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CLÓVIS ROSSI
Um cenário 2008 para 2010
HAIA - O governador Eduardo
Campos (PSB-Pernambuco) tem
uma boa teoria para explicar o renascimento desse Freddy Krueger
da política que é a re-reeleição de
Lula: o governo está forte, muito
forte, mas não tem um candidato
forte (ou, como prefere Campos,
"candidatos naturais").
Já a oposição está "fraca de projetos", mas tem candidatos fortes ou
aparentemente fortes.
O lógico é que o governismo busque tapar o seu vazio com a sua
grande força (Lula).
Antes de continuar, é bom dizer
que Eduardo Campos não é favorável nem ao terceiro mandado nem,
muito menos, ao relançamento da
tese neste momento. Portanto, não
está teorizando em defesa de uma
determinada posição pessoal.
E jura que não tem interesse em
que caia a tese da re-reeleição, para
que possa ser candidato. Pela sua
idade (42), acho que não é mesmo
candidato, a não ser à própria reeleição. Política tem fila, embora
nem sempre respeitada.
O governador conta também que,
nas conversas com Lula em que
apareceu o tema do terceiro mandato, o presidente foi sempre firme
em rejeitar a hipótese, o que não é
usual nele. O hábito do presidente,
desde, aliás, os tempos de liderança
sindical, é o de ouvir, sentir o interlocutor, ver para onde sopra o vento
na conversa, e só depois fechar
questão.
Campos conta também que, ontem, no carro que o levava do aeroporto de Roterdã ao hotel em que se
hospeda em Haia, o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, fez
questão de telefonar para o Brasil
para conferir se era verdade que algum on-line havia informado que,
na reunião com o pessoal do PDT,
Lula havia dito que romperia com o
PT se o PT levasse avante a idéia do
terceiro mandato. Era.
Tudo somado, volta-se, pois, à tese de oposição fraca/candidatos
fortes x situação forte/sem candidato ainda.
crossi@uol.com.br
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