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Ficha limpa
"Convido os leitores da Folha a
defenestrar todos (indistintamente) os deputados federais de seus
respectivos mandatos se, por acaso,
a lei "Ficha Limpa" não for votada
rapidamente, visando ter seus efeitos válidos para a próxima eleições.
Os caras fingem "estar lutando" e
põem a culpa pela não aprovação
(nem sequer discussão) do instrumento legal "nos outros", no "regimento", na "falta de tempo", na "necessidade de ter sentença transitada em julgado" etc. Deve-se começar a "limpeza" pelo presidente da
Câmara, não votando nele para vice-presidente e na sua parceira de
chapa, pois ambos têm tudo para
trabalhar a favor da mencionada lei
e não o fazem."
VICTOR ANDRÉ DE ARGOLLO FERRÃO (Campinas,
SP)
"Como estamos vendo, suas excelências da Câmara dos Deputados
adiaram mais uma vez a votação do
projeto ficha limpa. Não se preocupem; nós, que ajudamos em todos
os Estados com nossas assinaturas,
faremos nossa parte novamente.
Por meio das redes sociais e outras
formas de divulgação, diremos os
nomes de quem já está com a ficha
suja. Ser cidadão neste país dá trabalho, mas vale a pena!"
TANIA TAVARES (São Paulo, SP)
Eleitorado feminino
"Fernando Rodrigues, colunista ,
escreve que José Eustáquio, do IBGE, "diz não saber a gênese da dificuldade de Dilma com o eleitorado
feminino" ["O voto das mulheres",
Opinião, ontem]. É simples, as mulheres são muito mais sensíveis e
perspicazes quanto a perceber determinadas características das pessoas. Por exemplo falsidade, oportunismo, caráter."
MARIA LUCIA VAZ GUIMARÃES (São Paulo, SP)
Obesidade
"Importante e muito oportuno o
editorial da Folha "Futuro obeso"
(ontem). Como estudante do último semestre do curso de nutrição,
percebo claramente a importância
de investir em informações e esclarecimentos sobre hábitos alimentares ainda na educação básica, influindo assim tanto nos pais quanto
nos filhos. Há uma série de recursos práticos, rápidos e baratos para
as pessoas garantirem, mesmo no
corre-corre das metrópoles, uma
alimentação saudável e rica em nutrientes."
MARCELO FERREIRA (São Paulo, SP)
Ditaduras
"Temos visto nas televisões, ao
longo dos anos, reportagens a respeito de países árabes normalmente pró-ocidentais, tais como o Brunei. São relatadas as benesses estatais ao povo, em face da riqueza do
petróleo. O que não é dito, contudo,
é que tais países são ditaduras totalitárias, onde existem monarquias
absolutistas, com seus emires e xeques. Criticam ou criticaram regimes árabes como o do então presidente Saddam Hussein, o do Irã e
outros; contudo os citados "paraísos
do petróleo", pró-ocidente, são totalitários e ninguém pensa em implantar lá regimes presidencialistas
de eleições diretas nem critica as
restrições às mulheres."
HEITOR VIANNA P. FILHO (Araruama, RJ)
Pedofilia
"Só existe uma maneira de uma
criança esquecer um estupro. É regredir ao seio materno e renascer.
Como isto é impossível, também
é impossível seu esquecimento. Salvar a religião apesar de estupros é
de uma monstruosidade inconcebível. Não acredito na salvação do papa Bento 16."
ALDO PAVANELLO (Jaraguá do Sul, SC)
USP
"Em seu texto no "Tendências/
Debates" ["USP, "quousque tandem'?", 28/3] o reitor da USP, João
Grandino Rodas, omitiu a reivindicação mais importante da ocupação
da Coseas [Coordenadoria de Assistência Social] por moradores do
Crusp: a saída da diretoria (quase
vitalícia) da Coseas, cuja coordenadora Rosa Godoy transformou a
moradia estudantil num presídio
-os moradores têm sua vida controlada por um abusivo sistema de
vigilância que restringe a entrada
de visitas, relata hábitos e horários
dos estudantes e submete moradores a interrogatórios em que "assistentes sociais" os pressionam para
"confessar" sua participação em assembleias e manifestações."
CARIME THOMAZINI (São Paulo, SP)
Escravidão
"Uma vez mais o jornalista Elio
Gaspari fez um gol de placa. Em
uma bela lição de história -amplamente demonstrada em seus livros
sobre a ditadura-, presenteou-nos
com sua escorreita coluna de 7/4
["De Cazemiro@edu para Demóstenes.Torres@gov", Brasil], em que
responde às insensatas palavras do
senador Demóstenes Torres, que
imputou aos próprios negros a culpa pela escravidão de que foram vítimas.
Em outra de suas deliciosas crônicas, ironiza Demóstenes e, por tabela, o sr. Demétrio Magnoli, baluarte da luta contra as cotas raciais, vestindo-se na pele de um escravo vivido no século 19. Ambos
parecem, ao contrário do jornalista,
desconhecer um pouco de nossa
história, misturando convenientemente alhos com bugalhos. O sociólogo, aliás, já demonstrou que às
vezes costuma ler o que não está escrito (em seu artigo "O jornalismo
delinquente", "Tendências/Debates", 9/3). O senador, por sua vez,
verberou ao público o que a verdadeira história, do país e do mundo,
desmente. Por isso, agora recebem
as respostas que bem merecem,
pondo-os em seus devidos lugares."
PAULO DE THARSO BRONDI (Andradina, SP)
Proliferação nuclear
"Em seu bojo, o artigo "Adesão
não contraria interesse nacional"
["Tendências/Debates", ontem], de
Rubens Ricupero, pode até ter alguma razão, mas termina mal ao afirmar que não é com submarinos nucleares que vamos acabar com a
corrupção, a incompetência e as
tragédias urbanas. Óbvio que não,
armas submarinas são para enfrentar outras ameaças, as externas não
previstas.
O Brasil possui cobiçadas riquezas no mar e a Marinha tem uma tarefa constitucional a cumprir, necessitando de meios navais para
que esteja pronta quando necessário, a fim de não sermos mais uma
vez surpreendidos pela falta de planejamento estratégico, tão comum
nas gestões de políticos que não
preparam as cidades para as tragédias urbanas."
PAULO MARCOS G. LUSTOZA (Rio de Janeiro, RJ)
Pulseiras
"Proibir pulseiras é falso moralismo e conivência com o crime.
Tendo em vista as propostas que
visam proibir que adolescentes
usem determinadas pulseiras de
plástico colorido, devido à ocorrência de crimes contra meninas em
que os delinquentes teriam alegado
uma suposta conotação sexual desses adereços, sinto-me no dever de
manifestar a mais profunda indignação e revolta contra essa odiosa
inversão de valores.
Quer dizer que um criminoso
agride e estupra uma menina e a
culpa é dela? Por esse mesmo raciocínio, daqui a pouco veremos legisladores tentando proibir às mulheres o uso de saias curtas ou biquínis,
por exemplo, porque estariam induzindo os homens a violentá-las.
Essa falsa moralidade esconde
um preconceito medieval contra as
mulheres e acaba sendo conivente
com a violência criminosa que se
comete contra elas. Mais do que isso, deseduca a juventude, principalmente os meninos, porque os estimula a julgar que a mulher não tem
direito a seu corpo e a sua vontade."
RENATA BUENO, vereadora pelo PPS (Curitiba, PR)
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