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RETOMADA E DESEMPREGO
Em novembro, as contratações
realizadas pela indústria do Estado de São Paulo superaram as demissões pelo terceiro mês consecutivo. Segundo levantamento da Fiesp,
a indústria abriu nesse período, em
termos líquidos, pouco mais de
4.400 vagas. Isso representou uma
elevação relativamente modesta no
nível de emprego, de 0,29%.
Mais importante do que a intensidade da alta do emprego, no entanto,
foi o fato de ela ter ocorrido num mês
que, em geral, não é muito propício
às contratações. Tanto que o desempenho do emprego industrial paulista foi o melhor para um mês de novembro desde 1994.
O resultado reforça a impressão de
que o pequeno recuo da produção industrial brasileira de setembro para
outubro, apurado pelo IBGE, deve
ter sido mesmo apenas um "tropeço" circunstancial, não caracterizando uma interrupção do processo recém-iniciado de retomada do mercado interno e, por decorrência, da atividade produtiva considerada em
conjunto.
Também aponta nessa direção a
composição setorial da expansão do
emprego detectada pela Fiesp. Os
segmentos da indústria que têm feito
contratações nos últimos meses não
se limitam aos que direcionam grande parte de sua produção às exportações: também alguns ramos mais
dedicados ao mercado interno exibem sinais de reação.
Os dados positivos da Fiesp não deveriam, porém, alimentar ilusões a
respeito da perspectiva de uma recuperação rápida do mercado de trabalho. A queda muito forte do poder de
compra dos trabalhadores tem levado a um aumento expressivo da procura de emprego por idosos e crianças -pessoas que em condições menos difíceis tenderiam a continuar
sem trabalhar, mas se vêem impelidas a buscar complementação para a
declinante renda familiar.
Esse quadro poderá melhorar, mas
dificilmente será alterado de forma
significativa com um crescimento
apenas razoável da economia como
o esperado para o ano que vem. Mudanças mais consistentes virão apenas com uma expansão sustentada,
o que requer condições propícias para novos investimentos.
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