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PAINEL DO LEITOR
Prática administrativa
"Será que afastar opositores para atingir objetivos de duvidosa legalidade é
mais uma prática petista para administrar órgãos públicos?
Essa pergunta, provocada pelo artigo
de Josias de Sousa de ontem ("Para ajudar MST, Incra flerta com a improbidade", Brasil, pág. A15), conduz a uma outra: para estar de bem com o poder é preciso ser conivente?"
Odilon O. Santos (Marília, SP)
Educação
"Finalmente as forças negras da mediocridade estão vencendo e desmoralizando um dos processos mais inovadores e incentivadores do sistema educacional universitário brasileiro, o Exame
Nacional de Cursos, o provão.
Quem tem experiência com o ensino
universitário pago (quase 90% do ensino
superior) pode avaliar a enorme mudança de comportamento para melhor causada pelo provão entre alunos, professores e administradores.
Todos lutando, cada um à sua maneira,
para obter um melhor conceito, uma
melhor classificação no Exame Nacional
de Cursos numa disputa saudável entre
instituições."
Abel Rosato, professor titular aposentado
do ITA e professor titular da Universidade de
Taubaté (São José dos Campos, SP)
"A proposta da comissão criada pelo
MEC para analisar o sistema de avaliação
do ensino superior, que sugere fazer o
provão em duas etapas, merece uma ampla discussão antes de ser implementada.
Esse sistema tem o mérito de permitir
que se descreva o efeito das instituições
de ensino por meio do controle dos resultados finais pela origem socioeconômica e cultural e pelo desempenho dos
alunos no início do curso superior.
Com isso, será possível fazer uma comparação mais justa entre as escolas em
termos do que elas agregaram aos alunos
durante os anos de escolarização.
À sociedade interessa saber se os milhares de profissionais lançados todos os
anos no mercado de trabalho fazem jus
ao diploma que recebem.
É justo reconhecer o esforço das instituições de ensino, mas é preciso, principalmente, garantir a qualidade dos profissionais formados nessas instituições
com o estabelecimento de metas mínimas a serem alcançadas pelos alunos ao
final dos cursos."
Maria Teresa Gonzaga Alves
(Belo Horizonte, MG)
"É com grande satisfação que leio a notícia que vai haver mudança no provão.
É claro que avaliar é preciso, porém o
sistema de conceitos do resultado do
provão antigo era um absurdo:
Veja só o curso de engenharia civil: média nacional, 2,5, média da Escola Politécnica da USP (conceito A), 4,5.
Qual é a vantagem de divulgar conceitos se eles não indicam nada?
Diminuir as matrículas em cursos de
faculdades conceitos D e E depois de esses cursos terem sido liberados "a rodo"
pelo MEC na péssima administração
passada?
Esse governo está de parabéns pelas
medidas tomadas em relação à avaliação
das universidades."
Vicente De Capitani Ojeda, aluno do curso
de engenharia civil da Escola Politécnica da
USP (São Paulo, SP)
"Engana-se a professora Márcia Regina F. de Brito ("Painel do Leitor", pág. A3,
7/9) ao imaginar que apenas os pesquisadores em educação, "especialistas da
área", têm conhecimento das "perspectivas teóricas recentes" sobre avaliação e
prova, educação e ensino, aprendizagem
e desempenho etc.
Acreditar nisso significa dizer que os
outros professores universitários não sabem o que fazem e caminham a esmo em
suas aulas e avaliações.
Ao propor que se melhore a avaliação
do ensino superior, não devemos desperdiçar conquistas já feitas e aprovadas
pela sociedade.
O abandono de notas e conceitos não
traz vantagens àquele que necessita dessa informação, condensada pelo especialista a partir de um processo de avaliação
sério e criterioso. A sociedade, esta sim,
leiga nas "perspectivas teóricas recentes",
deseja saber, de maneira simples e objetiva, qual o resultado da avaliação para tomar decisões.
Tentar desqualificar a crítica a partir de
uma posição iluminista e elitista, tão criticada no governo anterior, não é um
bom começo para a "ampla consulta à sociedade e aos especialistas da área", aqui
entendidos de maneira mais generosa,
democrática e construtiva."
Hercídia Mara Facuri Coelho, professora
universitária (Araraquara, SP)
Publicidade
"Na mesma edição em que a Folha relata gastos de R$ 6,4 milhões por parte
do governo do Paraná na compra de reportagens, assinam um belo artigo sobre
corrupção Cláudio Weber Abramo e
Eduardo Ribeiro Capobianco ("Ainda é
tempo", "Tendências/Debates", pág. A3).
Não posso dizer que exista corrupção
na compra de reportagens, mas, como
brasileiro, não posso deixar de me indignar com a quantidade de dinheiro que o
país desperdiça com a promoção pessoal de políticos inescrupulosos.
O que a população ganhou com a reportagem "Fani Lerner é a mulher do
ano", veiculada no "Diário da Manhã" de
Ponta Grossa e pela qual o governo pagou R$ 24 mil.? Não existe resposta plausível.
O que foi narrado pela Folha acontece
no Paraná, mas o que dizer dos outros
Estados? E nas milhares de cidades brasileiras?"
Paulo Roberto da Silva (Formiga, MG)
INSS
"Gostaria que o ministro Ricardo Berzoini viesse a público nos informar o que
foi feito, nos seus oito meses à frente do
Ministério da Previdência, para cobrar
os bilhões devidos ao INSS por grandes
credores, entre os quais bancos e empresas multinacionais.
Enquanto a retórica governamental se
limita à cantilena das reformas, o INSS
segue atolado em dívidas que deveriam
estar sendo cobradas com competência e
eficiência."
Maria Clara Avelar (Niterói, RJ)
Álcool
"Parabenizo a Folha pela publicação
da reportagem "Álcool ao alcance de
adolescentes" (Cotidiano, pág. C1, 7/9),
uma radiografia de como se espalha um
vício que tolhe brutalmente vidas humanas em acidentes automobilísticos e homicídios a ele relacionados."
Bob Sharp (São Paulo, SP)
Brasil brasileiro
"Cony retratou com humor e propriedade a balbúrdia generalizada que se instala neste país (Opinião, pág. A2, 7/9).
"Sem lenço, sem documento" perdeu o
trono para "Brasil brasileiro"."
Melvin Ribas Apostólico (São Paulo, SP)
Crédito
"Sobre a carta de justificativa da Serasa
("Painel do Leitor", pág. A3, 5/9) em relação ao editorial "Direito à defesa" (Opinião, pág. A2, 1º/9) cabem ressalvas a serem expostas.
Diferentemente do que foi afirmado
na carta, a Serasa não procede da maneira como pretende passar, visto que, justificando estar "amparada" por uma decisão da Corregedoria Geral da Justiça de
São Paulo, busca no Cartório do Distribuidor dos Fóruns execuções movidas
contra qualquer cidadão, negativando
seu nome, sem prévio aviso.
E o mais grave: faz isso sem permitir
que o executado discuta a amplitude e a
legalidade da execução como lhe garante
a legislação vigente.
Acrescente-se a isso que, mesmo estando a dívida garantida pela penhora, e
sub judice, ou seja, sendo discutida, a Serasa, descumprindo o que preceitua o
artigo 43 da lei 8.078/90, inclui o nome
do cidadão no cadastro de inadimplentes de uma forma arbitrária, sem aguardar o julgamento da execução, atitude
essa que, infelizmente, está sendo repudiada por apenas alguns juízes."
Luiz Henrique Soares Novaes (Santos, SP)
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