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Civilidade
"Sábado estive em uma UBS
[Unidade Básica de Saúde], na fila
para vacinação. Na minha frente
havia uma senhora de 85 anos, com
dificuldades de locomoção, movia-se segurando a grade do muro da
unidade médica. Eu disse para ela
que sentasse num banco dentro da
unidade, quando chegasse sua vez
era só entrar na fila novamente, foi
quando ela disse: "Não obrigada, eu
gosto de participar de tudo, gosto
desse movimento, adoro conversar
com as pessoas da fila". Um belo
exemplo para muitos brasileiros,
em particular para nossos políticos,
que sempre dão um jeito de passar
os outros para trás, só se comunicam com as pessoas em época de
eleições, pensando em levar vantagens e outras coisas mais sigilosas."
JOÃO HENRIQUE RIEDER (São Paulo, SP)
Minhocão
"Seria importante a prefeitura
analisar cuidadosamente a proposta para o Elevado Costa e Silva vencedora do Prêmio Prestes Maia de
Urbanismo, dos arquitetos Alves e
Corradini, premiada na gestão Serra. Contrária à demolição do elevado, a proposta defende a manutenção da ligação para o tráfego de passagem e ao mesmo tempo propõe
uma bela área verde para uso da população local, com o mesmo gasto
da demolição do elevado, como foi
realizado em Nova York.
Ela pode ser complementar ao inteligente projeto da administração
Kassab de enterrar as linhas da
CPTM e criar uma nova avenida de
12 quilômetros, costurando as partes da metrópole seccionadas pela
via férrea e aliviando o tráfego do
próprio elevado, complicado nos
horários de pico. Duas belas ideias
que podem melhorar em muito a
qualidade de vida da metrópole."
BRUNO ROBERTO PADOVANO (Santana de Parnaíba, SP)
"Impressiona como a população
do Estado de São Paulo, o mais rico
da Federação, recusa-se a enxergar
o que é óbvio. Quantos milhões de
reais ainda serão gastos em obras de
expansão do metrô paulistano, com
risco de repetição de acidentes, como o que ocorreu na região de Pinheiros, e cujo resultado não garantirá melhor qualidade de vida para a
população dessa cidade?
Agora, o prefeito Gilberto Kassab
anuncia um plano para demolir o
Minhocão, uma obra feia e de utilidade discutível, um monumento da
degradação de São Paulo, mas cuja
demolição é igualmente faraônica e
megalomaníaca, tal como foi sua
construção -e, de novo, os resultados que serão obtidos com essa medida são discutíveis.
Por que os urbanistas de São Paulo se prendem a modelos europeus
e asiáticos de medidas para resolver
o caos urbano em que se transformou a capital paulista e nem consideram a proposta de construção de
uma nova capital para esse Estado?
Não seria mais apropriado observar
os resultados obtidos com a construção de Brasília e repetir essa experiência em nível estadual do que
copiar medidas que foram adotadas
em Londres ou Tóquio, capitais superpovoadas de países que não possuem área territorial disponível?"
ABIMAEL FERRACINNI (São Luís, MA)
Ajuda à Grécia
"Engraçado. O Brasil de Lula, demagogicamente, tem dinheiro para
manter as mordomias dos companheiros e ajudar mundos e fundos.
Mas não tem dinheiro para ajudar a
aumentar uma merreca aos pobres
dos aposentados. Eu só queria entender."
ROBERTO ANTONIO CÊRA (Piracicaba, SP)
Aposentados
"O governo diz que vai vetar o
reajuste dos aposentados, aprovado
pela Câmara dos Deputados, porque não tem como pagar. Mas vai
pagar R$ 11,2 bilhões a mais de juros
com o aumento da taxa Selic, com a
nobre desculpa de combater a inflação, quando se sabe que ele tira da
Previdência para pagar juros da dívida pública. Isso prova que o governo quer ajudar a especulação financeira. Se quisesse mesmo combater a inflação, pegaria esses recursos e faria estoques reguladores
de cereais."
JOSÉ OZÓRIO CARNEIRO (Campinas, SP)
Anistia
"Incomodou-me o chamado
grande "acordo político" ocorrido
em 1979, referente à Lei da Anistia,
recentemente apreciada pelo STF.
Recordo-me que aguardávamos o
resultado da votação no Sindicato
dos Jornalistas (pessoas de várias
posições ideológicas, passado e presente de suas vidas de resistência à
ditadura) e o peso que caiu sobre
nossas cabeças quanto à vitoriosa
proposta do governo militar. Lamentável uma vez que poderia ser a
chance da impunidade dos torturadores. Contudo, Paulo Sérgio Pinheiro, em sua manifestação "O
STF de costas para a humanidade"
["Tendências/Debates", 5/5], de forma ponderada e generosa, o que lhe
é peculiar, nos poupou do vexame
de ser corresponsáveis, por nossa
luta, com as vontades do estado de
exceção, o não Estado de Direito."
ADRIANA GRAGNANI (São Paulo, SP)
Tuma Jr.
"É irritante ver noticias de um filho de um "ex-xerife" da PF envolvido em falcatruas, sendo que, por
moral e ética, deveria aplicar a lei
onde houvesse a necessidade de
aplicá-lo, não importando quem
quer que seja. Como se não bastasse, Lula vem a público querendo defendê-lo? Então, para quem não for
amigo do amigo do Lula prevalece o
duro gládio da lei? Isso que é ser secretário nacional de Justiça?"
EUGENIO ARAUJO SILVA (São José dos Campos,
SP)
Polícia
"O Editorial de 7/5 "O "Evento
Morte" faz coro com as críticas que
vêm sendo feitas às ações da PM
nos confrontos fatais, com aumento nas recentes estatísticas. Recentemente, um diretor do instituto
Sou da Paz, filosofando sobre segurança pública, também criticou as
ações da PM nesses confrontos. O
editorial chegou a interpretar o discurso do secretário da Segurança
Pública como "um estímulo ao excesso". Estímulo sim, vem vindo
dessa legislação penal fora de sintonia com a atual realidade brasileira,
e das panaceias da Lei de Execuções
Penais, fazendo com que cresça a
barbárie, a impiedade e a perversidade dos cruéis assassinos que perderam qualquer temor pela Justiça.
A diminuição da criminalidade
citada dá em contrapartida o aumento dessas barbáries e perversidade nos crimes registrados no cotidiano. Não é de hoje o jargão de
que "a polícia é ré da sociedade". Já
que não temem mais a Justiça e
nem acreditam no castigo certo e
imediato, que pelo menos respeitem e temam a polícia!"
JOSÉ ÁVILA DA ROCHA (São Paulo, SP)
Crise
"A economia mundial vive um
momento de risco. Um descuido
qualquer e logo temos uma crise internacional. As crises andam batendo na porta até mesmo daqueles
que se dizem potências mundiais.
Porém, mesmo sabendo que a causa
principal é a gastança dos governos,
existem países que não estão dando
importância a esse fator de risco. É
o caso do governo brasileiro, que,
diante desse quadro preocupante,
continua aumentando os gastos públicos num patamar acima da capacidade de arrecadação e do índice
de crescimento do nosso PIB. A dívida publica brasileira já está beirando o R$ 1,5 trilhão, alavancada
com gastos que, sabemos, não foram aplicados em bens e serviços,
mas na esbórnia do poder. O presidente Lula parece subestimar a crise para descobrir como o povo vai se
comportar diante dela."
FRANCISCO RIBEIRO MENDES (Brasília, DF)
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