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FAVELA GLOBAL
Elas são conhecidas por vários
nomes. Na Indonésia, são
"kampungs", na África do Sul,
"townships", no Brasil, favelas. O
modo de chamá-las, porém, não altera a realidade de pobreza e falta de
infra-estrutura básica que as cerca.
Segundo o documento das Nações
Unidas intitulado "O Desafio das Favelas - Relatório Global sobre Assentamentos Humanos", já chegam a 1
bilhão as pessoas que vivem em favelas. Trata-se de 1/6 da população
mundial. E esse contingente tende a
crescer rapidamente. Pelas projeções, o número de favelados deverá
dobrar nos próximos 30 anos.
A favelização é um fenômeno relativamente novo na história da humanidade. Está intrinsecamente ligado
à urbanização, que também avança
aceleradamente. Hoje, cerca de 50%
da população mundial -3 bilhões
de pessoas- vive em cidades. Em
duas décadas, deverão ser 5 bilhões.
Habitat, o programa de assentamentos humanos da ONU, define favelas
como aglomerados urbanos que
combinam habitações precariamente construídas com acesso impróprio
a água potável e a redes de saneamento, espaço per capita inadequado e ausência ou precariedade de títulos de propriedade.
No total, 31,6% dos habitantes de
cidades vivem em favelas. Consideradas apenas as regiões em desenvolvimento, esse número chega a 43%. A
situação, como sempre, é mais grave
na África subsaariana, onde 71,9%
da população urbana mora em favelas. Na América Latina e no Caribe,
essa proporção é de 31,9%.
O pior de tudo nessa história é que,
pelo menos em tese, o mundo dispõe de recursos e de tecnologia não
só para atenuar o problema das favelas como também para acabar com a
fome e melhorar substancialmente a
saúde e a educação das populações
mais miseráveis. Lamentavelmente,
porém, a pobreza não parece ser a
prioridade internacional. Basta lembrar que os EUA estão gastando, só
para manter sua força invasora no
Iraque, US$ 1 bilhão por semana.
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