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São Paulo, segunda-feira, 08 de setembro de 2003

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BC VERSUS FED

O presidente do Fed (banco central dos EUA), Alan Greenspan, declarou que modelos e regras ditados por economistas têm importância secundária na condução da política monetária da maior economia do mundo.
A maior autoridade monetária do planeta fez uma defesa do bom senso, considerando que os bancos centrais não devem atuar baseados apenas em fórmulas. Precisam aprender sempre a conviver com o ambiente e a sentir o pulso da economia.
Eis uma boa sugestão para o BC brasileiro, preso a fórmulas econométricas tão esotéricas quanto associadas a um aparente desprezo pela realidade econômica e social do país.
A polêmica, vale notar, não é nova na história das políticas econômicas. No século 19, já eram intensas as críticas às chamadas "regras do jogo", como as que a City financeira inglesa impunha ao resto do mundo no período do Padrão Ouro.
Greenspan é um adepto de políticas desenhadas e implementadas principalmente a partir da atenta observação dos mercados, seus riscos e tendências. Definir metas ou "âncoras" não é, desse ponto de vista, garantia de estabilidade. Nossos tecnocratas no BC e no Ministério da Fazenda, no entanto, repetem à exaustão a ideologia de que a adesão a regras é a melhor forma de convencer o mundo de que a economia brasileira é estável e assim confirmar a sua atratividade como destino de investimentos de longo prazo.
Todas as outras decisões econômicas e financeiras do Estado devem submeter-se, nessa ótica, a essas supostas verdades econométricas de construção da confiança.
Quanto à política monetária, o presidente do BC, Henrique Meirelles, e o ministro Palocci, da Fazenda, não parecem adeptos da tese segundo a qual o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil.


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