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São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2003

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NOTA BAIXA

A queda na popularidade da prefeita Marta Suplicy (PT) -que, segundo a mais recente pesquisa do Datafolha, atingiu seu pior nível desde o início do mandato- tem sido comumente explicada por um conjunto de fatos "negativos" emanados da municipalidade neste início de 2003. A análise, embora correta, pode estar incompleta. São perceptíveis fatores de desgaste que perduram ao longo do tempo.
Comparada a outros quatro prefeitos de São Paulo dos quais o instituto dispõe de avaliações, Marta Suplicy ocupa uma posição mediana. Com os seus 45% de "ruim/péssimo", é menos impopular, aos dois anos e três meses de mandato, do que Celso Pitta (71%) e Luiza Erundina (51%) e mais impopular do que Janio Quadros (33%) e Paulo Maluf (27%).
Aumentos e criação de impostos e taxas, concessão de uma lamentável anistia para imóveis irregulares, explosões frequentes de greves nos transportes (ontem mesmo foi deflagrada mais uma delas) são fatos que certamente influenciaram a degradação da imagem da atual gestão diante dos paulistanos. Não parece ter sido à toa que a perda de popularidade da prefeita tenha sido acentuada na faixa mais escolarizada e de maior renda -estrato de pessoas mais informadas e afetadas pela taxa do lixo, por exemplo.
Vista em perspectiva, porém, a impopularidade da prefeita (medida pelo nível de "ruim/péssimo") descreve uma trajetória relativamente homogênea já há algum tempo. Desde a sondagem realizada em junho de 2001, ela não baixa do patamar dos 35%, exceção feita à pesquisa que coincidiu com o período eleitoral do ano passado.
Mesmo tendo sido exacerbada por um conjunto de notícias "negativas" neste primeiro trimestre, pode-se conjecturar que haja uma tendência, de mais longo prazo, que vem sustentando a impopularidade de Marta Suplicy num nível relativamente alto. Para quem cogita de reeleger-se, essa certamente não é uma boa notícia.


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