São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2008

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CLÓVIS ROSSI

Fim de papo?

HAIA - Marco Aurélio Garcia, assessor internacional do presidente Lula, diz que está pronto para assinar qualquer manifestação que a Executiva do PT venha a fazer, na sua próxima reunião, para condenar o terceiro mandato.
Seu argumento (irrebatível): "Não é bom mudar a regra do jogo no meio dele. O governo anterior o fez e nós condenamos". Marco Aurélio conta ainda que mandou e-mail endossando a posição publicamente defendida por Valter Pomar, outro membro da Executiva petista, contrária ao terceiro mandato.
Menos irrebatível é a teoria de Marco Aurélio de que a tese do terceiro mandato é uma manobra "insidiosa" da oposição. Não combina com fatos como o de que o autor da proposta de um plebiscito que abra caminho para a re-reeleição é Devanir Ribeiro, deputado do PT-SP, ex-sindicalista de São Bernardo, amigo de Lula. Ou como ter sido o vice-presidente José Alencar quem, mais recentemente, fez comentários que recolocaram na roda a tese do terceiro mandato.
Mas Marco Aurélio diz que é a oposição, por falta de propostas, que debate o terceiro mandato como forma de "deslegitimar" o governo, lançando sobre ele a sombra de uma manobra que o próprio Lula diz repetidamente ser "brincar com a democracia".
Convém saber que só há hoje, no Palácio do Planalto, três companheiros de sempre de Lula cuja antigüidade e lealdade lhes permitem acesso ao ouvido do rei. Um é exatamente Marco Aurélio. Os outros dois são o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, e o secretário particular, Gilberto Carvalho.
Marco Aurélio toma a iniciativa de repudiar a re-reeleição. Luiz Dulci já o fez, segundo informação de Eduardo Campos, governador de Pernambucano, aliado de Lula. Gilberto Carvalho só muito raramente fala (e, sobre esse tipo de tema, jamais). Jogo definido?


crossi@uol.com.br

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