São Paulo, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

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NELSON MOTTA

Os livros do futuro

SALVADOR - É um livro? É um site? É um livro virtual!
Talvez por sua origem gutemberguiana, a indústria do livro está demorando a descobrir e a usar os recursos digitais que estão à sua disposição. E que são o complemento ideal para vários gêneros literários.
Melhor do que ler uma boa biografia é ler a história de um Picasso -e ver num site todos os seus quadros, esculturas e fotos de seus modelos e cenários. Se tudo isso fosse impresso, seria inacessível, em volume e preço. Com o site, é acessível e grátis para todos, um complemento da edição impressa. Como fazem as revistas e jornais. Melhor do que ler a biografia de um Cole Porter é também ouvir as suas músicas, ver suas fotos e vídeos. Ou a vida de Orson Welles, com seus roteiros e trechos de seus filmes.
Melhor ainda para os livros de história -com seus documentos, mapas, quadros, links para sites específicos: os extras do livro. Nunca mais os livros de história serão os mesmos.
Porque esta é a linguagem e a expectativa das novas gerações, alfabetizadas digitais, habituadas a encontrar com um clic as palavras, sons e imagens que procuram.
Ao contrário da música, que passou por vários formatos e suportes, do gramofone ao CD e ao "pen drive", os bons e velhos livros não mudaram muito nos últimos séculos, apenas se desenvolveram nos processos de impressão e tiveram inovações discretas nas artes gráficas. O resto, que é quase tudo -palavras no papel-, continua como sempre. Como no jogo do bicho, continua valendo o escrito.
O livro continuará com cheiro de livro, com a textura do papel, poderá ser lido em qualquer lugar, sem precisar de tomada nem de bateria. O livro de papel não vai acabar tão cedo. Mas terá na internet o seu melhor complemento.


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