São Paulo, quarta-feira, 08 de abril de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Dilma
"Em respeito à inteligência dos leitores, e para amenizar os danos à imagem e à honra da ministra Dilma Rousseff, aceitei a proposta do editor deste "Painel do Leitor" para escrever uma nova carta, num espaço exíguo, mas sob o compromisso de publicação na íntegra.
Segundo seu editor, o "Painel do Leitor" só publica cartas inéditas, e a que enviei, ainda no domingo, mas não publicada na edição de segunda-feira, como seria de esperar de um jornal sério, já repercutiu reproduzida em outros veículos de imprensa, cuja leitura recomendo.
Para os leitores que tiverem interesse, dou três endereços: www.paulohenriqueamorim.com.br, http://colunistas.ig.com.br/luisnassif e www.zedirceu.com.br. Sob o título geral "Grupo de Dilma planejou sequestro de Delfim Netto" (Brasil, 5/4), a Folha utilizou-se de uma entrevista por telefone a uma jovem repórter. Lamento que o maior jornal brasileiro use a fonoportagem, o lamentável e preguiçoso vício da "investigação" por telefone.
Segundo os editores, o sequestro de Delfim Netto em 1969 "chegou a ter data e local definidos". A que hora e em que local, então, ocorreria? A Folha não informa. O mais grave: acusa a ministra pela ação, lançando uma sórdida anticampanha contra a sua virtual candidatura a presidente. É possível que Dilma, pelas suas tarefas na organização, sequer tenha sido informada sobre o levantamento realizado. Entretanto, a edição oportunista transformou um não fato do passado (o sequestro que não houve) num factoide do presente (o início de uma sórdida campanha), que vai desacreditar ainda mais o jornal da "ditabranda".
Esclareço que Dilma pertencia, sim, à VAR-Palmares, e era uma militante séria, corajosa e humana, mas que era uma militante somente com ação política, ou seja, sem envolvimento em empreendimentos armados. E digo isso com a autoridade de quem era o responsável pelo setor militar da organização, assumindo a responsabilidade política e moral pelas iniciativas da VAR-Palmares.
Por isso, desafio a Folha a esclarecer todos os pontos nebulosos da reportagem de domingo e a publicar a íntegra da entrevista, de mais de três horas, para que os leitores a comparem com a imundície publicada, que constitui um dos momentos mais tristes da liberdade de imprensa e uma vergonha para a imprensa brasileira."
ANTONIO ROBERTO ESPINOSA, jornalista, doutorando em ciência política pela USP (São Paulo, SP)

Resposta da repórter Fernanda Odilla - A reportagem não afirmou que Dilma Rousseff planejou o sequestro de Delfim Netto. Trouxe, sim, declarações do ex-dirigente da VAR-Palmares, que, pela primeira vez, assumiu que o plano existia e que ele foi seu coordenador. À Folha, Espinosa disse que, no final de 1969, todas as tarefas (as "políticas" e o "foco guerrilheiro") da VAR "eram do comando nacional", citou três vezes Dilma Rousseff como um dos cinco integrantes desse colegiado e, indagado pela Folha em diferentes momentos, afirmou que "os cinco sabiam" do plano de sequestro e que "não houve nenhum veto" deles à ideia. Todas as suas declarações estão gravadas. Na entrevista, Espinosa informou que o sequestro ocorreria num sítio no interior de São Paulo em dezembro de 1969 -informação que reiterou, com mais detalhes, em posterior troca de e-mails com esta repórter.

Nota da Redação - A primeira carta do missivista chegou à Redação às 21h58 do domingo; o "Painel do Leitor" fecha às 20h.

 

"Achei muito importante a iniciativa da Folha de entrevistar a ministra Dilma Rousseff. Ao ler a entrevista notei que, embora conceitos mudem, a ética, a determinação e a integridade permaneceram intactas."
UEZE ZAHRAN, presidente da Copagaz (São Paulo, SP)

Ônibus
"É extremamente revoltante o tom ameaçador utilizado pelas empresas na reportagem "Empresas de ônibus ameaçam piorar serviço" (Cotidiano, ontem). O transporte público paulista já é sucateado. O que mais poderia piorar?
Alguém já somou a arrecadação diária do transporte? São R$ 2,30 multiplicados por 4,5 milhões de passageiros.
Se a Secretaria de Transportes não entrar num acordo que favoreça as duas partes, quem pagará pela má qualidade do transporte paulistano será o próprio paulistano. E com essa realidade estonteante ainda vemos propaganda municipal incentivando o uso do transporte público para evitar a poluição e os engarrafamentos.
Quem tem coragem de deixar o carro em casa para andar em sucatas lotadas e que cobram valores absurdos?"
JOÃO PEDRO PERETTO (São Paulo, SP)

 

"Pergunto como as empresas de ônibus farão para piorar o serviço em São Paulo."
MAURICIO SHIRAKAWA (São Paulo, SP)

Doações
"Parabenizo Paulo Skaf pela coragem e sinceridade que vem demostrando ao longo destes anos, sempre coerente e muito lúcido em suas colocações ("Civismo sim, hipocrisia jamais!", "Tendências/Debates"). Como diz o ditado popular: "Quem não deve não teme"."
GIULIANO CHADDOUD (São Paulo, SP)

 

"O texto do senhor Paulo Skaf parte de um grave e equivocado pressuposto: o de que as pessoas jurídicas têm o dever ou o direito de participar do processo eleitoral.
Segundo a Constituição Federal, o poder emana do povo (art. 1º, parágrafo único), conceito esse que não abarca as empresas.
Enquanto não se adota o financiamento exclusivamente público de campanhas, melhor seria que se vedassem as doações de pessoas jurídicas e se limitassem as das físicas a um dado valor fixo e igual para todos. Empresas não têm interesses ou ideologia além da busca do lucro, coisa legítima no capitalismo.
O que não se pode é atribuir-lhes a tarefa de influenciar a escolha dos governantes.
As doações com base no rendimento, como são aqui, criam escalas inaceitáveis entre os cidadãos. Alguns, mais ricos, têm mais força para participar do processo eleitoral. Enfim, como Stendhal alertava, a hipocrisia de nada serviria se não fosse oculta."
FERNANDO GASPAR NEISSER, advogado (São Paulo, SP)

Esporte
"É uma vergonha a situação pela qual as medalhistas olímpicas Ketleyn Quadros, judoca, bronze em Pequim, e Maurren Maggi, saltadora, ouro em Pequim, estão passando, com dificuldades para obter patrocínio. O Brasil tem de olhar mais para outros esportes, e não ficar apenas focado no futebol.
Temos de dar valor para esses atletas guerreiros, que lutaram para trazer medalhas para o nosso país e sofrem com a não valorização de seus esportes."
YASMIN DE SOUZA RIBEIRO (Araçariguama, SP)

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