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NOTA BAIXA
A queda na popularidade da
prefeita Marta Suplicy (PT)
-que, segundo a mais recente pesquisa do Datafolha, atingiu seu pior
nível desde o início do mandato-
tem sido comumente explicada por
um conjunto de fatos "negativos"
emanados da municipalidade neste
início de 2003. A análise, embora
correta, pode estar incompleta. São
perceptíveis fatores de desgaste que
perduram ao longo do tempo.
Comparada a outros quatro prefeitos de São Paulo dos quais o instituto
dispõe de avaliações, Marta Suplicy
ocupa uma posição mediana. Com
os seus 45% de "ruim/péssimo", é
menos impopular, aos dois anos e
três meses de mandato, do que Celso
Pitta (71%) e Luiza Erundina (51%) e
mais impopular do que Janio Quadros (33%) e Paulo Maluf (27%).
Aumentos e criação de impostos e
taxas, concessão de uma lamentável
anistia para imóveis irregulares, explosões frequentes de greves nos
transportes (ontem mesmo foi deflagrada mais uma delas) são fatos que
certamente influenciaram a degradação da imagem da atual gestão diante dos paulistanos. Não parece ter sido à toa que a perda de popularidade
da prefeita tenha sido acentuada na
faixa mais escolarizada e de maior
renda -estrato de pessoas mais informadas e afetadas pela taxa do lixo,
por exemplo.
Vista em perspectiva, porém, a impopularidade da prefeita (medida pelo nível de "ruim/péssimo") descreve
uma trajetória relativamente homogênea já há algum tempo. Desde a
sondagem realizada em junho de
2001, ela não baixa do patamar dos
35%, exceção feita à pesquisa que
coincidiu com o período eleitoral do
ano passado.
Mesmo tendo sido exacerbada por
um conjunto de notícias "negativas"
neste primeiro trimestre, pode-se
conjecturar que haja uma tendência,
de mais longo prazo, que vem sustentando a impopularidade de Marta
Suplicy num nível relativamente alto.
Para quem cogita de reeleger-se, essa
certamente não é uma boa notícia.
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