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Editoriais
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Um ano sem fumaça
Em vigor há um ano, é positivo
o balanço da lei estadual paulista
nº 13.541, que praticamente baniu
o fumo dos espaços de uso coletivo públicos e privados.
Em primeiro lugar, não se materializaram os temores de representantes de bares e restaurantes que
previam forte redução no número
de frequentadores, o que levaria a
falências e demissões no setor.
Na verdade, de acordo com uma
enquete informal feita pela Folha,
que ouviu 60 estabelecimentos de
diferentes regiões da cidade, a
maioria dos proprietários hoje
aprova a nova legislação.
Mais importante, o banimento
do chamado fumo passivo tende a
ter um importante impacto positivo sobre a saúde pública e vem
sendo adotado em várias cidades
e até países do Primeiro Mundo.
Nos últimos anos, surgiram indícios convincentes de que a fumaça é bem mais letal para terceiros do que se acreditava. Estudos
realizados na Inglaterra, no Piemonte e na Escócia, por exemplo,
mostraram reduções significativas nas hospitalizações por ataques cardíacos -de 2,4%, 11% e
17%, respectivamente- depois
que foram adotadas regras semelhantes à paulista.
O fumo, é sempre oportuno dizê-lo, representa um dos mais graves problemas sanitários da humanidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o
tabagismo provoque a cada ano,
em escala global, a morte de 5,4
milhões de pessoas. É mais do que
a Aids (2 milhões), o álcool (1,8 milhão) e a malária (1 milhão) juntos.
Cabe, é claro, lembrar que o tabaco é um produto legalizado. O
adulto que deseje fumar tem o direito de fazê-lo. Apenas cabe ao
poder público impedi-lo de impingir a fumaça tóxica a quem não fez
a escolha de ser fumante.
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