São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Impunidade para todos
"Em boa hora está surgindo no Brasil o "Movimento Impunidade para Todos" (MIPT). Na Justiça não pode haver tratamento diferenciado. Ela deve agir da mesma forma com ricos e pobres. O que vemos, porém, é uma preferência pela impunidade dos primeiros e punição rigorosa dos segundos. A tese da impunidade para os ricos vem sendo conduzida pelo Supremo Tribunal Federal com muita técnica. Como? Todas as leis que tratam dos crimes de corrupção trazem nas entrelinhas a possibilidade de ela não ser considerada crime. Só que a ambigüidade das leis não funciona para os pobres. Por isso surge o MIPT: para que todos permaneçam iguais em direitos. Queremos impunidade irrestrita para todos."
WILSON GORDON PARKER (Nova Friburgo, RJ)

Lei da gravidez
"Curiosa a reação, principalmente de homens, diante da lei que confere às mulheres o direito de receber pensão alimentícia sem teste de DNA (no mundo ideal, o pai deveria espontaneamente contribuir, correto?). Parecem considerar toda gravidez um potencial "golpe da barriga" e jogam toda responsabilidade na mulher. Se existe receio de ser "vítima" de um "golpe da barriga", use camisinha, cada um é responsável por sua vida reprodutiva, homens e mulheres."
FABIANA TAMBELLINI (São Paulo, SP)

Obama e Lula
"Ao ler a carta da doutoranda Yara Kassab ("Painel do Leitor", 6/11), preferi acreditar que ela estabelecera apenas e tão-somente a comparação entre a formação escolar dos dois presidentes. Não me contive e reli o texto para ter a certeza do meu engano. Quanta maldade, para não dizer desrespeito ao ser humano. Mas imagine, sra. Kassab, se o sr. Barack Obama tivesse nascido negro e pobre no sertão pernambucano e migrado, ainda menino, para São Paulo. Certamente teria estudado numa escola pública da periferia da cidade e seria pouco provável tornar-se um brilhante advogado. Aliás, sra. Kassab, a educação pública no Estado de São Paulo deveria servir de inspiração à sua tese de doutorado em história social, pois está matando o sonho e a esperança de milhões de jovens que, sem outra opção, pagam pela irresponsabilidade dos governantes paulistas."
WILSON ROBERTO ARRUDA (Avanhandava, SP)

 
"Um pensador disse que a verdade fere mais que uma bala de canhão. A leitora Yara Kassab só ressaltou o óbvio. E lá vieram os que se sentiram ofendidos e que se identificam com Lula defender o indefensável. Se, no tempo certo, Lula não teve oportunidade para estudar, faz anos que ele tem oportunidade para tal e nunca importou-se com isso. Pelo contrário, em discurso, disse ter orgulho de não ter estudado e ser o presidente do país e que, para ele, qualquer um poderia fumar onde quisesse (apesar de o Estado gastar uma fortuna com os fumantes). Obama chegou lá pelas próprias pernas; Lula foi levado até lá. Outra sutil diferença entre ambos."
LUIS SAVIOLLI (Mococa, SP)

Escândalo arquitetônico
"Os paulistas e a arquitetura brasileira acabam de levar um golpe aplicado pela secretaria da Cultura com o aval do governador José Serra e do secretário João Sayad ("Arquitetos do Ninho de Pássaro projetam teatro de dança em SP", Ilustrada, 4/11). O processo de contratação do escritório suíço Herzog & De Meuron para a realização do projeto da sede da São Paulo Companhia de Dança ofende os paulistas por vários motivos. O primeiro é ver que os cultos governantes têm uma visão tão estreita e provinciana da cultura. O segundo é que ignoram a riquíssima produção arquitetônica brasileira. O terceiro é a ausência de uma política cultural no Estado, o que permite investir R$ 300 milhões em um único e redundante edifício. Por fim, o constrangimento de ver explicações "eruditas" da secretaria para tentar justificar a ausência de licitação. Um escândalo."
FELÍCIO ANTONIO SIQUEIRA FILHO , arquiteto (São José do Rio Preto, SP)

Novela da educação
"Espero que a novela "Caminho das Índias" não vá reforçar preconceitos e fazer uma representação caricatural de alunos e professores, principalmente das escolas públicas, para alavancar a audiência. As escolas têm problemas que refletem a sociedade, e a solução deles passa por mudanças na sociedade e, conseqüentemente, na escola. Chega de repetir o senso comum em relação à escola e ao conceito cristalizado do que é certo e errado na fala e na escrita."
GRAÇA SETTE , professora (Belo Horizonte, MG)

Ditadura
"Significativo o teor das cartas de repúdio ao artigo do sr. Jarbas Passarinho ("Tendências/Debates", 7/ 11). Nenhuma contesta a afirmativa de que a luta armada objetivava impor à nação uma outra ditadura, de esquerda, e não -como avergonhadamente buscam esconder- o resgate da democracia."
WELINGTON DE CASTRO PAGNOZZI (Curitiba, PR)

 
"Sobre os recentes debates sobre a anistia, há alguma distorção por parte dos que consideram que tudo foi "perdoado". Independentemente de qual seja a decisão final, gente como o coronel Jarbas Passarinho precisaria ver que ninguém está pedindo que sejam julgados de novo os soldados e oficiais que combateram a guerrilha ou o "terrorismo". O que alguns defendem é que sejam reavaliadas as ações daqueles que, depois de os revolucionários ou "terroristas" estarem presos -insisto, depois de presos, nos porões, e não durante as batalhas-, os torturaram. A questão é apenas essa."
SÍRIO POSSENTI (Campinas, SP)

Segurança
"Reportagem sobre salários na segurança ("18 Estados pagam mais a delegados que SP", Cotidiano, 9/ 11) insiste em ignorar os efeitos que terão os projetos enviados à Assembléia Legislativa, o que seguramente alteraria, em favor do Estado de São Paulo, o ranking publicado. Os projetos elevam os salários dos delegados de duas formas: pelo índice de reajuste e pela aceleração das promoções. Em vários Estados, São Paulo entre eles, existe vinculação entre as remunerações das polícias Civil e Militar, sendo, portanto, absolutamente incorreta a comparação isolada de salários. O jornal nada conclui, o que é surpreendente, sobre o número de funcionários ativos da segurança ter crescido 6% entre 2000 e 2008, enquanto a despesa com pessoal evoluiu 97%, desqualificando a afirmação de sindicalistas de que não há reajustes desde 1994. Outro fato sem conclusão é o crescimento da massa salarial da segurança, o maior de todas as categorias. A reportagem ainda transcreve declarações sem conferir com a realidade, dando conta de que os governos preferem comprar equipamentos porque isso "dá voto", em vez de gastar em salários e formação de pessoal. Falso: em São Paulo, sem descuidar dos investimentos, o grosso da despesa é com salários e outros custeios, e a formação dos policiais é, de longe, a melhor do país. A expressiva queda dos índices de criminalidade no Estado atesta isso."
MARCELO DAVID PAWEL , assessor de Imprensa da Secretaria de Estado da Gestão Pública de São Paulo (São Paulo, SP).

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