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Em tons de drama
A O EXPANDIR-SE 0,3% de janeiro para fevereiro, a
produção da indústria
brasileira voltou ao nível que havia atingido em dezembro. Dificilmente, portanto, o setor terá
passado a ocupar, nesse período,
uma proporção mais alta de sua
capacidade produtiva.
Sobre o risco de uma eventual
restrição de oferta que venha a
traduzir-se em pressões sobre os
preços, o resultado seria tranqüilizador. Um elemento, no entanto, pode causar incômodo. A produção de bens de capital -cuja
aquisição amplia a capacidade de
produção das empresas- estancou em fevereiro, após meses seguidos de expansão intensa.
Apesar disso, outros indicadores menos pontuais mostram
que continua marcante o dinamismo dos bens de capital.
Nos 12 meses findos em fevereiro, a produção nesse segmento subiu 6,9% sobre o período
anterior, muito acima dos 2,4%
do restante da indústria. Ademais, a importação de mercadorias destinadas a investimento
cresce com vigor: 24% de aumento em volume, na mesma base de comparação.
Esses dados sugerem que a
margem para diminuir os juros
básicos permanece considerável.
E a revigorada onda cambial que
força a valorização da moeda
brasileira já pinta com tons de
drama a batalha do BC para evitar uma depressão do dólar no
mercado doméstico.
A autoridade monetária adquiriu US$ 22 bilhões no primeiro
trimestre de 2007, mas não evitou a queda da moeda americana. Enquanto bancos e investidores antenados fazem fortuna
apostando na queda do dólar e na
manutenção da módica taxa de
redução da Selic, amplia-se o
efeito adverso do real valorizado
nas cadeias industriais.
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