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Batalhas por tecnologia
A ONDA de glamourização
internacional do Brasil é
apenas o mais novo modismo acalentado por financistas
esfolados durante a crise? Ou estamos de fato no início de um novo ciclo de desenvolvimento?
Isso dependerá da capacidade
do parque produtivo local de inovar e crescer pela absorção de
segmentos de maior intensidade
tecnológica.
Vai nesse sentido a notícia de
que a General Electric pretende
instalar no Brasil um centro de
pesquisa e desenvolvimento. O
gigantesco conglomerado industrial, que produz de turbinas de
avião a complexos equipamentos médico-hospitalares, possui
apenas quatro desses centros de
inovação no mundo: nos Estados
Unidos, na Alemanha, na China e
na Índia.
A perspectiva de crescimento
da economia brasileira -com
suas carências em infraestrutura
e a nova fronteira de exploração
de petróleo submarino- parece
aguçar a busca por lucros da multinacional norte-americana.
É uma pena que raciocínio semelhante ainda não tenha atraído para o Brasil grandes fábricas
de produção e desenvolvimento
de componentes microeletrônicos. O forte impulso recente no
consumo de celulares, TVs digitais e microcomputadores transformou o mercado brasileiro
num dos maiores do mundo nesse segmento -e fez explodir o
deficit comercial no setor.
Investimentos desse porte, decerto, não dependem apenas da
pujança do mercado doméstico.
Há uma disputa internacional
entre governos para atraí-los,
uma espécie de "guerra fiscal"
em escala global. A administração Lula, na época da controversa adoção do padrão japonês para a TV digital, insinuava que, em
contrapartida, japoneses instalariam no Brasil uma fábrica de semicondutores. Mais de dois anos
se passaram e nada aconteceu.
Recentemente, o governo voltou a alimentar rumores de que
negociações com empresas interessadas em fabricar componentes eletrônicos no país estavam
em curso. É esperar para ver.
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