São Paulo, domingo, 09 de agosto de 2009

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EMÍLIO ODEBRECHT

Para manter o rumo certo

QUEM TRAÇA um rumo ancora seus objetivos em uma visão de longo prazo e no imperativo de ser agente do próprio destino. Mas um rumo não é o mesmo que um plano de voo minuciosamente detalhado, com itinerário preciso.
Quem tem um rumo tem um sonho, uma direção a seguir e critérios para proceder na jornada e está livre para aplicá-los conforme a avaliação de cada circunstância, acelerando ou reduzindo a marcha, avançando sobre obstáculos ou contornando-os, tomando atalhos ou seguindo pela estrada principal, desde que não perca de vista o destino escolhido.
O procedimento para enfrentar situações adversas deve ser, sempre, no primeiro momento, encará-las como oportunidades, aguçando a percepção para detectar as forças em jogo e usá-las a favor do próprio propósito, pautando as decisões por mais coragem do que análise, por mais impacto do que técnica.
Os movimentos seguintes, quase concomitantes, serão buscar o autoaperfeiçoamento, desenvolvendo ou reforçando as competências exigidas pelo desafio que se apresenta, e definir prioridades, tendo em mente que nem tudo o que é importante é urgente. Definir prioridades é eleger o que faz diferença, condição para a concentração de esforços e recursos que permitam tirar o melhor partido possível dos ventos que sopram.
Tirar o melhor partido possível dos ventos que sopram é uma forma de subordinar o presente ao futuro, identificando com clareza a situação atual e a situação desejada à frente. Nesse sentido, a sobrevivência é pré-requisito para o crescimento, e este, a condição para que um empreendimento se sustente e se perpetue.
A turbulência que vivemos do segundo semestre do ano passado para cá foi global, comum a todos. Começou localizada, mas se espalhou como uma pandemia. As empresas, como os barcos, no princípio se mostravam muito parecidas. Mas os navegantes fizeram a diferença.
Algumas resistiram; muitas saíram mais fracas; houve quem ficasse pelo caminho, outras se fortaleceram. Agora, os destinos de todas dependem, precisamente, da capacidade de confirmar o quanto são diferentes e de criar valor para clientes que, também eles, lutam para sobreviver.
E quem fará valer a própria diferença? A resposta é simples: quem deu espaço e criou condições para o desenvolvimento dos talentos, enfatizou os investimentos com visão estratégica e agora precisa ter a coragem de continuar sendo o que escolheu ser, fiel a seus princípios e valores, criativo para inventar novas formas de seguir no rumo traçado.


EMÍLIO ODEBRECHT escreve aos domingos nesta coluna.

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