São Paulo, quinta-feira, 07 de novembro de 2002

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A VITÓRIA DE BUSH

O presidente George W. Bush e o Partido Republicano obtiveram uma significativa vitória nas eleições da última terça-feira para o Congresso e para governos estaduais. Os republicanos conseguiram não só manter como ainda ampliar sua maioria na Câmara e também retomaram o controle sobre o Senado. Nos governos estaduais, os democratas foram bem, chegando a ganhar posições, mas os republicanos mantiveram Estados importantes como o Texas e a Flórida.
A vitória republicana torna-se ainda mais significativa quando se considera que o partido que controla a Casa Branca quase sempre perde assentos na Câmara e no Senado nas eleições que ocorrem na metade do mandato presidencial. Até então, essa tendência só havia sido interrompida duas vezes na Câmara -e ambas por democratas: Franklin Roosevelt, em 1934, e Bill Clinton, em 1998. No Senado, o fenômeno é menos incomum. Conseguiram ampliar suas posições, por exemplo, John Kennedy (democrata), em 1962, e Richard Nixon (republicano), em 1970.
Bush pode comemorar algumas vitórias pessoais. Ele se empenhou nesta campanha bem mais do que presidentes costumam fazê-lo. Chegou a ser advertido, por assessores, de que poderia prejudicar sua imagem se os republicanos não se saíssem bem no pleito. O presidente também ajudou a reeleger seu irmão mais novo, Jeb Bush, governador da Flórida, numa disputa delicada.
Uma vitória tão contundente e incomum se explica em parte pelo fato de a gestão Bush ter sido marcada por um evento extraordinário, o 11 de setembro, que ainda produz efeitos. Bush segue com uma popularidade atipicamente alta para presidentes em meio de mandato, e os democratas falharam na tentativa de levar a má situação da economia para o centro do debate. A partir de agora, com maioria nas duas Casas, Bush terá ainda mais liberdade para implantar sua agenda, seja na política externa seja na economia. Se as coisas caminharem bem, colherá os frutos; caso contrário, será o grande responsável.


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