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EMÍLIO ODEBRECHT
Para manter o rumo certo
QUEM TRAÇA um rumo ancora seus objetivos em uma
visão de longo prazo e no
imperativo de ser agente do próprio destino. Mas um rumo não é o
mesmo que um plano de voo minuciosamente detalhado, com itinerário preciso.
Quem tem um rumo tem um sonho, uma direção a seguir e critérios para proceder na jornada e está livre para aplicá-los conforme a
avaliação de cada circunstância,
acelerando ou reduzindo a marcha,
avançando sobre obstáculos ou
contornando-os, tomando atalhos
ou seguindo pela estrada principal,
desde que não perca de vista o destino escolhido.
O procedimento para enfrentar
situações adversas deve ser, sempre, no primeiro momento, encará-las como oportunidades, aguçando a percepção para detectar as
forças em jogo e usá-las a favor do
próprio propósito, pautando as
decisões por mais coragem do que
análise, por mais impacto do que
técnica.
Os movimentos seguintes, quase
concomitantes, serão buscar o autoaperfeiçoamento, desenvolvendo ou reforçando as competências
exigidas pelo desafio que se apresenta, e definir prioridades, tendo
em mente que nem tudo o que é
importante é urgente. Definir prioridades é eleger o que faz diferença,
condição para a concentração de
esforços e recursos que permitam
tirar o melhor partido possível dos
ventos que sopram.
Tirar o melhor partido possível
dos ventos que sopram é uma forma de subordinar o presente ao futuro, identificando com clareza a
situação atual e a situação desejada
à frente. Nesse sentido, a sobrevivência é pré-requisito para o crescimento, e este, a condição para
que um empreendimento se sustente e se perpetue.
A turbulência que vivemos do
segundo semestre do ano passado
para cá foi global, comum a todos.
Começou localizada, mas se espalhou como uma pandemia. As
empresas, como os barcos, no princípio se mostravam muito parecidas. Mas os navegantes fizeram a
diferença.
Algumas resistiram; muitas saíram mais fracas; houve quem ficasse pelo caminho, outras se fortaleceram. Agora, os destinos de todas
dependem, precisamente, da capacidade de confirmar o quanto são
diferentes e de criar valor para
clientes que, também eles, lutam
para sobreviver.
E quem fará valer a própria diferença? A resposta é simples: quem
deu espaço e criou condições para
o desenvolvimento dos talentos,
enfatizou os investimentos com visão estratégica e agora precisa ter a
coragem de continuar sendo o que
escolheu ser, fiel a seus princípios e
valores, criativo para inventar novas formas de seguir no rumo
traçado.
EMÍLIO ODEBRECHT escreve aos domingos nesta
coluna.
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