São Paulo, sexta-feira, 09 de abril de 2010

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Editoriais

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Fisiologismo criminoso

NEM O MAIS ingênuo dos brasileiros subestima o talento de caciques do PMDB para usar recursos públicos em benefício próprio.
Ainda assim é chocante saber que, em 2009, 90% das verbas liberadas para obras de prevenção de desastres pelo Ministério da Integração Nacional foram destinadas a municípios baianos, segundo relatório do Tribunal de Contas da União.
A pasta era chefiada, desde março de 2007, pelo peemedebista Geddel Vieira Lima. Faz pouco mais de uma semana que o ex-deputado deixou a Esplanada dos Ministérios para poder concorrer ao governo da Bahia.
No ano passado, o Rio não recebeu um centavo da Defesa Civil Nacional, subordinada ao então ministro. Mais de 180 pessoas morreram no Estado nos últimos dias como resultado das chuvas e da falta de investimentos em urbanização de favelas, contenção de encostas e fiscalização de áreas de risco.
Pouco importa que fluminenses e cariocas sejam governados, eles também, por correligionários do pré-candidato. Nem mesmo a lógica partidária prevalece para indivíduos que se movem de acordo com interesses locais e projetos pessoais.
O acesso a recursos seria outro, caso o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes atuassem na Bahia. Reportagem desta Folha publicada no final de 2009 indicava que, da já exorbitante parcela de verbas destinada pelo Ministério da Integração Nacional àquele Estado, 68% foram parar nas mãos de prefeitos peemedebistas.
Demonstra-se assim a que extremos de irresponsabilidade podem chegar o fisiologismo e o clientelismo do PMDB, partido que paga indicações para cargos no primeiro escalão do governo Lula com votos no Congresso, apoio nos grotões e tempo na TV para a candidata oficial.


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