São Paulo, sexta-feira, 11 de junho de 2004 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES O agravamento da ameaça terrorista CARLOS DE MEIRA MATTOS
Estamos assistindo, preocupados,
ao agravamento das ameaças do
terrorista internacional. Vem sendo
cumprida a estratégia internacional da
Al Qaeda, pronunciada por Bin Laden
no final de 2001, portanto meses após o
atentado às torres de Nova York e ao
Pentágono e antes da intervenção norte-americana no Afeganistão.
De acordo com as previsões da Rand Corporation, contidas nas pesquisas divulgadas pelo seu presidente, Bruce Hoffman, a Al Qaeda atingiu um perigoso nível de organização, funcionando nos moldes de uma empresa multinacional capaz de dirigir ações e movimentar fundos por um sistema de redes eletrônicas. Hoffman admite que o organizador e diretor dessa rede seja o próprio Bin Laden, formado em economia e administração pela conceituada Universidade Rei Abdul Aziz, da Arábia Saudita (1981). Por outro lado, Bin Laden foi (ou é) proprietário, no Sudão, das empresas mais lucrativas nas áreas de construção civil, manufatura, câmbio, comércio exterior e agricultura. Sabe-se de sua antiga participação em várias empresas do Oriente Médio e do Norte da África. Supõe-se hoje que seus negócios continuem lucrativos, manejados sub-repticiamente por agentes desconhecidos. Sabe-se também que ele recebe doações de simpatizantes, principalmente da Arábia Saudita. Segundo Hoffman, dinheiro não falta à Al Qaeda. Esse quadro fornecido pelos respeitados órgãos de estudos internacionais da Inglaterra e dos Estados Unidos e a sucessão cada vez mais grave dos atentados terroristas obriga-nos a prever uma próxima situação mundial tumultuada, tanto política como economicamente. No tocante ao Brasil, o perigo mais próximo, imaginamos, será conseqüência de uma indesejável vitória dos fundamentalistas na Arábia Saudita, maior produtora de petróleo, aliada dos Estados Unidos. A queda da dinastia Saud poderá provocar uma revolução no mercado mundial de petróleo, com inevitáveis reflexos na nossa economia. Carlos de Meira Mattos, 90, general reformado do Exército e doutor em ciência política, é veterano da Segunda Guerra Mundial e conselheiro da Escola Superior de Guerra. Texto Anterior: TENDÊNCIAS/DEBATES Milú Villela: Cooperativa, uma alternativa social Próximo Texto: Painel do Leitor Índice |
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