São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Ministérios
"A reportagem "CNI defende reforma ministerial" (coluna "Mercado aberto", Dinheiro, 9/6) merece esclarecimentos. Em nenhum momento declarei ao jornalista Guilherme Barros que defendia a saída do governo do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, do ministro da Previdência, Romero Jucá, e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. O texto publicado pode dar margem à interpretação de que eu tenha defendido essas mudanças, o que não é verdade. Aliás, no segundo parágrafo, o próprio colunista escreve: "Monteiro não quis citar nomes que, a seu ver, deveriam ser mudados na equipe ministerial.' As minhas declarações estão corretas e se encerram no parágrafo que termina com a frase "os fundamentos da economia estão razoavelmente sólidos e o governo tem condições de superar a crise". Talvez o colunista tenha recebido de outros empresários, que optaram pelo "off", a sugestão dessas mudanças e optou por especulá-las na reportagem em que defendo a reforma ministerial. Para finalizar, vale ressaltar que é de competência exclusiva do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o ato de nomear, exonerar e demitir quem quer que seja no governo."
Armando Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria (Brasília, DF)

Mensalão
"O PT vinha já de longo tempo almejando o poder maior da política brasileira, mas não sabia que ainda não estava preparado para governar o Brasil com todos os seus problemas políticos, estruturais, culturais e socioeconômicos. O PT é ainda uma colcha de retalhos. Então, para se segurar lá no poder, precisou fazer coligações com legendas "camaleônicas" que praticam política como meio de vida. O PT achava que, como a corrupção reina no Brasil desde o Império, seria fácil conviver com ela e se segurar no poder. Mas os políticos esqueceram que o Brasil está mudando. A imprensa está mais atuante e a sociedade está mais esclarecida. Que sirva de lição para o próximo partido que chegar ao poder."
Luiz Antonio Pratali (Santos, SP)

 

"As denúncias do deputado Roberto Jefferson não podem ser meramente apuradas por uma comissão formada pela Câmara, onde os próprios investigadores são também os investigados. E agora vem o senhor Delúbio Soares oferecer o seu sigilo bancário e fiscal, como se ele estivesse bancando a farra com seu próprio dinheiro. É claro que o Ministério Público tem que entrar nas investigações, começando por fiscalizar as finanças do partido e, depois, qual é a verdadeira origem desse dinheiro que bancava essa mesada."
Antonio Agostinho Lopes (Recife, PE)

Usina
"A propósito da reportagem "Severino faz lobby a favor de usina de amigo" (Brasil, 3/6), presto, como diretor-superintendente da Destilaria Gameleira S.A., as seguintes informações: 1. O deputado Armando de Queiroz Monteiro Neto, presidente da CNI, não tem nenhuma ligação -seja de natureza societária, administrativa ou comercial-com a Destilaria Gameleira S.A.; 2. As alegações de que a Destilaria Gameleira se utilizou, em algum momento, de trabalho escravo ou degradante não condizem com a habitual orientação de apego à verdade, característica que sempre destacou esse jornal. Jamais a Destilaria Gameleira sofreu autuação por sujeitar seus trabalhadores a condições degradantes ou análogas às de escravidão. Os autos de infração referidos na reportagem, que, indevidamente, serviram de supedâneo à inscrição no Cadastro de Empregadores de Trabalho Escravo, em nada refere a essas condições, as quais todos nós repudiamos veementemente. 3. Não obstante a certeza de inexistência de trabalho em condições degradantes ou análogas às de escravidão, pontificamos que todos os autos de infração que embasaram a impertinente e descabida inscrição foram lavrados em 25 de janeiro de 2001 e que, de outro lado, a lei nº 10.803/2003, que especificou as hipóteses tipificadoras dessas infrações, só foi editada em 11 de dezembro de 2003, ou seja, um ano e dez meses depois da lavratura dos autos de infração. Não poderia, obviamente, nenhum auto de infração anterior à citada lei antecipar os termos da legislação à época inexistente. 4. Ainda que os processos administrativos relativos aos autos de infração lavrados em 25/1/2001 tenham tramitado normalmente, a Destilaria Gameleira jamais foi instada a responder sobre o novo procedimento -qual seja, o de inscrição no referido Cadastro de Empregadores de Trabalho Escravo-, tudo em total desrespeito às constitucionais garantias do direito de ampla defesa e do contraditório. Assim, diferente não foi o entendimento do juízo da 7ª Vara do Trabalho de Brasília, que, apreciando as razões acima, as provas conduzidas aos autos e as informações prestadas pela Secretaria de Inspeção e Fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, reconheceu liminarmente o descabimento da inscrição da Destilaria Gameleira no citado cadastro."
Eduardo de Queiroz Monteiro, diretor-superintendente da Usina Gameleira (Recife, PE)

Reposta da jornalista Elvira Lobato - Ao afirmar que a Destilaria Gameleira foi autuada por submeter trabalhadores a condições análogas à de escravidão, a reportagem baseou-se em informação oficial do Ministério do Trabalho, segundo o qual a empresa foi autuada por tal motivo em três ocasiões: em 1997, quando 45 trabalhadores foram retirados da propriedade pela fiscalização; em 2001 (76 trabalhadores retirados) e em 2003 (272 trabalhadores retirados).

Apresentadora
"Em relação à nota "Ironia" (Ilustrada, 18/5) esclareço alguns pontos. Sou jornalista formada, atuei 23 anos como atriz no teatro -fui premiada em algumas peças infantis-, atuei em mais de mil comerciais para TV e cinema e há dez anos apresento um programa interno para uma renomada empresa multinacional. Construí com muito orgulho e honestidade uma carreira sólida, limpa e respeitada. Portanto o fato de ter atuado como atriz em alguns quadros do programa do apresentador Silvio Santos está muito distante da informação maliciosa e distorcida do colunista Daniel Castro. Como dever ético, deve o jornalista tratar os assuntos com responsabilidade para que não ocorra manipulação de informações que venham denegrir pessoas. A nota citada, além de maliciosa, envolve meu nome num assunto infeliz que o país vive atualmente, pois, nos últimos dias, a mídia está voltada para notícias de esquemas de corrupção entre políticos que são retratadas por meio de gravações que utilizam "câmeras escondidas". Deixo registrada a minha indignação com a publicação dessa nota, fato que me causou constrangimento em meu trabalho, com meus companheiros de equipe e em minha vida privada, em especial no seio de minha família."
Daliléa Ayala (São Paulo, SP)

Toque de recolher
"Um projeto de lei aprovado por vereadores de Campinas determina que bares da cidade fechem as portas às 23h. Essa é tipicamente uma atitude brasileira. Incapaz de conter o crime, a prefeitura impede que a população se divirta. Como sempre, o Estado age contra o povo e a favor dos bandidos. Estou aqui pensando no que vou fazer após as 23h se não puder sentar num bar com meus amigos. Talvez comece a roubar carros, a pichar... Não haverá testemunhas nas ruas mesmo. Pensando bem, por que não se dá um toque de recolher de uma vez por todas?"
José Carlos Baracat Júnior (Campinas, SP)


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