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CLÓVIS ROSSI
Fim de papo?
HAIA - Marco Aurélio Garcia, assessor internacional do presidente
Lula, diz que está pronto para assinar qualquer manifestação que a
Executiva do PT venha a fazer, na
sua próxima reunião, para condenar o terceiro mandato.
Seu argumento (irrebatível):
"Não é bom mudar a regra do jogo
no meio dele. O governo anterior o
fez e nós condenamos".
Marco Aurélio conta ainda que
mandou e-mail endossando a posição publicamente defendida por
Valter Pomar, outro membro da
Executiva petista, contrária ao terceiro mandato.
Menos irrebatível é a teoria de
Marco Aurélio de que a tese do terceiro mandato é uma manobra "insidiosa" da oposição. Não combina
com fatos como o de que o autor da
proposta de um plebiscito que abra
caminho para a re-reeleição é Devanir Ribeiro, deputado do PT-SP, ex-sindicalista de São Bernardo, amigo
de Lula. Ou como ter sido o vice-presidente José Alencar quem,
mais recentemente, fez comentários que recolocaram na roda a tese
do terceiro mandato.
Mas Marco Aurélio diz que é a
oposição, por falta de propostas,
que debate o terceiro mandato como forma de "deslegitimar" o governo, lançando sobre ele a sombra
de uma manobra que o próprio Lula
diz repetidamente ser "brincar com
a democracia".
Convém saber que só há hoje, no
Palácio do Planalto, três companheiros de sempre de Lula cuja antigüidade e lealdade lhes permitem
acesso ao ouvido do rei. Um é exatamente Marco Aurélio. Os outros
dois são o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, e o secretário
particular, Gilberto Carvalho.
Marco Aurélio toma a iniciativa
de repudiar a re-reeleição. Luiz
Dulci já o fez, segundo informação
de Eduardo Campos, governador de
Pernambucano, aliado de Lula. Gilberto Carvalho só muito raramente
fala (e, sobre esse tipo de tema, jamais). Jogo definido?
crossi@uol.com.br
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