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São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Guerra
"Diferentemente do que informou a nota "Não é piada" ("Painel", Brasil, pág. A4, 6/4), a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional aprovou séria e unanimemente o parecer do senador Tasso Jereissati (PSDB) ao meu requerimento, assinado por mais de dez senadores, que propõe ao papa João Paulo 2º que reúna os principais líderes religiosos do mundo -em Bagdá, preferencialmente, ou, se não for possível, em Washington ou em Londres- para conclamar as nações envolvidas no conflito a encontrarem uma solução pacífica para o caso. A proposição foi aprovada dois dias antes da audiência, dia 3/4, com a embaixadora Donna Hrinak, durante a qual informei sobre o requerimento que será objeto de deliberação do plenário do Senado hoje."
Eduardo Matarazzo Suplicy, senador -PT-SP (Brasília, DF)

 

"Parece de extrema ingenuidade a carta de César Figueiredo publicada ontem nesta seção. Compara uma guerra estúpida e de interesses e eficácia muito duvidosos a uma necessária "guerra" contra o crime organizado em nosso país. Imagine-se os EUA entrando em nosso país, alheios à nossa vontade, destruindo o crime organizado (e boa parte do país) e, por mera casualidade, apossando-se da bacia de Campos. Parece ótimo, não?"
Waldir Lisboa Rocha Filho (São Paulo, SP)

 

"Dois séculos depois do general Custer, seus "descendentes" utilizam o mesmo regimento, o 7º de Cavalaria, atacam e cercam uma outra tribo em outro continente para tomar território e se apossar de suas riquezas."
Guilhobel A. Camargo (Curitiba, PR)

 

"Ontem vi em São Paulo uma faixa com os seguintes dizeres: "Os EUA querem o petróleo. Os judeus querem as terras". Esse é um exemplo de um erro perigoso, gerador de discriminação, que vem ocorrendo com cada vez mais frequência no Brasil e no mundo: a confusão entre a religião judaica e o Estado de Israel. Eu sou judeu, mas nem por isso estou de acordo com as decisões do governo israelense. Nasci no Brasil e muito me orgulho disso. Jamais atentei contra qualquer pessoa devido ao seu credo ou religião e tenho certeza de que não sou exceção. Ser judeu é um exercício de fé e de tradição, independentemente de termos ou não um Estado. Tolerância e respeito são valores que aprendi no meio judaico em que vivo."
Danny Abensur (São Paulo, SP)

Sacro autoritarismo
"Em pleno século 21, o homem é obrigado a deparar com cenas do período medieval. O massacre e a bestial truculência do Vaticano contra os gays é um trágico exemplo disso. Embora a humanidade tenha obtido êxito em sua luta para separar a igreja do Estado, o Vaticano continua a se comportar como se ainda estivéssemos nos séculos das trevas, quando o clero se arrogava o direito de interferir nos assuntos internos dos países e no comportamento das pessoas."
Darcy de Mattos (Niterói, RJ)

Apagão do lixo
"O único aspecto positivo do vazamento tóxico em Cataguases (MG) é retratar os futuros apagões de lixo nos aterros sanitários de nossas cidades, onde são despejadas enormes massas de detritos sólidos na progressão geométrica de um consumismo absolutamente predador e fatal. Simultaneamente, o não-reaproveitamento direto dos 50 tipos de plástico (25% a 30%) que estruturam ou embalam a maioria dos produtos de consumo atuais, ao serem misturados aos detritos orgânicos (45% a 50%) e químicos, transformam-se em verdadeiros "mata-borrões da maldade", vazando densas cargas tóxicas nos lençóis freáticos e contaminando definitivamente as maiores reservas subterrâneas mundiais -as do Brasil! É pela acumulação progressiva que os apagões de lixo serão futuras Cataguases submersas. Se cada micro ou média unidade de coleta seletiva urbana for equipada com máquinas reaproveitadoras de todos os tipos de plástico, estes serão reutilizados para a melhoria das próprias edificações e dos bairros."
Sérgio Prado, diretor-presidente da ONG Verdever (São Paulo, SP)

Advocacia
"O artigo "Em defesa da advocacia" ("Tendências/Debates", 7/4), do doutor Rubens Approbato Machado, não é apenas uma peça de defesa -e da melhor qualidade- da advocacia brasileira. É também manifesto de exaltação à própria cidadania, pois esta não existe onde não há respeito às garantias individuais contra o poder estatal -dentre as quais o direito à ampla defesa. Medidas de repressão penal adotadas contra as normas legais e as garantias constitucionais são atos de exceção, incompatíveis com o Estado democrático de Direito. O desrespeito aos princípios garantidores dos cidadãos não pode ser admitido nem mesmo a pretexto do combate à violência e à criminalidade."
Eduardo Pizarro Carnelós (São Paulo, SP)

 

"O ilustre presidente da OAB, doutor Rubens Approbato Machado, deveria buscar no Legislativo a aprovação de leis mais severas para os advogados corruptos ou corruptores e para aqueles que são apanhados tentando entrar com celulares e armas nos presídios. Penas severas também deveriam ser aplicadas àqueles que se apropriam indevidamente de valores de seus clientes. Quando o profissional esclarecido -como é o advogado- comete crime, deve ser punido exemplarmente e com muito mais rigor do que o mero "batedor de carteiras". O presidente da OAB alega haver prática "ilegítima e ilegal de "revista" do advogado" ao entrarem nos presídios. Mas ele se esquece de que tais "revistas" são meras respostas às crescentes denúncias de que advogados funcionariam como "pombos-correios" de criminosos."
Emerson Nicolau Kulek (Curitiba, PR)

Classificação política
"Gostaria de manifestar meu veemente repúdio às conotações racistas e à classificação política inconsistente contidas na nota "Animação" (coluna de Mônica Bergamo, Ilustrada, pág. E2, 3/4). É desrespeitoso e inaceitável classificar um chefe de Estado como ditador. Seria conveniente saber em que base tal juízo de valores foi feito e também se outros chefes de Estado, especialmente de países não-árabes, iriam merecer a mesma classificação por parte da coluna em questão. Era de esperar que um jornal respeitável como a Folha e que uma jornalista talentosa como a titular da coluna levassem em consideração a capacidade da mídia de difundir e influenciar a opinião pública. Infelizmente, neste caso, o público foi levado a conclusões enganosas através de rótulos errôneos e de comentários maliciosos sobre a visita do filho de um chefe de Estado árabe, como se somente os citados na coluna fossem os únicos fatos que merecessem divulgação."
Saeed Hamad Aljunaibi , encarregado de negócios, chefe da missão, Embaixada dos Emirados Árabes Unidos (Brasília, DF)

Previdência
"A Folha tem publicado vários textos a respeito da Previdência, mas parece-me que falta ao debate uma apreciação sobre instituições de Previdência de empresas ligadas ao Estado que apresentam resultados espetacularmente bons. Refiro-me aos casos da Previ e da Petros, entidades riquíssimas, que chegam a disputar com gigantes da economia nacional e estrangeira o controle acionário de grandes empresas. Penso que deveriam aparecer na Folha artigos que explicassem como é possível a um mesmo Estado gerir um INSS de forma a levá-lo à falência e, ao mesmo tempo, dar condições para que empresas -em que ele é o maior acionista- possam ter uma previdência que, além da capacidade de pagar pensões e aposentadorias de bom nível, tem recursos para investir em grandes e sadias empresas privadas."
Fabio Ravaglia (São Paulo, SP)


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