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MELCHIADES FILHO
Teste de resistência
BRASÍLIA - O país que celebra a
aprovação da Lei da Ficha Limpa é
o mesmo que poderá redimir pelo
voto os protagonistas de todos os
grandes escândalos da era Lula.
O núcleo petista que ainda responde na Justiça pelo mensalão ratificou o poder dentro do partido e
tem hoje a reeleição bem encaminhada, de José Genoino a João Paulo Cunha (SP). Paulo Rocha (PA) arriscará o Senado. Único mensaleiro
vetado pela lei, José Dirceu provavelmente emplacará na Câmara o
filho Zeca, pelo Paraná.
O PT facultou a Antonio Palocci
escolher entre tentar a Câmara ou o
Senado. O ministro da quebra do sigilo do caseiro optou pelo comando
da campanha presidencial e a certeza de assento no eventual governo Dilma Rousseff -ela própria envolvida nos episódios do dossiê
FHC, Anac/Varig e Receita/Lina.
O senador Renan Calheiros
(PMDB), depois de escapar de uma
série de processos de cassação, praticamente assegurou outro mandato -com a ajuda do Planalto, desidratou a concorrência em Alagoas.
O colega dele de Casa, de partido
e de noticiário negativo, José "Atos
Secretos" Sarney, não enfrentará as
urnas. Mas jogou pesado para de
novo fazer a filha Roseana governadora do Maranhão -conseguiu arrastar do PT ao DEM para a coligação dela, líder nas pesquisas.
A primeira edição dos "aloprados" não evitou que Aloizio Mercadante fosse premiado com outra
candidatura ao governo paulista.
Demitida no caso dos cartões
corporativos, a ex-ministra Matilde
Ribeiro é suplente de Marta Suplicy
na chapa favorita ao Senado.
O "deputado do castelo", Edmar
Moreira (PR), confia na reeleição
em Minas. E, no DF, o servidor Agaciel Maia (PTC), cuja mansão serviu
de estopim para a crise no Senado,
decidiu estrear atrás de uma vaga
de deputado distrital -terá a concorrência de sete citados no inquérito do mensalão candango.
Será que o eleitor, afinal, não
acha nada disso escandaloso?
melchiades.filho@grupofolha.com.br
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