São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 2008

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CLÓVIS ROSSI

Um cenário 2008 para 2010

HAIA - O governador Eduardo Campos (PSB-Pernambuco) tem uma boa teoria para explicar o renascimento desse Freddy Krueger da política que é a re-reeleição de Lula: o governo está forte, muito forte, mas não tem um candidato forte (ou, como prefere Campos, "candidatos naturais").
Já a oposição está "fraca de projetos", mas tem candidatos fortes ou aparentemente fortes. O lógico é que o governismo busque tapar o seu vazio com a sua grande força (Lula).
Antes de continuar, é bom dizer que Eduardo Campos não é favorável nem ao terceiro mandado nem, muito menos, ao relançamento da tese neste momento. Portanto, não está teorizando em defesa de uma determinada posição pessoal.
E jura que não tem interesse em que caia a tese da re-reeleição, para que possa ser candidato. Pela sua idade (42), acho que não é mesmo candidato, a não ser à própria reeleição. Política tem fila, embora nem sempre respeitada.
O governador conta também que, nas conversas com Lula em que apareceu o tema do terceiro mandato, o presidente foi sempre firme em rejeitar a hipótese, o que não é usual nele. O hábito do presidente, desde, aliás, os tempos de liderança sindical, é o de ouvir, sentir o interlocutor, ver para onde sopra o vento na conversa, e só depois fechar questão.
Campos conta também que, ontem, no carro que o levava do aeroporto de Roterdã ao hotel em que se hospeda em Haia, o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, fez questão de telefonar para o Brasil para conferir se era verdade que algum on-line havia informado que, na reunião com o pessoal do PDT, Lula havia dito que romperia com o PT se o PT levasse avante a idéia do terceiro mandato. Era.
Tudo somado, volta-se, pois, à tese de oposição fraca/candidatos fortes x situação forte/sem candidato ainda.

crossi@uol.com.br


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