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São Paulo, segunda-feira, 08 de setembro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Prática administrativa
"Será que afastar opositores para atingir objetivos de duvidosa legalidade é mais uma prática petista para administrar órgãos públicos?
Essa pergunta, provocada pelo artigo de Josias de Sousa de ontem ("Para ajudar MST, Incra flerta com a improbidade", Brasil, pág. A15), conduz a uma outra: para estar de bem com o poder é preciso ser conivente?"
Odilon O. Santos (Marília, SP)

Educação
"Finalmente as forças negras da mediocridade estão vencendo e desmoralizando um dos processos mais inovadores e incentivadores do sistema educacional universitário brasileiro, o Exame Nacional de Cursos, o provão.
Quem tem experiência com o ensino universitário pago (quase 90% do ensino superior) pode avaliar a enorme mudança de comportamento para melhor causada pelo provão entre alunos, professores e administradores.
Todos lutando, cada um à sua maneira, para obter um melhor conceito, uma melhor classificação no Exame Nacional de Cursos numa disputa saudável entre instituições."
Abel Rosato, professor titular aposentado do ITA e professor titular da Universidade de Taubaté (São José dos Campos, SP)
 

"A proposta da comissão criada pelo MEC para analisar o sistema de avaliação do ensino superior, que sugere fazer o provão em duas etapas, merece uma ampla discussão antes de ser implementada.
Esse sistema tem o mérito de permitir que se descreva o efeito das instituições de ensino por meio do controle dos resultados finais pela origem socioeconômica e cultural e pelo desempenho dos alunos no início do curso superior.
Com isso, será possível fazer uma comparação mais justa entre as escolas em termos do que elas agregaram aos alunos durante os anos de escolarização.
À sociedade interessa saber se os milhares de profissionais lançados todos os anos no mercado de trabalho fazem jus ao diploma que recebem.
É justo reconhecer o esforço das instituições de ensino, mas é preciso, principalmente, garantir a qualidade dos profissionais formados nessas instituições com o estabelecimento de metas mínimas a serem alcançadas pelos alunos ao final dos cursos."
Maria Teresa Gonzaga Alves (Belo Horizonte, MG)
 

"É com grande satisfação que leio a notícia que vai haver mudança no provão.
É claro que avaliar é preciso, porém o sistema de conceitos do resultado do provão antigo era um absurdo:
Veja só o curso de engenharia civil: média nacional, 2,5, média da Escola Politécnica da USP (conceito A), 4,5.
Qual é a vantagem de divulgar conceitos se eles não indicam nada?
Diminuir as matrículas em cursos de faculdades conceitos D e E depois de esses cursos terem sido liberados "a rodo" pelo MEC na péssima administração passada?
Esse governo está de parabéns pelas medidas tomadas em relação à avaliação das universidades."
Vicente De Capitani Ojeda, aluno do curso de engenharia civil da Escola Politécnica da USP (São Paulo, SP)
 

"Engana-se a professora Márcia Regina F. de Brito ("Painel do Leitor", pág. A3, 7/9) ao imaginar que apenas os pesquisadores em educação, "especialistas da área", têm conhecimento das "perspectivas teóricas recentes" sobre avaliação e prova, educação e ensino, aprendizagem e desempenho etc.
Acreditar nisso significa dizer que os outros professores universitários não sabem o que fazem e caminham a esmo em suas aulas e avaliações.
Ao propor que se melhore a avaliação do ensino superior, não devemos desperdiçar conquistas já feitas e aprovadas pela sociedade.
O abandono de notas e conceitos não traz vantagens àquele que necessita dessa informação, condensada pelo especialista a partir de um processo de avaliação sério e criterioso. A sociedade, esta sim, leiga nas "perspectivas teóricas recentes", deseja saber, de maneira simples e objetiva, qual o resultado da avaliação para tomar decisões.
Tentar desqualificar a crítica a partir de uma posição iluminista e elitista, tão criticada no governo anterior, não é um bom começo para a "ampla consulta à sociedade e aos especialistas da área", aqui entendidos de maneira mais generosa, democrática e construtiva."
Hercídia Mara Facuri Coelho, professora universitária (Araraquara, SP)

Publicidade
"Na mesma edição em que a Folha relata gastos de R$ 6,4 milhões por parte do governo do Paraná na compra de reportagens, assinam um belo artigo sobre corrupção Cláudio Weber Abramo e Eduardo Ribeiro Capobianco ("Ainda é tempo", "Tendências/Debates", pág. A3).
Não posso dizer que exista corrupção na compra de reportagens, mas, como brasileiro, não posso deixar de me indignar com a quantidade de dinheiro que o país desperdiça com a promoção pessoal de políticos inescrupulosos.
O que a população ganhou com a reportagem "Fani Lerner é a mulher do ano", veiculada no "Diário da Manhã" de Ponta Grossa e pela qual o governo pagou R$ 24 mil.? Não existe resposta plausível.
O que foi narrado pela Folha acontece no Paraná, mas o que dizer dos outros Estados? E nas milhares de cidades brasileiras?"
Paulo Roberto da Silva (Formiga, MG)

INSS
"Gostaria que o ministro Ricardo Berzoini viesse a público nos informar o que foi feito, nos seus oito meses à frente do Ministério da Previdência, para cobrar os bilhões devidos ao INSS por grandes credores, entre os quais bancos e empresas multinacionais.
Enquanto a retórica governamental se limita à cantilena das reformas, o INSS segue atolado em dívidas que deveriam estar sendo cobradas com competência e eficiência."
Maria Clara Avelar (Niterói, RJ)

Álcool
"Parabenizo a Folha pela publicação da reportagem "Álcool ao alcance de adolescentes" (Cotidiano, pág. C1, 7/9), uma radiografia de como se espalha um vício que tolhe brutalmente vidas humanas em acidentes automobilísticos e homicídios a ele relacionados."
Bob Sharp (São Paulo, SP)

Brasil brasileiro
"Cony retratou com humor e propriedade a balbúrdia generalizada que se instala neste país (Opinião, pág. A2, 7/9).
"Sem lenço, sem documento" perdeu o trono para "Brasil brasileiro"."
Melvin Ribas Apostólico (São Paulo, SP)

Crédito
"Sobre a carta de justificativa da Serasa ("Painel do Leitor", pág. A3, 5/9) em relação ao editorial "Direito à defesa" (Opinião, pág. A2, 1º/9) cabem ressalvas a serem expostas.
Diferentemente do que foi afirmado na carta, a Serasa não procede da maneira como pretende passar, visto que, justificando estar "amparada" por uma decisão da Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo, busca no Cartório do Distribuidor dos Fóruns execuções movidas contra qualquer cidadão, negativando seu nome, sem prévio aviso.
E o mais grave: faz isso sem permitir que o executado discuta a amplitude e a legalidade da execução como lhe garante a legislação vigente.
Acrescente-se a isso que, mesmo estando a dívida garantida pela penhora, e sub judice, ou seja, sendo discutida, a Serasa, descumprindo o que preceitua o artigo 43 da lei 8.078/90, inclui o nome do cidadão no cadastro de inadimplentes de uma forma arbitrária, sem aguardar o julgamento da execução, atitude essa que, infelizmente, está sendo repudiada por apenas alguns juízes."
Luiz Henrique Soares Novaes (Santos, SP)


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