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BC VERSUS FED
O presidente do Fed (banco
central dos EUA), Alan
Greenspan, declarou que modelos e
regras ditados por economistas têm
importância secundária na condução da política monetária da maior
economia do mundo.
A maior autoridade monetária do
planeta fez uma defesa do bom senso, considerando que os bancos centrais não devem atuar baseados apenas em fórmulas. Precisam aprender
sempre a conviver com o ambiente e
a sentir o pulso da economia.
Eis uma boa sugestão para o BC
brasileiro, preso a fórmulas econométricas tão esotéricas quanto associadas a um aparente desprezo pela
realidade econômica e social do país.
A polêmica, vale notar, não é nova
na história das políticas econômicas.
No século 19, já eram intensas as críticas às chamadas "regras do jogo",
como as que a City financeira inglesa
impunha ao resto do mundo no período do Padrão Ouro.
Greenspan é um adepto de políticas desenhadas e implementadas
principalmente a partir da atenta observação dos mercados, seus riscos e
tendências. Definir metas ou "âncoras" não é, desse ponto de vista, garantia de estabilidade. Nossos tecnocratas no BC e no Ministério da Fazenda, no entanto, repetem à exaustão a ideologia de que a adesão a regras é a melhor forma de convencer
o mundo de que a economia brasileira é estável e assim confirmar a sua
atratividade como destino de investimentos de longo prazo.
Todas as outras decisões econômicas e financeiras do Estado devem
submeter-se, nessa ótica, a essas supostas verdades econométricas de
construção da confiança.
Quanto à política monetária, o presidente do BC, Henrique Meirelles, e
o ministro Palocci, da Fazenda, não
parecem adeptos da tese segundo a
qual o que é bom para os Estados
Unidos é bom para o Brasil.
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