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São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Graziano
"Lamentáveis as declarações do ministro Graziano publicadas na Folha em 8/2 que relacionam a violência à migração nordestina ("se eles continuarem vindo para cá, nós vamos ter de continuar andando de carro blindado'). Inadvertidamente ou não, o sr. Graziano reproduziu aqui a dualidade racista, condenada por Todorov no seu corajoso livro "Nós e os Outros". Nós somos os cidadãos de bem... Os outros são o mal! Um ministro de um governo que propõe mudanças não poderia repetir o discurso discriminatório -típico da doutrina nazista exposta por Hitler em "Mein Kampf"."
Izidoro Blikstein (São Paulo, SP)
 
"Apesar de infeliz, a declaração do ministro José Graziano tem um fundo de verdade. São Paulo não tem conseguido oferecer empregos nem para os paulistas com razoável preparo. A maioria das pessoas que migram do Norte ou do Nordeste trabalham em fazendas agropecuárias, são semi-analfabetas e não têm preparo para competir nesse mundo tecnológico. O resultado? Desemprego, sonhos não realizados, desânimo, ódio e indiferença, o que leva os desempregados a morar em condições subumanas e a mendigar ou assaltar. Se quisermos melhorar a vida dessas pessoas, deveremos criar condições de vida dignas nos locais onde nasceram e cresceram."
Satiko Motoie Simmio (São Paulo, SP)

Universidade
"O artigo de Eliane Cantanhêde de 9/2 ("Para que serve a universidade?", Opinião, pág. A2) é extraordinário por abordar com consistência e exatidão a crise da universidade brasileira. A pergunta "cadê o velho catedrático?" soa para mim, que vivi tantos anos na universidade, como um lamento de uma época que se foi e de uma esperança que não se realizou. Ao velho professor catedrático sucedeu o professor titular sem as virtudes daquele, mas cheio de seus defeitos. As figuras citadas dos professores FHC, Malan, Serra e Paulo Renato são de triste memória e devem ser sepultadas na poeira do tempo."
Danilo Vicente Filgueiras (Rio de Janeiro, RJ)
 
"A jornalista Eliane Cantanhêde, no artigo "Para que serve a universidade?", afirma que "presidentes e vice-presidentes se elegem sem diplomas, enquanto advogados, engenheiros, psicólogos e historiadores guiam táxis pelas enlouquecedoras vias das capitais". Sem dúvida, vivemos uma inversão de valores. Chutadores de bola faturam milhões. É o Ruy Barbosa de cabeça para baixo. O valor está no pé, não mais na cabeça."
Rodolpho Pereira Lima (Bauru, SP)

Xadrez
"O governo Lula, na incapacidade de ter boas idéias, criará um grupo de notáveis para pensar por ele. Parece que, pelo menos para o PT e para os seus simpatizantes, o problema de desemprego estará resolvido. Aumentou-se o ministério e agora se cria um governo paralelo. Que absurdo! O país está parecendo uma partida de xadrez jogada por quem não entende nada do jogo. Pobres de nós!"
Maria Eloiza Rocha Saez (Curitiba, PR)

CLT
"É importante que se saiba que, ao se manterem resistentes à revisão e à reformulação total da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), o PT e os sindicatos passam a ser cúmplices do desemprego, da informalidade no mercado de trabalho e de parte da crise previdenciária."
David Neto (São Paulo, SP)

Fome Zero e natalidade
"Excelente o texto da colunista Danuza Leão de 9/2 ("Fome Zero com dez filhos?", Cotidiano, pág. C2). Sem um controle de natalidade eficiente e organizado, nenhum governo no mundo vai conseguir solucionar os problemas da fome, do desemprego e da moradia. Acredito que a equipe do novo governo já esteja atenta para isso. Com um eficiente controle de natalidade, vai ser menos difícil combater a fome, a falta de moradia e o desemprego. Deixaremos de financiar a construção e a manutenção de penitenciárias -e esse dinheiro poderá ser usado para fins sociais. Infelizmente, se a taxa de natalidade entre os mais carentes continuar nos atuais níveis, de nada adiantará o programa Fome Zero."
Carlos Roberto Missali (Ribeirão Preto, SP)
 
"Parabéns a Danuza Leão. Em seu artigo "Fome Zero com dez filhos?", ela disse tudo o que os diversos ministros e secretários do governo Lula não conseguiram transmitir em 30 dias. Entre "perepepês" e saber de que se fala existe uma grande distância."
Lydia Ebide (São Paulo, SP)

Contratos suspeitos
"As informações referentes à Poliedro Informática publicadas na reportagem "Governo Lula mantém suspeito de fraude" (Brasil, pág. A6, 10/2) não condizem com a realidade. A empresa não foi contratada irregularmente pelo Ministério da Agricultura conforme afirma a reportagem. Venceu procedimento de coleta de preços, em 1999, para capacitar a plataforma de informática do Ministério da Agricultura (todos os seus escritórios, sedes e representações em todo o país) a enfrentar o "bug do milênio". Realizou o trabalho na íntegra e ainda não recebeu por isso. Não é verdade que a empresa esteja condenada a devolver qualquer quantia à União. Essa sentença não existe. A Poliedro Informática é credora do Ministério da Agricultura. A empresa realizou todo o trabalho -de acordo com o contrato estabelecido- e teve os seus pagamentos suspensos unilateralmente. Em 16/5/2001 entramos com ação de cobrança contra o Ministério da Agricultura para receber o que resta e não nos foi devidamente pago. A questão segue sub judice, com a Poliedro Informática como autora da ação. Além dos prejuízos financeiros decorrentes desse contrato temos tido prejuízo moral incalculável por termos sido citados em noticiário impreciso. Como prescrevem o bom jornalismo e a própria Justiça, o direito a sermos ouvidos antes da publicação de reportagem desabonadora ao nosso nome teria esclarecido vários fatos e contribuído para a precisão da notícia."
Kátia Cubel, diretora da Engenho Criatividade & Comunicação (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Frederico Vasconcelos - A reportagem baseou-se em documentos e em informações oficiais. As suspeitas de contratação irregular da Poliedro são investigadas pelo Ministério Público Federal. O ex-secretário-executivo do ministério da Agricultura Márcio Fortes de Almeida afirmou à Folha que determinara a cobrança à empresa de R$ 2,4 milhões por "serviços considerados desnecessários".

Juramento
"Inestimável o conteúdo ideológico do artigo de Drauzio Varella de 8/2 ("O juramento de Hipócrates", Ilustrada). Com efeito, os juramentos merecem revisão pragmática em sentido concreto nos limites da realidade e empenho adequado no individual e no coletivo. Isso requer não um profissionalismo vaidoso, mas um coração puro."
Luiz Pantaleão, desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (São Paulo, SP)


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