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CESAR MAIA
Últimas bolivarianas!
EVO MORALES , reeleito presidente da Bolívia, determinou
a prisão de Manfred Villas, ex-oficial do Exército, ex-governador
de Cochabamba e seu adversário
mais próximo, com uns 20% de votos. Reyes já não estaria no país.
Em 1º de janeiro, foram presos
três chefes de polícia e destituídos
os diretores de Inteligência e da Interpol. Nesse mesmo dia, Morales
informou que as decisões da justiça
indígena serão inapeláveis. O projeto de lei, preparado pelo Ministério da Justiça, diz que "as decisões
da jurisdição indígena são de cumprimento obrigatório, têm o caráter de coisa julgada e não poderão
ser revistas". A base é a Constituição aprovada em fevereiro de
2009. A justiça indígena só existe
por tradição oral. Os juristas consideraram esse ato uma aberração
jurídica.
Daniel Ortega, num pacto antigo
com o ex-presidente (na época em
prisão domiciliar), mudou a Corte
Suprema da Nicarágua e dividiu-a
com aquele. Agora conseguiu que
essa corte anulasse dispositivo
constitucional que proibia a reeleição. A oposição não reconhece a
decisão. No dia 3 de janeiro, a imprensa destacou a ausência do presidente Ortega há 18 dias. Em seu
último ato, orientou o Exército a
ter calma nas operações contra o
narcotráfico na comunidade indígena de Walpa Siksa, corredor para
o Caribe. A ausência de Ortega não
admira ninguém, pois é sua esposa,
Rosário Murillo, que governa de
fato.
Rafael Correa, presidente do
Equador, abriu o ano denunciando
uma suposta conspiração "na qual
estão envolvidos certos elementos
das FFAAs vinculados aos Gutiérres", líderes do Partido Sociedade
Patriótica -PSP. E chamou ao
apoio popular para defender o regime. Correa disse que, a partir deste
mês, começarão uma série de protestos da União dos Educadores e
da Confederação de Nacionalidades -Conaie. "Nós não temos oposição, mas obstrução, conspiração
e desestabilização, mas lhes temos
dado com a pedra nos dentes, porque o Equador profundo está contente", disse.
Chamou o Movimento Popular
Democrático (MPD) de partido
franco-atirador. Questionou a Conaie, dizendo que essa organização
indígena "sempre se presta para os
jogos da direita".
Chávez fechou o ano apresentando os equipamentos militares
que comprou da Rússia. Disse que
está pronto para a guerra. Formalizou as Milícias Bolivarianas como
vetor das FFAAs. Lugo, presidente
do Paraguai, contido pelo Parlamento, conseguiu a anulação dos
atos de 2007 de destituição de dois
ex-ministros da Corte Suprema. O
Senado não reconheceu. Novos filhos do ex-bispo continuam a aparecer -e fala-se em 17. E, por aqui,
espera-se que o decreto atropelando a Lei de Anistia seja apenas mais
uma trapalhada.
cesar.maia@uol.com.br
CESAR MAIA escreve aos sábados nesta coluna.
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