São Paulo, segunda-feira, 08 de novembro de 2010

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PAINEL DO LEITOR

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Enem
Como vamos formar uma sociedade escolada se quem cuida dessa formação não tem o zelo de preparar uma prova sem erros grosseiros, como os vistos no Enem ("MEC erra de novo e causa confusão no 1º dia do Enem", Primeira Página, ontem)?
Erros como esses incitam a que se levantem indagações sobre a formulação das questões da prova e sobre a acuidade na organização dos conteúdos. Erros assim prejudicam a credibilidade da avaliação, da comissão que elaborou a prova, do Inep etc.
Quem se responsabilizará pela aplicação desse esboço no papel de prova? Já é tempo de nós, sociedade, avaliarmos os nossos avaliadores e submetê-los às reprovações merecidas. Eu me sinto constrangido por ter alunos e amigos sendo medidos por um exame como esse. Exame que constata o tamanho do desleixo que se tem com a educação em nosso país.
THIAGO SALAS GOMES (São Carlos, SP)

 


O Enem faliu. Não apenas por seus sucessivos fiascos mas em seu propósito.
O exame surgiu para avaliar o ensino, não os alunos. No entanto, a partir do momento em que passou a ser adotado como vestibular alternativo, seu escopo inicial foi enterrado de vez, pois, assim como os alunos buscam preparação específica para os vestibulares regulares, também o fazem em relação ao Enem.
Não estranharei ver cursinhos anunciando programas específicos de preparação ao Enem. Pergunto: o que está sendo avaliado, o ensino ou o aluno?
Falido como está, o exame deveria ser abolido. Ou então ser assumido de vez como "vestibular unificado" e ter sua elaboração e sua aplicação entregues a entidades capacitadas, como a Fundação Carlos Chagas ou congênere.
RICARDO LUÍS BOMFIM VAZ (Franca, SP)

CPMF
Nem bem passou a eleição e nosso presidente começa a trabalhar para nos dar mais um presente: a CPMF.
Lula ardilosamente segurou o assunto durante a campanha e agora nem bem a eleição passou começa a se movimentar para nos impingir mais uma carga. E, como no Brasil, atualmente, a oposição se manobra e se vende facilmente, ele deve conseguir.
Mais uma vez Lula levou o nosso povo no "bico".
TOMAZ DE AQUINO DOS SANTOS (Piracicaba, SP)

 


Devo ser minoria, mas, felizmente, nas democracias a minoria pode se manifestar. Sou a favor da volta da CPMF.
Em todos esses anos como pagador de impostos, o único imposto que tive o prazer de pagar foi a "finada" CPMF.
Foi o único imposto que, além de ser descontado na fonte, como o Imposto de Renda, não foi possível sonegar.
Nascendo em 1996, como provisória, a CPMF vigorou até 31 de dezembro de 2007 e deixou um rombo de R$ 40 bilhões nas contas do governo.
Além disso, a CPMF era usada pela Receita para vigiar a movimentação financeira de contribuintes, obrigando os bancos a informarem movimentações superiores a R$ 833 por mês de CPMF para pessoas físicas e de R$ 1.666 para pessoas jurídicas.
A CPMF igualou os contribuintes das classes C e D com aqueles que podem pagar bons advogados e contadores. Mas não basta só criar a CPMF. Como ela não pode ser sonegada, bem que outros impostos altamente sonegáveis, como ICMS e Imposto de Renda, poderiam ter suas alíquotas diminuídas.
FAUSTO ALVES (Rio de Janeiro, RJ)

Lobato
Tenho apenas duas palavras para o artigo de ontem do deputado federal Aldo Rebelo ("Monteiro Lobato no tribunal literário", "Tendências/ Debates"): Bravo, bravíssimo!.
RAPHAEL TERRANOVA FERREIRA (São Paulo, SP)

 


O texto de ontem de Aldo Rebelo sintetiza o que eu senti ao tomar conhecimento da recomendação do CNE de que sejam acrescentadas notas sobre os comentários "racistas" do livro "Caçadas de Pedrinho".
Parece-me que os digníssimos conselheiros se esqueceram de que o linguajar utilizado nessa obra literária (e em qualquer outra) pertence à época em que o livro foi escrito e, como bem destacou o articulista, a própria Tia Nastácia se defende do racismo no fecho do livro ("negro também é gente, sinhá").
Como poderemos combater o analfabetismo funcional da nossa população se até o CNE sofre desse mal?
ODALY TOFFOLETTO (São Paulo, SP)

 


Certamente, um comunista como o deputado federal Aldo Rebelo não se furta a fazer críticas à exploração do trabalho ou à prostituição infantis (que se iniciaram no tempo da escravidão, diga-se).
Curioso é notar que o insigne parlamentar, quando se trata de linchamento psicológico de criança por meio de material didático, torne-se tão insensível, como mostrou no seu artigo publicado ontem.
E de onde vem sua insensibilidade? Certamente por ser a vítima neste caso a criança negra, e não a criança branca.
A polêmica em torno do livro "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato, apenas ilumina um dos aspectos mais sórdidos do racismo brasileiro: a humilhação racial acompanhada de silêncio. E na infância.
A educação em nosso país ainda se presta a isso, exatamente por falta de senso crítico e pela postura de "pilatianos", que lavam suas mãos diante da discriminação antinegra. Espero que o fim do racismo não dependa de parlamentares com posições como a do deputado citado.
LUIZ SILVA (São Paulo, SP)

Sinfônica de Heliópolis
Emocionante o texto e a notícia do maestro Sílvio Baccarelli sobre a Sinfônica de Heliópolis em sua turnê pela Europa ("Perspectivas para a Sinfônica de Heliópolis", "Tendências/Debates", ontem).
Notícias como esta fazem nossos dias melhores e nossas esperanças crescerem na perspectiva de um Brasil melhor e mais justo.
Ninguém está na miséria ou atraso social porque é bom. Isso reflete a falta de oportunidade na educação, que é o bem inalienável, único capaz de transformar um indivíduo. A música educa e sensibiliza.
IVANA DAMÁSIO MOUTINHO (Juiz de Fora, MG)

Teatro
Parabenizo a Folha pela reportagem "Musicais e praça Roosevelt discutem relação" (Ilustrada, 5/11). Fico indignada em ver as diferenças de incentivo que existe para grupos como Os Satyros e para a baboseira dos musicais: R$ 13 milhões do dinheiro público para "Mamma Mia". É um insulto à nossa inteligência.
Imaginemos o que outros grupos como Os Satyros, com um compromisso artístico com toda a sociedade, fariam com esse dinheiro. Penso que não ficariam cantando "Dancing Queen" em português.
JULIANA A. TOLEDO (São paulo, SP)

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