São Paulo, quinta-feira, 09 de agosto de 2007

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Concessões no Rodoanel

O GOVERNO paulista prepara a privatização do Rodoanel. A idéia é instalar pedágios nos 32 km do trecho oeste, já em operação, e obter recursos para ajudar na construção da alça sul -crucial na concepção da obra por dar acesso ao porto de Santos sem passar por São Paulo. A empresa que oferecer mais pela outorga (o preço mínimo deve ficar perto de R$ 1,6 bilhão) terá direito de explorar essa parte da rodovia por 25 anos.
A gestão José Serra pretende concluir até o ano eleitoral de 2010 o trecho sul, orçado em R$ 3,6 bilhões. Quer ver o contrato de concessão assinado já em fevereiro de 2008, com cobrança de pedágio a partir de abril. A tarifa para automóveis de passeio deve ficar em torno de R$ 4,40. Pela alça oeste hoje circulam 145 mil veículos por dia, tráfego que vem crescendo 3,3% ao ano.
É muito mais razoável fazer os custos de uma rodovia com alto fluxo de veículos incidirem sobre os seus usuários do que, por meio dos impostos, sobre o conjunto da população. Só que o Rodoanel tem peculiaridades que precisam ser bem ponderadas. Ele foi concebido para integrar as estradas que saem da capital e, assim, aliviar o trânsito de caminhões nas marginais Tietê e Pinheiros.
Pedágios na rota perimetral podem dificultar esse objetivo. Se utilizar a via sair mais caro do que trafegar pelas marginais, o Rodoanel correrá o risco de ficar subutilizado, e as duas principais artérias da cidade, mais abarrotadas. O governo espera que o custo do pedágio seja compensado, no cálculo dos motoristas, pelo trânsito mais fluido e pela melhor qualidade do Rodoanel.
Se isso não ocorrer, um meio de compensar o desequilíbrio seria cobrar para circular também nas marginais. Seja como for, é importante que sejam previstos mecanismos para corrigir possíveis desvirtuamentos nas finalidades do Rodoanel após a implantação dos pedágios.


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