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Editoriais
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Fisiologismo criminoso
NEM O MAIS ingênuo dos
brasileiros subestima o
talento de caciques do
PMDB para usar recursos públicos em benefício próprio.
Ainda assim é chocante saber
que, em 2009, 90% das verbas liberadas para obras de prevenção
de desastres pelo Ministério da
Integração Nacional foram destinadas a municípios baianos, segundo relatório do Tribunal de
Contas da União.
A pasta era chefiada, desde
março de 2007, pelo peemedebista Geddel Vieira Lima. Faz
pouco mais de uma semana que
o ex-deputado deixou a Esplanada dos Ministérios para poder
concorrer ao governo da Bahia.
No ano passado, o Rio não recebeu um centavo da Defesa Civil Nacional, subordinada ao então ministro. Mais de 180 pessoas morreram no Estado nos últimos dias como resultado das
chuvas e da falta de investimentos em urbanização de favelas,
contenção de encostas e fiscalização de áreas de risco.
Pouco importa que fluminenses e cariocas sejam governados,
eles também, por correligionários do pré-candidato. Nem mesmo a lógica partidária prevalece
para indivíduos que se movem
de acordo com interesses locais e
projetos pessoais.
O acesso a recursos seria outro,
caso o governador Sérgio Cabral
e o prefeito Eduardo Paes atuassem na Bahia. Reportagem desta
Folha publicada no final de
2009 indicava que, da já exorbitante parcela de verbas destinada pelo Ministério da Integração
Nacional àquele Estado, 68% foram parar nas mãos de prefeitos
peemedebistas.
Demonstra-se assim a que extremos de irresponsabilidade
podem chegar o fisiologismo e o
clientelismo do PMDB, partido
que paga indicações para cargos
no primeiro escalão do governo
Lula com votos no Congresso,
apoio nos grotões e tempo na TV
para a candidata oficial.
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