São Paulo, segunda-feira, 10 de outubro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice PAINEL DO LEITOR Contagiosos "Ao contrário do que disse o presidente Lula sobre os deputados petistas que poderão ser cassados, penso que eles sejam, sim, "contagiosos". Os políticos alvo de cassação, se esta for justificada, são disseminadores do pior vírus social que um país pode enfrentar. Vírus que mata os doentes -inclusive crianças e idosos- devido à falta de recursos para a saúde pública, que mata a esperança da nossa juventude devido à falta de investimentos em educação, que mata as famílias, que se desagregam pela emigração e pela migração pois os recursos necessários aos investimentos "voam" para os paraísos fiscais. Esses políticos contagiam nossa formação como nação, já que os corruptos, via de regra, acabam "se dando bem". Para quem não tem caráter, o que são alguns anos de cadeia desde que o fruto do roubo permaneça intocável, garantindo o futuro de sua família? O que esperar quando o país tem um presidente que pensa dessa forma?" Aldo C. Antonio (São José dos Campos, SP) São Francisco "O projeto de transposição das águas do rio São Francisco é uma aberração. Antes de mais nada, foi uma idéia plantada de cima para baixo, exatamente do modo contrário ao prometido na campanha presidencial, quando o então candidato Lula assegurou que o plano seria amplamente debatido com a sociedade antes de qualquer decisão. Este é o modo petista de debate: ouvir todo mundo e, no final, fazer o que já estava previsto mesmo." Paulo Marcelo Santos Sobral (Aracaju, SE) Casas de parto "Acredito que seja importante abrir espaço para o assunto das casas de parto na mídia (Equilíbrio, 6/10), mas, infelizmente, não posso concordar com o fato de que a ênfase tenha sido dada ao lado "bom" dessas instituições. Como estudante de medicina, aprendi na faculdade que nossa profissão existe principalmente para as diversas situações que um mesmo procedimento pode apresentar. Se o parto fosse algo que a natureza desse conta de resolver sozinha, a ginecologia e a obstetrícia não teriam razão de existir. Não consigo entender por que se pensa que "humanizar o parto" passa pela possibilidade de correr o risco de perdermos vidas apenas para que a mãe não passe por alguns procedimentos básicos. Como mulher e possível futura mãe, não tenho dúvidas: incômodo um parto sempre vai ser. É mais sensato tornar esse momento mais seguro do que preferir torná-lo menos incômodo. Ver despontar no "mercado" mais um serviço que não garante nossa segurança, num país onde as pessoas já não têm a assistência de saúde que deveriam ter, é de partir o coração. Isso, sim, é desumano!" Viviane Akerman Stefanelli (Rio de Janeiro, RJ) Armas "Extremamente lamentável a posição dessa Folha no não menos lamentável referendo sobre a comercialização de armas e munições no país ("Pelo "sim" no referendo", Opinião, 9/10). Independentemente do que alguns preconizam -que, se for proibido o comércio de armas e munição, os criminosos terão mais liberdade para praticar seus crimes-, a proibição irá aumentar ainda mais o contrabando no Brasil e, por conseqüência, seus efeitos deletérios. Balas se comprarão nas esquinas como se drogas fossem. Há tempos não vemos nos jornais ou na TV notícias sobre assassinatos por motivos banais, como brigas no trânsito ou discussões em bares pelo destempero dos efeitos do álcool? O porte de arma já é proibido, e o Estatuto de Desarmamento, em vigor desde 2003, já restringe -e muito- a questão das armas, imputando penas severas aos infratores. O melhor é votar "não" no referendo. As restrições mais forte às armas e às balas já estão intrínsecas no Estatuto do Desarmamento sem contrariar direitos fundamentais do cidadão brasileiro." José Eduardo Victor (Jaú, SP) "Causou-me espécie ler ontem o artigo do "jornalista" Lula defendendo o "sim" no próximo referendo ("Mais vida, menos armas'). Ele deveria recolher-se à sua omissão! Afinal, o referendo vai gastar mais do que o seu omisso governo gastou em segurança pública neste ano. Parece-me que há um terrorismo contra a venda de armas, pois os armamentos que os traficante possuem (AR-15, granadas, metralhadoras etc.) não se encontram à venda nas melhores lojas do ramo. Eles entram no país via contrabando. A omissão do governo Lula é tanta que até o presente não foram construídos presídios federais de segurança máxima. Pergunto: o que o omisso governo Lula vem fazendo pela segurança das fronteiras? O que o omisso governo Lula vem fazendo pela segurança pública?" Neli Aparecida de Faria (São Paulo, SP) "O ombudsman Marcelo Beraba acertou a mão mais uma vez ("As armas da imprensa", Brasil, 9/10). Anotou com precisão que a propaganda oficial sobre o referendo de 23/10 está repleta de distorções e de mistificações. E o artigo do presidente Lula publicado ontem é a melhor demonstração disso. Quando o presidente da República, chefe da União, assina um artigo em que reduz o gigantesco problema da violência brasileira às armas legalmente existentes no Brasil, temos a indicação precisa de quanto a propaganda do governo é enganosa." Flávio Albernaz (São José dos Campos, SP) Lugar horrível "Leio com freqüência nos jornais argumentos de defensores do aborto, tanto nas colunas de jornalistas como nas seções de cartas dos leitores. Muitas vezes invoca-se a necessidade de ajudar moças pobres a abortar com segurança e garantia de assistência médica. É estranho como existe tanta gente disposta a ajudar os outros a morrer, e não a viver. Por que tanta gente se prontifica a defender -ou até prescrever- o aborto para mulheres pobres e ninguém se apresenta para ajudar essas mulheres, fornecendo-lhes assistência material e moral para que possam ter seus filhos? Esses defensores do aborto, de forma inconsciente, estão atestando como o mundo vem se tornando um lugar horrível para viver." Pedro de Araújo Meira (Fortaleza, CE) Futebol "Definitivamente, a semana passada não foi boa para nós, são-paulinos, em relação ao Internacional de Porto Alegre. Se, no campo, perdemos de 3 x 0, na "Tendências/Debates" (pág. A3) de sábado levamos uma surra ainda maior. Enquanto o presidente do time gaúcho, em artigo bem escrito, mostrou o erro do todo-poderoso senhor Zveiter, que não teve coragem nem vontade de ser justo, o presidente do São Paulo preferiu a vassalagem rasteira, bajulando esse arbitrário presidente do "Tribunal do Eu Sozinho", que faz muito mais mal ao futebol brasileiro que o ex-árbitro desonesto." Clodomiro Vergueiro Porto Filho (São Paulo, SP) Texto Anterior: Pedro Corrêa da Lago: Mil dias na Biblioteca Nacional Próximo Texto: Erramos Índice

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