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Concessões no Rodoanel
O GOVERNO paulista prepara
a privatização do Rodoanel. A idéia é instalar pedágios nos 32 km do trecho oeste, já em operação, e obter recursos para ajudar na construção da
alça sul -crucial na concepção
da obra por dar acesso ao porto
de Santos sem passar por São
Paulo. A empresa que oferecer
mais pela outorga (o preço mínimo deve ficar perto de R$ 1,6 bilhão) terá direito de explorar essa parte da rodovia por 25 anos.
A gestão José Serra pretende
concluir até o ano eleitoral de
2010 o trecho sul, orçado em R$
3,6 bilhões. Quer ver o contrato
de concessão assinado já em fevereiro de 2008, com cobrança
de pedágio a partir de abril. A tarifa para automóveis de passeio
deve ficar em torno de R$ 4,40.
Pela alça oeste hoje circulam 145
mil veículos por dia, tráfego que
vem crescendo 3,3% ao ano.
É muito mais razoável fazer os
custos de uma rodovia com alto
fluxo de veículos incidirem sobre
os seus usuários do que, por meio
dos impostos, sobre o conjunto
da população. Só que o Rodoanel
tem peculiaridades que precisam ser bem ponderadas. Ele foi
concebido para integrar as estradas que saem da capital e, assim,
aliviar o trânsito de caminhões
nas marginais Tietê e Pinheiros.
Pedágios na rota perimetral
podem dificultar esse objetivo.
Se utilizar a via sair mais caro do
que trafegar pelas marginais, o
Rodoanel correrá o risco de ficar
subutilizado, e as duas principais
artérias da cidade, mais abarrotadas. O governo espera que o
custo do pedágio seja compensado, no cálculo dos motoristas,
pelo trânsito mais fluido e pela
melhor qualidade do Rodoanel.
Se isso não ocorrer, um meio
de compensar o desequilíbrio seria cobrar para circular também
nas marginais. Seja como for, é
importante que sejam previstos
mecanismos para corrigir possíveis desvirtuamentos nas finalidades do Rodoanel após a implantação dos pedágios.
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