São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2008

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Editoriais

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Crise no debate

O SEGUNDO debate entre os candidatos à Presidência dos Estados Unidos, na noite de terça, foi particularmente difícil para o candidato republicano, John McCain. Sua campanha enfrenta grandes dificuldades desde o agravamento da crise econômica. Para ele, é difícil se distanciar da imagem do presidente George W. Bush. Além disso, McCain não conseguiu mostrar uma alternativa à atual política econômica do seu companheiro de partido.
A crise, como era de esperar, ocupou quase dois terços do confronto. Melhor para o democrata Barack Obama, que só precisou manter a corrida eleitoral no seu curso, que lhe é favorável. Desde o agravamento da crise, pesquisas apontam que a situação econômica passou a ser a preocupação central dos eleitores. O repúdio ao continuísmo republicano é mais natural nesse cenário.
Não foi à toa que Obama caracterizou as eleições de 4 de novembro como "o veredicto final para a política econômica fracassada dos últimos oito anos". De forma previsível, o democrata tentou associar o oponente ao presidente Bush, que bate recordes de impopularidade.
Cabia a McCain tentar reverter a situação desfavorável com uma performance excepcional. Não conseguiu. Pesquisa CNN apurou que 54% dos espectadores consideraram que Obama se saiu melhor, contra 30% que apontaram McCain.
Restou ao republicano a difícil tarefa de afastar-se do legado de Bush e de mostrar que é independente em seu próprio partido. McCain conseguiu, no entanto, melhorar sua performance na parte final do encontro, quando a política externa -seu ponto forte- entrou na pauta.
Com um formato de debate planejado para permitir frases de efeito e evitar que os candidatos se arriscassem, a discussão foi morna. Decerto não conseguiu alterar o rumo da campanha. Além de estar à frente na preferência dos eleitores, Obama agora avança em Estados-chave como Colorado, Ohio e Florida. No colégio eleitoral americano, serão sobretudo eles que vão definir o próximo presidente.


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