São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Viagens eleitorais
"Com relação às notas "Carnaval paulistano" e "Fim de semana prolongado", publicadas na coluna "Painel" em 8/8 (Brasil, pág. A4), sobre a participação da prefeita Marta Suplicy em agenda eleitoral, gostaria de manifestar minha estranheza quanto ao tratamento desigual dispensado à prefeita em comparação ao governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição. Alckmin, que não se licenciou do cargo, participou de uma importante atividade de campanha do PSDB em horário de expediente quando tomou parte na reunião dos governadores do PSDB com Serra. O encontro, ocorrido no dia 24 de julho passado, uma quarta-feira, em Brasília, não motivou nenhum comentário desse "Painel". Marta Suplicy pertence à Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores, participa da coordenação de campanha de Lula e, como expoente do partido em âmbito nacional, tem participado da campanha no Estado e no país por entender a importância desse momento político -a eleição do novo presidente do Brasil. Sua participação é fundamental, uma vez que representa ainda um modelo de gestão dos mais representativos do Brasil. Marta Suplicy tem compatibilizado sua agenda à frente da Prefeitura de São Paulo com a agenda eleitoral. Não há sentido em dizer que ela não "trabalha" às sextas-feiras se sua agenda como prefeita estende-se frequentemente ao período noturno e praticamente a todos os finais de semana. É, no mínimo, simplória a leitura de que a prefeita, estando eventualmente em outras cidades ou Estados, deixe de ser prefeita e de cuidar e de zelar pela cidade de São Paulo."
José Américo Ascêncio Dias, secretário municipal de Comunicação e Informação Social (São Paulo, SP)

ONG
"A reportagem "ONG precisa explicar destino dado a doação" (Brasil, pág. A12, 7/8) afirma que a Organização de Cultura e Cidadania (Occa) pediu um prazo de 60 dias para "abrir sua contabilidade fiscal" ao Tribunal de Contas do Município. Não é verdade. O prazo pedido foi de 20 dias. O texto informa também que o TCM "tenta obter informações" desde julho. O mais correto seria informar que o TCM pediu essas informações há uma semana. Outra incorreção: a verba destinada pela Enterpa ao projeto "50 Horas de Cultura e Esporte" não é uma "doação". A empresa patrocinadora pode abater até 70% no IPTU e no ISS, conforme estabelece a Lei Mendonça de Incentivo à Cultura. Isso vale para qualquer projeto aprovado, e não apenas para os da Occa. A reportagem omite ainda que o "denunciante" Carlos Alejandro Martinez foi condenado e cumpriu pena de prisão, em 1996, por crime de denunciação caluniosa (art. 339 do Código Penal). A falta de rigor nas informações pode, muitas vezes, prejudicar pessoas e entidades que desenvolvem trabalho sério e importante para centenas de jovens e adolescentes."
Maria Inês da Silva, presidente da Organização de Cultura e Cidadania -Occa (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Lilian Christofoletti - Diferentemente do que afirma a presidente da Occa, o escritório Contécnica, que representa o grupo, pediu 60 dias para apresentar todos os relatórios contábeis e informou não haver "nenhuma possibilidade" de antecipar esse prazo. Em 20 dias, o escritório se comprometeu a entregar os extratos bancários e as despesas efetuadas.

Campanha
"Janio de Freitas, em sua coluna de 7/8 ("Sinais subterrâneos", pág. A5), ao citar meu nome, omite informações importantes que acabam por induzir a erro grave. Diz o jornalista: "O que a Bahia ouve são as vozes de Antonio Carlos Magalhães e Ciro Gomes, em horas e horas de entrevistas conjuntas pela rádio do ex-prefeito Mário Kertész". A verdade é a seguinte: 1. A entrevista foi feita com Ciro Gomes exclusivamente. Antonio Carlos Magalhães, apesar de estar no estúdio, não disse nada em nenhum momento. 2. Ciro foi o último dos presidenciáveis a comparecer à rádio Metrópole no meu programa. 3. Todos contaram com o mesmo tempo -duas horas. Lula foi o primeiro entrevistado. José Serra foi o segundo, e Ciro Gomes foi o terceiro. O candidato Garotinho tem o mesmo tempo assegurado, esperando-se apenas que ele venha à Bahia."
Mário Kertész, rádio Metrópole (Salvador, BA)

Escuridão
"Constrangedora a suspensão do fornecimento de energia à UFRJ. As demais universidades federais também padecem de dificuldades em sua manutenção e há que se reconhecer o esforço de seus reitores na busca de recursos, na racionalização de gastos e no corte de despesas não-essenciais. Igualmente há que se reconhecer os esforços do ministro Paulo Renato para a suspensão do contingenciamento de recursos de manutenção para que as universidades federais não sejam obrigadas a dispensar seus estudantes, seguindo o exemplo do Exército brasileiro com os recrutas."
Paulo Speller, reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (Cuiabá, MT)

Fenômeno
"Ronaldo, o "Fenômeno", parece ser um gênio dentro das quatro linhas e desastroso nas palavras. Afinal, após a consagração na Copa -em que foi o artilheiro absoluto-, ele já cometeu vários pecados com as palavras. Primeiro, demonstrou ingratidão e desrespeito ao responder duramente ao técnico "Felipão" -talvez o único que acreditasse em sua recuperação para a Copa do Mundo. Agora, em total ingratidão com a Internazionale de Milão, declarou que não queria continuar na equipe e pretende transferir-se para o Real Madri. O clube pagou-lhe salários durante quase três anos sem que ele jogasse e, agora, já recuperado, ele o despreza."
Rodrigo Feitosa Dolabela Chagas (Belo Horizonte, MG)

Cotas para negros
"O candidato Ciro Gomes quer ser presidente da República, mas não sabe o que vem a ser políticas de ação afirmativa ao declarar ser contra as "cotas para negros". Os negros representam 45% da população e têm a seu favor a quase totalidade do imenso passivo social brasileiro. Ele fala em mérito numa sociedade de cultura ibérica em que o que sempre prevaleceu foi o privilégio de alguns, jamais o verdadeiro mérito. Parece não saber o que vem a ser reparação histórica. Propõe a retomada do desenvolvimento desconsiderando que, quando há crescimento econômico, os negros não são absorvidos. Há que fazer um "curso de Brasil" para pleitear a Presidência."
Hélio Santos (São Paulo, SP)



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