São Paulo, segunda-feira, 09 de abril de 2007

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Em tons de drama

A O EXPANDIR-SE 0,3% de janeiro para fevereiro, a produção da indústria brasileira voltou ao nível que havia atingido em dezembro. Dificilmente, portanto, o setor terá passado a ocupar, nesse período, uma proporção mais alta de sua capacidade produtiva.
Sobre o risco de uma eventual restrição de oferta que venha a traduzir-se em pressões sobre os preços, o resultado seria tranqüilizador. Um elemento, no entanto, pode causar incômodo. A produção de bens de capital -cuja aquisição amplia a capacidade de produção das empresas- estancou em fevereiro, após meses seguidos de expansão intensa.
Apesar disso, outros indicadores menos pontuais mostram que continua marcante o dinamismo dos bens de capital.
Nos 12 meses findos em fevereiro, a produção nesse segmento subiu 6,9% sobre o período anterior, muito acima dos 2,4% do restante da indústria. Ademais, a importação de mercadorias destinadas a investimento cresce com vigor: 24% de aumento em volume, na mesma base de comparação.
Esses dados sugerem que a margem para diminuir os juros básicos permanece considerável. E a revigorada onda cambial que força a valorização da moeda brasileira já pinta com tons de drama a batalha do BC para evitar uma depressão do dólar no mercado doméstico.
A autoridade monetária adquiriu US$ 22 bilhões no primeiro trimestre de 2007, mas não evitou a queda da moeda americana. Enquanto bancos e investidores antenados fazem fortuna apostando na queda do dólar e na manutenção da módica taxa de redução da Selic, amplia-se o efeito adverso do real valorizado nas cadeias industriais.


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