São Paulo, quarta, 10 de junho de 1998

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PAINEL DO LEITOR

Em busca do futuro
"Já há alguns meses venho fazendo uma análise das notícias que leio todos os dias na Folha. Quanto mais eu leio, mais burra me sinto, pois cresci acreditando que existe um só Deus e, quando leio "projetos para o ano 2020' ou para sei lá quando, começo a acreditar que existe muita gente brincando de ser Deus. Será que essas pessoas não conseguem enxergar que sem presente não há futuro?
Planejar para o futuro é ótimo, mas onde está o equilíbrio do presente?"
Lenira Alves de Moraes (São Paulo, SP)

Prefeitura de São Paulo
"É absurda e inadmissível a decisão da prefeitura de fechar os acessos "secundários' ao parque Ibirapuera em nome de maior segurança. A incompetência administrativa para uma efetiva vigilância e a irresponsabilidade para com os direitos do cidadão já são marcas registradas da gestão Pitta.
A facilidade de acesso é um dado imprescindível ao belíssimo projeto de Oscar Niemeyer para a garantia de integração urbana e do uso democrático do mais querido espaço de lazer da cidade.
A próxima providência de Pitta há de ser cortar nossas pernas!"
Clarice Mester (São Paulo, SP)

"Cumprimento o prefeito Celso Pitta pela corajosa iniciativa de remanejamento dos ambulantes do centro velho da capital, medida indispensável à sua recuperação, por todos desejada."
Marco Antonino Moraes Amaral (São Paulo, SP)


Para vencer a Copa
"O Brasil é seguramente o país que possui o maior número de craques do futebol. Poderíamos formar meia dúzia de times para vencer uma Copa do Mundo! Ganharemos com toda a certeza com a seleção de Zagallo? A resposta é não, porque o futebol é esporte de conjunto.
Não houve tempo para treinos de conjunto porque a maioria dos craques é composta por "estrangeiros'.
Zagallo errou não escolhendo 80% dos craques por aqui mesmo. Assim poderíamos treinar toda semana."
Tito Livio Fleury Martins (São Paulo, SP)

Conselho aos deputados
"Permita-me transmitir um conselho à Câmara dos Deputados. Vocês, "excelências', precisam aprender a cassar outra coisa, não só os direitos do povo brasileiro, como na reforma da Previdência. É lamentável: enquanto se absolve a corrupção, tolhem-se direitos dos que pagam os desmandos."
Elio Miler (Barretos, SP)

Provão
"Sou estudante de direito na UFMG e gostaria de manifestar o meu desprezo pela atitude tomada pela UNE que impediu judicialmente que nós realizássemos o provão no último domingo. Essa atitude, além de confirmar a carência de um mínimo teor de representatividade por parte dessa entidade e a impressão de que sempre é movida por interesses políticos estranhos aos da maioria dos estudantes universitários, demonstra a covardia e a má-fé que têm pautado as suas ações nos últimos tempos."
Mário Alves Medeiros (Belo Horizonte, MG)

Indecisão no PT
"José Dirceu, no artigo "O país quer um novo governo' (pág. 1-3, Opinião, 6/6), afirmou: "O desemprego torna-se um pesadelo, e a política de juros altos, uma ameaça às pequenas e médias empresas brasileiras'.
Aloizio Mercadante, em encontro de economistas (pág. 1-4, Brasil, 6/6), afirmou: "O Brasil não tem condições de baixar os juros'.
Em quem o eleitor deve confiar? No José Dirceu (articulação/PT) ou no Aloizio (articulação/PT)?"
Walter Miranda (Araraquara, SP)

Esquizofrenia
"É muita responsabilidade a publicação de certas afirmativas, como na reportagem referente à trágica morte da psicóloga Rosa, assassinada por seu filho adotivo. Jamais se podem generalizar essas questões. Cria-se em cima da palavra "esquizofrenia' o estigma da violência, como se toda pessoa que tivesse essa doença fosse um violento em potencial. O doente mental não é criminoso nem perigoso. O doente mental muitas vezes é vítima."
Geraldo Peixoto (São Paulo, SP)

Privatização
"Quem leu com um mínimo de atenção e discernimento a entrevista do atual ministro das Telecomunicações, Mendonça de Barros, e em seguida o artigo do professor Luciano Coutinho sobre a privatização da Telebrás, ambos publicados no caderno Dinheiro de 7/6, fica convencido da criminosa entrega ao controle do capital estrangeiro do sistema de comunicações brasileiro, com enorme prejuízo à nação.
O Congresso Nacional tem o dever de urgentemente interromper tal privatização, investigar e se for o caso punir os responsáveis por tamanha traição aos reais interesses do povo brasileiro."
Pedro Paulo Becker (Campinas, SP)

Justiça
"A coluna de ontem de Luiz Caversan, "Preto pobre fica preso' (pág. 1-2, Opinião), estava de chorar. Com um exemplo revoltante, retrata a podridão das instituições brasileiras, sempre discriminatórias, vis e purulentas.
Em época de palavras tão novas como globalização, qualidade total, superioridade tecnológica etc., a velha e boa palavra justiça já não existe mais."
Camila Dammann (São Paulo, SP)

A favor de Ratinho
"A reportagem da Ilustrada de 8/6, envolvendo denúncias de pessoas atendidas pelo programa "Ratinho Livre', vem revestida de profunda injustiça e falta de responsabilidade jornalística. Não falo como defensor do Ratinho, até acho que ele não precisa desse tipo de defesa.
A reportagem mostra três casos que não deram certo. Entretanto deixou de falar nos inúmeros outros casos em que as pessoas tiveram os seus problemas resolvidos. Até a reportagem feita com a mulher que teve os olhos furados pelo marido foge da verdade e procura apenas o lado negativo. É óbvio que o programa não poderá nunca resolver os problemas de todos."
Cyllêneo Pessoa Pereira (São Paulo, SP)

Polêmica
"Desde que o livro "Carlos Marighella - O Inimigo Número Um da Ditadura Militar' foi lançado que o economista Paulo de Tarso tenta estabelecer polêmica que o tenha como centro. O livro, de minha autoria, é sobre Marighella, um dos maiores personagens da história recente do Brasil, e não sobre o economista. Sobre este, o texto ocupa-se em alguns momentos, a partir de fontes de absoluta credibilidade, e tem o cuidado de considerar a versão que ele repete "ad nauseam', como o fez agora, no Mais! de 7/6.
Quando se der ao cuidado de ler o livro, observará que foi tratado com todo o respeito que merecem os que combateram a ditadura e que experimentaram a tortura. Fiz o livro em menos de seis meses, mas isso é da economia interna do autor, e o leitor, em cuja condição ele ainda não se inscreveu, é que pode julgar o trabalho.
Essa rapidez só foi possível devido não só à minha experiência jornalística como também ao fato de que acumulo conhecimento de há muito sobre Marighella. Quanto a me processar, o economista é livre para tanto. Já conheci disso, e bem, e em momentos bem mais difíceis."
Emiliano José da Silva Filho (Salvador, BA)



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