São Paulo, segunda-feira, 09 de março de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Estupro e excomunhão
"A Igreja Católica excomungou os que participaram do assassinato de dois seres humanos. Eles podem, mediante arrependimento, recuperar todos os seus direitos católicos.
O estuprador também pode, mediante arrependimento, recuperar o direito de comungar, já que pecou gravemente. Esta é nossa igreja, que prega primeiramente o amor, que resulta em liberdade e felicidade.
Vejo pelas críticas nesta seção que várias pessoas rapidamente se apegam na comparação entre o estuprador e os médicos e relembram gravíssimos pecados da própria igreja, como a Inquisição. Além disso lembram os pecados de muitos padres. Ora, a igreja é feita de seres humanos e comete muitos erros.
Ela os admite, arrepende-se e pede perdão. Isto já aconteceu para todos os casos mencionados e que causaram profunda dor em nosso seio católico. A igreja ama, perdoa e cultiva a liberdade e a felicidade, enfim, o espírito santo. Estes críticos fazem de tudo para se desviar da única coisa concreta deste infeliz episódio: o assassinato de duas pessoas totalmente indefesas. O resto são conjecturas sobre o que realmente acontecia naquela casa e não nos dão o direito de matar, especialmente pessoas indefesas."
JOSÉ EDUARDO O. DE LIMA (São João da Boa Vista, SP)

 

"Como católico praticante e como profissional jurídico, manifesto profunda tristeza pela posição fria e unilateral tomada por autoridade episcopal em face da horrível tragédia que vitimou uma menina de 9 anos, até impossibilitada de se submeter a parto e dele sobreviver com os gêmeos gerados pelo estupro. O aborto é excluído de punição em nosso direito exatamente nesses dois casos. Quanto ao Código Canônico, lembro que toda regra tem exceção ou mitigação. O apóstolo Paulo disse: "A letra mata, o espírito vivifica". Não é desse modo que a Igreja de Pedro conseguirá crescer em renovação e união ecumênica, ideais do Concílio Vaticano 2º."
LUIZ FELIPE DA SILVA HADDAD (Niterói, RJ)

 

"A reportagem "Após aborto, Igreja excomunga mãe de menina e médicos" (Cotidiano, 6/3) deixa cada vez mais claro o motivo do nosso crescente afastamento desta Igreja Católica. O Deus desta igreja e do arcebispo dom José Cardoso Sobrinho é um Deus mau e insensato, que não aceita em seu reino as pessoas que fazem o bem e salvam vidas; que condena a mãe de uma garotinha que foi brutalmente violentada, no seu momento de maior sofrimento, enquanto absolve o cruel estuprador. Pois que amarguem nossa ausência e sua falência, já que nosso Deus é bom e saberá nos julgar com justiça e sabedoria."
MARCELO CRUVINEL MARSIGLIO (Paulínia, SP)

 

"Sobre a decisão da leitora Heleni Borella Barbosa (7/3), que disse que deixa de fazer parte da Igreja Católica, pergunto-lhe com todo o respeito: tua pertença à igreja decorre de tua relação com Deus ou com os padres, bispos e arcebispos? Se com estes, pode ser que tenha razão, porque eles vezes sem conta nos decepcionam. Mas se ela decorre de tua relação com Deus, não deixe de fazer parte, até porque igreja não é clube. A igreja somos todos nós que acreditamos no projeto de amor de Deus, que se manifestou em Jesus Cristo! Não tenho dúvida que muitas vezes as autoridades eclesiásticas se afastam desse projeto de misericórdia, como no caso da menina de Pernambuco. Mas não é por isso que me afasto, porque, além de minha relação ser com Deus, esses senhores, embora representem a igreja, não são a igreja."
TÂNIA ZUCCHI DE MORAES (São Carlos, SP)

Ditadura
"Congratulo-me com a Folha por reconhecer que errou ao empregar, no editorial de 17/2, a expressão "ditabranda". Acho também que a Folha pegou pesado com Maria Victoria Benevides e Fábio Konder Comparato, ao personalizar a sua crítica.
Contudo, o mérito da resposta aos referidos professores está corretíssimo! Se o parâmetro fosse de fato a defesa dos direitos humanos, a conclusão lógica seria manifestar a indignação onde quer que ocorresse a sua violação, seja nas ditaduras de esquerda, seja nas de direita. Via de regra os intelectuais de esquerda só manifestam indignação contra as ditaduras de direita, não restando alternativa senão interpretar a sua defesa dos direitos humanos como efetivamente cínica e mentirosa."
RICARDO CELSO ULISSES DE MELO (Aracaju, SE)

 

"Cerca de 300 pessoas participaram de manifestação contra a Folha (Brasil, 8/3). A Folha avalia que errou. Não errou, não. Na minha opinião a Folha sempre namorou com a esquerda e quando, em editorial de grande lucidez, relembrou os fatos com verdadeira isenção, experimentou a pressão e a ira desse pessoal que não abre mão de locupletar-se das benesses do poder. Espero que esse episódio mexa com os brios e que a Folha se aperfeiçoe na isenção ideológica. O povo bem informado estará sempre ao lado da razão. A Folha está com a verdade quando questiona a falta de isenção ideológica dos intelectuais citados. Aproveito para dar uma opinião pessoal: o sr. Oscar Niemeyer assinou sem ter conhecimento do editorial -da mesma forma que, como marxista convicto, projeta grandiosas obras que nada servem às necessidades populares, e sim a governos que buscam sustentar-se provendo pão e circo."
JOSÉ CLAUDIO DE ALMEIDA BARROS (São Paulo, SP)

 

"Reconhecer que a Folha errou ao nomear como "ditabranda" o regime militar instaurado no Brasil entre 1964 e 1985 foi um ato de grandeza. Nos últimos anos, não tem sido muito comum que os grandes jornais reconheçam suas falhas. Contudo, gostaria de chamar atenção para outro erro cometido pela Folha desde o fatídico editorial: a comparação entre o regime militar brasileiro e aqueles instaurados na Argentina, no Chile e no Uruguai. Diz a nota que a ditadura brasileira foi menos repressiva do que as congêneres. Pode ser.
Mas as consequências de um regime autoritário não se esgotam no seu período de vigência. Se é verdade que a ditadura brasileira foi menos truculenta, também é fato que ela foi mais perene, gerando consequências nefastas até hoje. A Argentina vem abrindo os documentos do regime e continua instaurando processos, julgando e punindo seus torturadores. O general Pinochet foi submetido ao escrutínio universal. O Brasil não abriu seus documentos e deu anistia a torturadores, que permanecem protegidos pela escuridão. À luz desse fato, uma comparação entre as ditaduras brasileira e suas congêneres que seja favorável à primeira é um erro.
A consequência é a suavização dos efeitos do nosso regime ditatorial no imaginário brasileiro, de que é prova a criação do neologismo "ditabranda", uma maneira de deseducar as novas gerações no que tange ao nosso passado recente."
LÉO BUENO (Santo André, SP)

Ronaldo
"Ao marcar de cabeça o gol de empate do Corinthians contra o Palmeiras, Ronaldo mostrou que está "sacudindo a poeira e dando a volta por cima" -e mostrando aos incrédulos que dará problemas para o Dunga na escalação da seleção."
DOUGLAS JORGE (São Paulo, SP)

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