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Debate
O melhor do debate veio depois, com Cláudio W. Abramo na
Folha de ontem. Sob o título "Presente fictício, futuro estático",
Weber define com precisão e inteligência os candidatos a presidente: "... são reacionariamente situacionistas; tanto faz quem seja eleito". Estamos diante de pessoas diferentes só na aparência, que miram um passado medíocre para
prometer um futuro, talvez, menos ruim.
ALVARO ABRANTES CERQUEIRA (Muriaé, MG)
Quem assistiu ao debate da
Band viu que o Plínio de Arruda
Sampaio teve melhor desempenho que os demais; estes foram
supercautelosos e, segundo o
Plínio, foram parceiros em ideias
absolutamente iguais. Foi verdade; ora, não há por que não ser
convidado para o debate da Folha. Protesto. Em tempo: não vou
votar no Plínio, que tem propostas inadequadas a meu ver, mas,
em nome da democracia, não é de
ser excluído pelo jornal, pois o
candidato "bate de frente" com os
demais.
RAYMUNDO DE PASCHOAL (São Paulo, SP)
O debate trouxe à tona uma
realidade brasileira: ausência de
programas de governo. Tivemos
apenas a oportunidade superficial de verificar as boas e más intenções dos candidatos.
Sem o saudosismo dos mais
velhos, as personagens envolvidas no processo eleitoral estão
bastante distantes dos líderes e
oradores natos que enriqueciam
os confrontos de ideias.
Os debatedores se enquadraram nos perfis do despreparo,
realidade abstrata, repetitivos e
sonhadores. Nada de objetividade. Estamos diante da angustiante realidade: longe do candidato
ideal, realista e inovador.
HUGO MAIA FILHO (São Paulo, SP)
Em morno debate, os presidenciáveis praticaram um sonolento "bate e rebate". Serra, mesmo sendo um dos mais desinibidos, revelou-se mero "defensor
dos frascos e comprimidos". Dilma, atrapalhada e tomada de um
certo rubor, não sabia se olhava
para a câmera ou para o seu interlocutor. Marina, em estranho
balancê, oscilava entre o presente no PV e seu passado no PT.
Enfim, no debate desenxabido,
Plínio, "o velho" (tal como o oficial e historiador romano), mostrou-se o mais aguerrido.
TÚLLIO MARCO SOARES CARVALHO (Belo Horizonte, MG)
Código Florestal
Mais triste do que a infeliz proposta do deputado Aldo Rebelo é
o artigo do professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite ("Espinoza
e a legislação florestal", "Tendências/Debates", 5/8).
A questão da biodiversidade e
da proteção de nossos rios, já tão
poluídos e assoreados, não se limita a uma "pura geometria" e a
uma questão aritmética e instrumental de produção de nossos
fármacos. A biodiversidade não
só é uma necessidade para o
equilíbrio de nossos ecossistemas como também é condição
para uma dimensão ética e estética dos humanos e de todos os
seres vivos do planeta.
Pelos mesmos avanços da
ciência, citados no artigo, é possível conciliar, sem prejuízos
econômicos, a produção da agricultura familiar, secularmente
excluída, com a preservação de
nossas florestas. Possivelmente,
Espinoza, se fosse vivo, não
aprovaria essa devastadora mudança no Código Florestal.
RAUL ISIDORO PEREIRA, doutor em arquitetura e urbanismo (São Paulo, SP)
Irã
A iraniana Sakineh está fadada a morrer com 99 chibatadas e
cem pedras, fazendo um apelo
pungente para que seu filho não
assista a seu apedrejamento. O
que se pede não é muito, já que a
pena física -que o Brasil infelizmente ainda conhece, a despeito
de não ser prática legal- já foi
aplicada: 99 chibatadas, mas
sem pedras. É o pedido de uma
cidadã brasileira que apoiou a
posição de seu governo quando
das recentes tratativas referentes
ao acordo nuclear assinado entre
Brasil, Turquia e Irã.
ADRIANA GRAGNANI, advogada (São Paulo, SP)
Córneas
Parabenizo a Folha pelo constante interesse em mostrar matérias relacionadas a oftalmologia
na seção Saúde.
Na edição do dia 4 de agosto,
porém, fiquei chocado ao ler a matéria "País joga fora 51% das córneas doadas", pois como participante do processo de transplantes
discordo dessa manchete. O "jogar fora" a que a matéria se refere
nós chamamos de descarte, pois,
diferente do suposto destino que
foi dito, o lixo, as córneas que são
captadas e são descartas são utilizadas, na maioria dos casos, para
pesquisa (desenvolvimento de novas tecnologias) e aprendizado.
Além disso, num país em que
não temos uma cultura bem formada a respeito da doação de órgãos, dizer que as doações são jogadas no lixo, a meu ver, sepulta
qualquer margem para a discussão e tentativa de conscientização
da população sobre o trabalho dos
bancos de olhos e centros de
transplante de nosso país.
Faço votos de que as matérias
publicadas prezem pelo esclarecimento e informação para a construção de um debate crítico nos lares, e não no sentido de descaracterizar um trabalho árduo realizado pelas equipes de transplantes.
OTAVIO AUGUSTO LONDERO DOS SANTOS, médico residente em oftalmologia (Uberlândia, MG)
Eleição
Nos anos 70, durante a ditadura, os que a apoiavam e serviam
diziam que o povo brasileiro não
sabia votar, o que, para a esquerda da época, era uma declaração
absolutamente inaceitável.
Hoje, em 2010, quando vejo
um indivíduo como Joaquim Roriz liderando as pesquisas de intenção de voto no Distrito Federal, compreendo que, sim, o povo brasileiro ainda não sabe votar. Mas os bajuladores e servidores da ditadura omitiam, certamente deliberadamente, uma
verdade muito simples: só pelo
voto se aprende a votar.
HERBERT LUIZ BRAGA FERREIRA (Manaus, AM)
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