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PAINEL DO LEITOR
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US$ 700 bi
"Assim como Clóvis Rossi ("Vertigem", Opinião, ontem), eu também
andava muito preocupado com o
tema e, após muito pesquisar, acho
que descobri finalmente "quem" é o
tal dos US$ 700 bilhões.
O sujeito é "toda" (sim, toda) a
produção nacional de carros, desde
os anos JK até os dias de hoje.
Se todos os carros já produzidos
no Brasil nestes 50 anos fossem
vendidos hoje (a preços de hoje), os
US$ 700 bilhões seriam suficientes
para comprar "todos" eles, e ainda
sobrava troco.
Supondo que os 190 milhões de
brasileiros formassem 63 milhões
de famílias (um pai, uma mãe e um
filho), esses US$ 700 bilhões poderiam colocar um carro popular na
garagem de cada uma de "todas" as
casas do Brasil!"
LUIZ MENDONÇA (São Paulo, SP)
ONGs
"Uma maneira de ver o problema
das ONGs no Brasil é a do professor
Paul Singer no artigo "A crise das
ONGs e das políticas sociais" ("Tendências/Debates", 8/10), que pondera sobre a necessidade de o Estado equilibrar o controle da aplicação de seus recursos com a necessidade de agilidade de ação destas organizações. Uma outra maneira, radicalmente oposta, e que é a que eu
prefiro, é constatar a contradição
inata entre governos e ONGs.
Se uma organização se denomina
"não-governamental", ela deve ter
independência dos governos. Milhares de ONGs fazem grandes trabalhos no Brasil, mas elas precisam
se manter com recursos captados
na sociedade civil.
O Estado deve cumprir suas obrigações aplicando seus recursos em
suas próprias instituições dedicadas ao atendimento das demandas
da sociedade. A terceirização do Estado não é uma solução."
JOSÉ CLÁUVER DE AGUIAR JÚNIOR (Rio de Janeiro, RJ)
Educação
"Há futuro -e presente- para a
educação no Brasil?
No campo do PT, Lula à frente,
discute-se uma solução somente
com o pré-sal, quando provavelmente os atuais professores estarão
aposentados.
Já o governador Serra, um dos
postulantes ao cargo de Lula, tenta
driblar a lei do piso do magistério
incluindo como atividades extraclasse os tais dez minutos entre as
aulas. A justificativa é mais ridícula
do que a proposta: economizar um
bilhão de reais que seria investido
na contratação de mais professores.
Outro postulante à Presidência, o
governador Aécio Neves, paga aos
professores o pior salário-base do
país: entre R$ 380 e R$ 500.
Como se vê, a depender dos personagens e das forças que gravitam
em torno da Presidência da República, a educação no Brasil continuará sendo tratada como prioridade apenas no discurso."
EULER CONRADO SILVA JÚNIOR (Vespasiano, MG)
Promotor
"O advogado Jorge Roberto Aun,
certamente movido por boas intenções, emitiu opinião drástica e afoita contra o Ministério Público e o
senhor Thales Schoedl, autor de homicídio ainda em fase de apuração
("Painel do Leitor", ontem).
Assim como eu, o doutor Aun não
assistiu ao crime, portanto não conhece as provas contidas no processo e tampouco a pessoa ou a biografia do senhor Thales. Falou com base em hipotéticas elucubrações cerebrinas. Trouxe para a mídia infamações sempre prejudiciais aos
réus que ainda não foram julgados.
Teria sido tão bom que o doutor
Aun, antes de escrever, tivesse se
lembrado da lúcida advertência da
madame de Lambert: "O verdadeiro
uso da palavra é dizer a verdade"."
TALES CASTELO BRANCO , advogado (São Paulo, SP)
Telemarketing
"A lei que cria a lista de bloqueio
de ligações de telemarketing pode
levar ao fechamento de empresas
da área? Que fechem!
É imoral ganhar dinheiro à custa
do sossego do próximo."
CACALO KFOURI (São Paulo, SP)
Opus Dei
"Sobre a carta de Rodrigo Díaz
Olmos ("Painel do Leitor", 7/10), este escritório vem esclarecer que o
Opus Dei é uma estrutura jurisdicional da Igreja Católica e que, portanto, é improcedente a qualificação de "seita". Além disso, não
apoiou o governo de Franco nem
qualquer outro.
São Josemaria, fundador do Opus
Dei, sempre defendeu a liberdade
política de seus membros. São palavras suas: "O Opus Dei não intervém
para nada em política; é absolutamente alheio a qualquer tendência,
grupo ou regime político, econômico, cultural ou ideológico'; "no Opus
Dei, cabem pessoas de todas as tendências políticas, culturais, sociais e
econômicas que a consciência cristã possa admitir".
Se na Espanha franquista alguns
fiéis do Opus Dei apoiaram o governo, houve muitos membros da Prelazia que fizeram aberta oposição
ao regime e, como o avô do leitor
Díaz Olmos, foram perseguidos pelas autoridades políticas de Franco.
Entre outros poderia citar Rafael
Calvo Serer (que teve de viver no
exílio), Antonio Fontán, Manuel
Fernández Areal e Pere Pascual."
ROBERTO ZANIN , escritório de comunicação do
Opus Dei no Brasil (São Paulo, SP)
Ônibus
"A reportagem "Kassab dará R$
600 mi a empresas de ônibus" (Cotidiano, 8/10) está errada. É absurdo afirmar que a prefeitura "dará"
dinheiro a empresas de ônibus, na
forma de "subsídio". As empresas recebem o que prevê o contrato.
A verba para compensação tarifária é usada para cobrir descontos
previstos em lei: gratuidades destinadas a idosos, deficientes e mulheres grávidas incluídas no Programa
Mãe Paulistana e a meia passagem
dos estudantes. Trata-se de "dar" a
passagem (ou desconto) a quem
tem direito. Só o desconto para estudantes custa anualmente cerca
de 30% dessa verba. Portanto, ela
beneficia usuários do sistema coletivo, e não as empresas contratadas.
E faz parte da política de promoção
de justiça social desta prefeitura.
O percentual previsto para compensação tarifária em 2009 é inferior ao que foi gasto no último ano
da gestão anterior (omitido no gráfico), que, para apenas sete meses
de bilhete único (implantado em
maio de 2004), gastou quase 2% do
orçamento."
LEÃO SERVA , assessor de imprensa da prefeitura
(São Paulo, SP)
Respostas dos jornalistas Rogério Pagnan e Evandro Spinelli -
Subsídio, está no dicionário, é a
concessão de dinheiro do governo a determinadas atividades com objetivo de manter os
preços acessíveis. A reportagem
relata os gastos nos dois últimos anos do governo Marta Suplicy, inclusive em relação à implantação do bilhete único.
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