São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2008 |
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ANTONIO DELFIM NETTO O Copom é autônomo
NA ÚLTIMA semana, o Brasil
assistiu a um espetáculo de
intrigas nos meios de comunicação para "afirmar" a autonomia do Banco Central diante do
"jurássico" Ministério da Fazenda.
E, para o final de 2009, a projeção central é da ordem de 4,4%. O IPCA acumulado de 12 meses, até fevereiro, foi de 4,6%, fortemente influenciado pelo comportamento dos preços da carne, do leite e do feijão, o que tem pouco a ver com "excesso de demanda". De fato, sem esses três produtos, o IPCA de 12 meses é de 3,4%. A preocupação com o aumento dos preços dos serviços é justificada. Eles refletem as conseqüências de um aumento da demanda produzido pela modificação na distribuição de renda, ainda não acompanhada pela oferta. E como se ajustaria a oferta senão por um aumento de preços relativos? O importante é que eles não têm a capacidade para reproduzirem-se como um processo inflacionário. Os salários reais na economia estão crescendo menos do que a produtividade (o que explica o aumento dos lucros), e o mercado de trabalho civilizou-se e encontrou formas de remuneração ligadas aos resultados das empresas. Não parece portanto razoável iniciar um aumento da Selic que terá graves conseqüências sobre o custo da dívida pública (o mercado já ajustou o juro) apenas para "provar" a autonomia do Copom. Afinal, 4,5% é teto ou é meta? contatodelfimnetto uol.com.br ANTONIO DELFIM NETTO escreve às quartas-feiras nesta coluna. Texto Anterior: Rio de Janeiro - Ruy Castro: Chacrinha a bordo Próximo Texto: Frases Índice |
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