São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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João Hélio Fernandes
"Após a tragédia com o menino João Hélio Fernandes, esperava-se que o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Ubiratan de Oliveira Angelo, no mínimo assumisse parte da responsabilidade. Ao declarar que a morte do garoto não foi resultado da falta de policiamento, o coronel foi omisso ("No enterro, irmã se desespera e afirma que a culpa foi dela", Cotidiano, 9/2). Se o problema não foi falta de policiamento, então qual foi a origem de tudo? Excesso de assassinos? O coronel cumpriria melhor o seu papel se mostrasse alguma solução em vez de simplesmente dizer que a polícia não foi culpada."
HUMBERTO DUTRA (Saint Louis, Missouri, EUA)
 

"Diante de mais este caso de absoluta brutalidade, desumana e consciente, praticada por adultos e testemunhada por inúmeras pessoas, eu pergunto: por que temas como a pena de morte ou a prisão perpétua são tabus neste país? Por que não se discutem esses temas com objetividade? Até quando vamos assistir passivos ao óbvio aumento da criminalidade?"
GILBERTO DIB (São Paulo, SP)
 

Temos de reagir. Passou de qualquer limite. Não temos, nem nós nem as autoridades demagógicas, de nos indignarmos. Indignar não é a palavra certa. A palavra certa é "envergonhar". A morte bárbara do menino João Hélio é o maior símbolo de que não tem mais "fundo do poço" a chegar quando o tema é violência. Temos de acabar com tanta hipocrisia e reagir a isso. Jesus morreu por um objetivo que ele escolheu. Tiradentes morreu por um objetivo que ele escolheu. Porém João Hélio não escolheu morrer para provar o quanto estamos sendo inúteis ao escolher nossos representantes, ao não reagirmos contra a falta de leis punitivas consistentes, ao deixarmos um menor criminoso ficar por pouco tempo na Febem para depois soltá-lo na rua para atacar crianças."
JOAQUIM MACEDO FILHO (Curitiba, PR)
 

"Os acomodados políticos e autoridades são os únicos que têm o poder e a obrigação de reformular com urgência o superado e paternalista Código Penal Brasileiro, cujas leis foram criadas no tempo em que as pessoas tinham pena até de matar galinha para comer. Hoje, a crueldade dos bandidos, de todas as idades, atingiu proporções gigantescas, nunca vistas na história desse país. Seqüestros de todos os tipos, ataques a quartéis, a delegacias e a viaturas policiais, roubos e assaltos seguidos de bárbaros assassinatos, praticados por marginais covardes, que matam suas indefesas vítimas mesmo sem nenhuma reação na certeza de que vão continuar em liberdade e na maior impunidade, são fatos que revoltam e enlutam toda a sociedade. Enquanto nossos nobres políticos brigam entre si para evitar a distribuição de verbas para seus próprios colegas dos partidos chamados de nanicos, a bandidagem continua agindo impunemente. Chega de tratar criminosos menores de idade, entre 14 e 18 anos, como pobres coitados."
MAURO BORGES (São Paulo, SP)
 

"O bárbaro crime com o garoto de 6 anos choca o país e traz de volta a discussão sobre a maioridade criminal. Para mim, não deveria haver discussão, e sim bom senso. Os valores mudaram totalmente. Tenho 59 anos e, no meu tempo, um rapaz de 16 anos ainda corria atrás de balão, jogava bolinha de gude; as meninas não saíam de casa após as 22h. Hoje, um garoto de 14 anos já dirige o carro do pai, tem celular e fica nas baladas, assim como as moças, que já se sentem mulher muito mais cedo. A discussão deveria ser sobre reduzir a responsabilidade para 14, e não para 16 anos."
WAGNER CALLEGARI (Limeira, SP)
 

"É desolador constatar que, diante da mais recente barbaridade cometida no Rio de Janeiro, as únicas reações visíveis sejam a realização de (mais uma) passeata e a volta do debate em torno da redução da maioridade penal -isso, é óbvio, até que o fato caia no esquecimento e sejamos surpreendidos por uma nova tragédia. E ainda há quem diga que o que precisamos é "parar com o pessimismo"."
ALEXANDRE CASTRO (Belo Horizonte, MG)
 

"É impossível encontrar a palavra para designar tamanha atrocidade cometida contra uma criança de 6 anos. Atualmente vivemos estarrecidos com tanta violência. O que está faltando é uma educação religiosa (não importa qual), pois, enquanto o ser humano não tiver um freio, notícias assim serão corriqueiras. As autoridades precisam fazer alguma coisa drástica para impedir a repetição de fatos como esse."
CLEUSA GUERREIRO HUGUENEY (Uberlândia, MG)

Educação
"Ao ler o resultado do Saeb, fiquei pensando: por que gastar dinheiro público para constatar o óbvio? O governo já tem elementos suficientes para saber a quantas anda a educação -ou melhor, o quanto ela não anda. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) parecem-nos, professores, uma composição "lírica" ante a realidade que se impõe a cada dia nas salas de aulas. Ações afirmativas do governo, progressão continuada e progressão parcial, entre outros tantos termos que permeiam a educação, nada mais são que tentativas de saldar uma dívida social que os governos têm com as classes menos favorecidas, permitindo, dessa forma, que tudo valha, inclusive não saber nada. Lamentável."
MARIA DO ROSÁRIO FIGUEIREDO , professora da rede pública municipal (Belo Horizonte, MG)

Quem manda na TV?
"Sou administrador de empresas com pós-graduação e pai de 5 filhos. Minha família é estável e feliz. E um dos importantes motivos pelos quais minha família é assim é porque a mantenho fora de contato com as barbaridades que algumas novelas transmitem e que hoje mostram como normal ou até bacana o que é anormal. Se queremos cidadãos íntegros, capazes de mudar o Brasil para melhor, a TV deve ajudar a formar as pessoas, passando novelas e outros programas com bom conteúdo, bons valores e princípios éticos, e não o contrário."
LUIS MARTINEZ (São Paulo, SP)

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