São Paulo, domingo, 08 de agosto de 2010

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PAINEL DO LEITOR

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Debate
O melhor do debate veio depois, com Cláudio W. Abramo na Folha de ontem. Sob o título "Presente fictício, futuro estático", Weber define com precisão e inteligência os candidatos a presidente: "... são reacionariamente situacionistas; tanto faz quem seja eleito". Estamos diante de pessoas diferentes só na aparência, que miram um passado medíocre para prometer um futuro, talvez, menos ruim.
ALVARO ABRANTES CERQUEIRA (Muriaé, MG)

 

Quem assistiu ao debate da Band viu que o Plínio de Arruda Sampaio teve melhor desempenho que os demais; estes foram supercautelosos e, segundo o Plínio, foram parceiros em ideias absolutamente iguais. Foi verdade; ora, não há por que não ser convidado para o debate da Folha. Protesto. Em tempo: não vou votar no Plínio, que tem propostas inadequadas a meu ver, mas, em nome da democracia, não é de ser excluído pelo jornal, pois o candidato "bate de frente" com os demais.
RAYMUNDO DE PASCHOAL (São Paulo, SP)

 

O debate trouxe à tona uma realidade brasileira: ausência de programas de governo. Tivemos apenas a oportunidade superficial de verificar as boas e más intenções dos candidatos.
Sem o saudosismo dos mais velhos, as personagens envolvidas no processo eleitoral estão bastante distantes dos líderes e oradores natos que enriqueciam os confrontos de ideias.
Os debatedores se enquadraram nos perfis do despreparo, realidade abstrata, repetitivos e sonhadores. Nada de objetividade. Estamos diante da angustiante realidade: longe do candidato ideal, realista e inovador.
HUGO MAIA FILHO (São Paulo, SP)

 

Em morno debate, os presidenciáveis praticaram um sonolento "bate e rebate". Serra, mesmo sendo um dos mais desinibidos, revelou-se mero "defensor dos frascos e comprimidos". Dilma, atrapalhada e tomada de um certo rubor, não sabia se olhava para a câmera ou para o seu interlocutor. Marina, em estranho balancê, oscilava entre o presente no PV e seu passado no PT. Enfim, no debate desenxabido, Plínio, "o velho" (tal como o oficial e historiador romano), mostrou-se o mais aguerrido.
TÚLLIO MARCO SOARES CARVALHO (Belo Horizonte, MG)

Código Florestal
Mais triste do que a infeliz proposta do deputado Aldo Rebelo é o artigo do professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite ("Espinoza e a legislação florestal", "Tendências/Debates", 5/8).
A questão da biodiversidade e da proteção de nossos rios, já tão poluídos e assoreados, não se limita a uma "pura geometria" e a uma questão aritmética e instrumental de produção de nossos fármacos. A biodiversidade não só é uma necessidade para o equilíbrio de nossos ecossistemas como também é condição para uma dimensão ética e estética dos humanos e de todos os seres vivos do planeta.
Pelos mesmos avanços da ciência, citados no artigo, é possível conciliar, sem prejuízos econômicos, a produção da agricultura familiar, secularmente excluída, com a preservação de nossas florestas. Possivelmente, Espinoza, se fosse vivo, não aprovaria essa devastadora mudança no Código Florestal.
RAUL ISIDORO PEREIRA, doutor em arquitetura e urbanismo (São Paulo, SP)

Irã
A iraniana Sakineh está fadada a morrer com 99 chibatadas e cem pedras, fazendo um apelo pungente para que seu filho não assista a seu apedrejamento. O que se pede não é muito, já que a pena física -que o Brasil infelizmente ainda conhece, a despeito de não ser prática legal- já foi aplicada: 99 chibatadas, mas sem pedras. É o pedido de uma cidadã brasileira que apoiou a posição de seu governo quando das recentes tratativas referentes ao acordo nuclear assinado entre Brasil, Turquia e Irã.
ADRIANA GRAGNANI, advogada (São Paulo, SP)

Córneas
Parabenizo a Folha pelo constante interesse em mostrar matérias relacionadas a oftalmologia na seção Saúde.
Na edição do dia 4 de agosto, porém, fiquei chocado ao ler a matéria "País joga fora 51% das córneas doadas", pois como participante do processo de transplantes discordo dessa manchete. O "jogar fora" a que a matéria se refere nós chamamos de descarte, pois, diferente do suposto destino que foi dito, o lixo, as córneas que são captadas e são descartas são utilizadas, na maioria dos casos, para pesquisa (desenvolvimento de novas tecnologias) e aprendizado. Além disso, num país em que não temos uma cultura bem formada a respeito da doação de órgãos, dizer que as doações são jogadas no lixo, a meu ver, sepulta qualquer margem para a discussão e tentativa de conscientização da população sobre o trabalho dos bancos de olhos e centros de transplante de nosso país.
Faço votos de que as matérias publicadas prezem pelo esclarecimento e informação para a construção de um debate crítico nos lares, e não no sentido de descaracterizar um trabalho árduo realizado pelas equipes de transplantes.
OTAVIO AUGUSTO LONDERO DOS SANTOS, médico residente em oftalmologia (Uberlândia, MG)

Eleição
Nos anos 70, durante a ditadura, os que a apoiavam e serviam diziam que o povo brasileiro não sabia votar, o que, para a esquerda da época, era uma declaração absolutamente inaceitável. Hoje, em 2010, quando vejo um indivíduo como Joaquim Roriz liderando as pesquisas de intenção de voto no Distrito Federal, compreendo que, sim, o povo brasileiro ainda não sabe votar. Mas os bajuladores e servidores da ditadura omitiam, certamente deliberadamente, uma verdade muito simples: só pelo voto se aprende a votar.
HERBERT LUIZ BRAGA FERREIRA (Manaus, AM)

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