas ao longo de toda a greve, nas quais as discussões transcenderam em muitos pontos a questão salarial. Em segundo lugar, o artigo omite a maior violência de todas, que foi a intransigência inexplicável dos reitores das três universidades públicas ao manterem o reajuste salarial de 0% ao longo de quase todo o período da greve, não obstante a crescente arrecadação do ICMS no período. Sem falar no fato de que nenhum dos reitores se juntou às nossas reivindicações na Assembléia Legislativa por mais verbas para a educação, tampouco se pronunciaram a favor delas, omitindo-se, assim, estranhamente nesta luta mais ampla por melhores condições de ensino para a população em geral. Limitaram-se a criticar ações isoladas de estudantes e de funcionários, estas tão pouco representativas do que foi o nosso movimento."
Cristiane Maria Cornelia Gottschalk, professora-doutora do Departamento de Filosofia da Educação da USP (Cotia, SP)

Portugal
"Sou leitor da Folha desde 1999 e, desde que voltei a Lisboa, em 2002, assino a versão do jornal na internet. Tenho acompanhado e tolerado, nestes quase cinco anos como leitor da Folha, por diversas vezes, a forma insultuosa como a senhora Barbara Gancia se refere à comunidade portuguesa no Brasil e aos portugueses em geral. Sempre me pareceu haver um problema qualquer de ordem pessoal da jornalista para com tudo o que se relaciona com Portugal e com os portugueses -e que não posso perceber ou tentar explicar. Na edição de 30/7 (nota "Imaginário", Cotidiano), ela diz: "Se existe um espião português, deve haver toureiro sudanês, sambista suíço e candomblé no Kansas". Não é o pior que já foi publicado, mas já chega. Se as opiniões da senhora Barbara Gancia sobre Portugal e os portugueses fossem simplesmente tendenciosas, desprovidas de rigor jornalístico/científico, mal-educadas e xenófobas (e são todas essas coisas), isso atingiria somente a autora e a Folha, a esta por tolerar tal comportamento em profissionais do seu quadro. Mas a senhora Barbara Gancia é uma jornalista conceituada, colunista do maior jornal de língua portuguesa e, por tal, uma formadora de opinião, de quem se exige comportamento isento e profissional, honestidade intelectual e uma conduta ética livre de suspeição. Gostaria de saber se a Folha vai pedir desculpas ou prestar algum esclarecimento aos portugueses sobre esse lamentável episódio e à comunidade portuguesa no Brasil."
Miguel Saavedra (Lisboa, Portugal)

Jornalismo orientado
"Gostaria muito de saber a opinião do jornalista Ricardo Kotscho, que faz parte do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, sobre o tal Conselho Federal de Jornalismo que o alto comissariado quer criar para "orientar e fiscalizar" a profissão ("Lula quer conselho para fiscalizar jornalismo", Brasil, pág. A11, 6/8). Kotscho, que sempre se pautou pela ética e pela postura digna de defender a liberdade de imprensa no Brasil, deve, salvo engano, estar muito incomodado com essa questão."
Keko Ribeiro (São Paulo, SP)

 

"Apesar das críticas feitas anteriormente por Luiz Gushiken à mídia, continuam sendo divulgadas notícias desfavoráveis ao governo, especialmente sobre casos que envolvem membros da administração. Será que a proposta de criação do Conselho Federal de Jornalismo é uma evidência de que a liberdade de imprensa incomoda o governo democrático do PT?"
Odilon O. Santos (Marília, SP)

Militância
"Sobre o artigo "Marta e os visitadores" (Opinião, pág. A2, 2/8), esclarecemos que, historicamente, o ponto forte das campanhas do Partido dos Trabalhadores sempre foi a militância. Nesta eleição, acontece o mesmo, mas desta vez com o apoio de material impresso e um melhor planejamento. Há um grande número de filiados em toda a cidade trabalhando para a campanha da prefeita Marta Suplicy e também para a campanha de nossos 61 candidatos a vereador. Parte dessas pessoas contribui em suas horas vagas. Outras trabalham em tempo integral, recebendo uma pequena ajuda de custo. Por fim, informo que o número de visitadores e o suposto salário que eles recebem são informações de responsabilidade da autora, uma vez que não condizem com a realidade."
Ítalo Cardoso, presidente do Diretório Municipal do PT e coordenador da campanha de Marta Suplicy à reeleição (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Renata Lo Prete - O artigo teve o cuidado de utilizar a estimativa mais conservadora de salário dos visitadores contratados pela campanha do PT em São Paulo, R$ 500. Há pessoas que relatam estar recebendo até R$ 800 por mês para exercer a função. Quanto ao número de visitadores, são hoje cerca de 4.000, conforme registrou o texto.

Deputados candidatos
"Em relação à reportagem "Deputados-candidatos usam verba oficial para se promover" (Brasil, 2/8), informo que o vídeo produzido pelo meu mandato sobre a região Transamazônica, no Pará, foi exibido em sessão solene na Câmara Federal e em audiências com órgãos públicos e com o presidente da República com o objetivo de sensibilizar o governo federal para que investisse recursos na recuperação e na conservação da rodovia BR-230 e das estradas vicinais, únicas vias de acesso para dentro e para fora da região. Essas estradas apresentam grandes trechos intrafegáveis, sobretudo no período chuvoso. Além disso, em meu mandato foram realizadas ações políticas em junho e em julho passado -das quais participou uma caravana formada por agricultores, empresários, movimentos sociais e parlamentares- que resultaram, entre outros benefícios para a região, na liberação de R$ 20 milhões para a conservação e a recuperação da rodovia. Canalizar para o Parlamento os anseios de toda uma região e buscar transformá-los em efetivas ações de governo é o mínimo que minha consciência me manda fazer diante do compromisso que assumi com as pessoas que depositaram em mim a confiança de resgatarmos a região da situação de abandono em que se encontra há mais de três décadas."
Zé Geraldo, deputado federal -PT-PA (Brasília, DF)


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