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FERNANDO DE BARROS E SILVA
CorrupTur
SÃO PAULO - O mundo está de pernas para o ar e Londres, literalmente, pega fogo. O que segue no lugar
de sempre é a corrupção brasileira.
A PF desbaratou ontem mais
uma quadrilha no cafofo do Turismo. Este é um daqueles ministérios-cumbuca, que serve à roubança capilarizada, onde todo mundo
dá um jeitinho de meter a mão.
É ótimo que a PF esteja fazendo o
seu trabalho. Mas fica, ao mesmo
tempo, a sensação de que o país
nessa área está enxugando gelo.
Trata-se, mais uma vez, de um
caso envolvendo desvio de dinheiro de emenda parlamentar. Em torno de R$ 3 milhões da verba que deveria, supostamente, servir à "capacitação" de profissionais do turismo em Macapá foram destinados
a empresas de fachada. É um esquema já clássico de pilhagem, do
qual a pasta do Turismo se tornou
uma espécie de agência de viagem.
Entre 33 pessoas, foram presos o
atual número 2 e o ex-secretário-executivo do ministério. Não há,
por ora, evidências de que o ministro Pedro Novais (PMDB) esteja diretamente implicado no episódio.
Novais é o deputado maranhense que usou verba de gabinete para
pagar uma noitada no Motel Caribe, arredores de São Luís, caso que
veio à tona em dezembro. O ministro não deveria ter assumido o cargo. Sua presença à frente da pasta é
uma espécie de cartão de visita a indicar a vocação do lugar.
Diferentemente do que se passou
nos Transportes, desta vez o alvo
não é o PR, mas o consórcio entre
PMDB e PT. Há diferenças substantivas entre eles? E semelhanças?
O Turismo é uma pasta periférica. Além de abrigar falcatruas,
emendas para eventos suspeitos e
patrocinar favores a apaniguados,
para que serve esse ministério?
Não há como resgatá-lo da cultura da corrupção? A Copa não será
suficiente para dar ao Turismo uma
feição mais séria, um papel estratégico ou menos decorativo, de fato
público? Como existe hoje, melhor
extingui-lo logo. Seria uma economia de dinheiro e de vexames.
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