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PAINEL DO LEITOR
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Serafina
"Não se entende a acidez do comentário do eminente professor
Fábio Konder Comparato, publicado no "Painel do Leitor" de 10/6,
acerca da reportagem da revista Serafina sobre o casal Gilmar Mendes e Guiomar, ele ministro-presidente do Supremo Tribunal Federal. No mundo todo publicam-se
matérias jornalísticas sobre a vida
privada de personalidades, do papa
à rainha da Inglaterra. As pessoas
têm o direito de saber como vivem
aqueles que exercem funções públicas. A reportagem, comedida e bem
escrita, mostrou a humanidade de
Gilmar e Guiomar. Queixa-se a carta dos "trajes domésticos" em que se
deixou fotografar o chefe do Poder
Judiciário do Brasil. Não se podia
esperar que ele se exibisse de toga
no âmbito da sua residência. É infeliz a insinuação de que o ministro
Gilmar haja mantido relações outras que de amizade com a sua antiga colega de curso jurídico. Isto
acontece no Brasil e alhures."
SERGIO BERMUDES, advogado (Rio de Janeiro, RJ)
"E a Folha resolveu brindar seus
leitores com Serafina, a sua versão
"Caras". Tudo bem, a cavalo dado
não se olham os dentes, mas são
textos fúteis sobre frivolidades. Um
monte de nada embrulhado para
presente. Altamente dispensável."
JOÃO WESLEY DE QUEIROZ (São Paulo, SP)
Marina
"Enquanto ocupava um cargo no
governo Lula, Marina Silva foi criticada, chamada de radical e inflexível pela classe média brasileira.
Agora, fora do governo Lula, transformou-se na queridinha dessa
mesma classe média e da mídia.
Quanta hipocrisia!"
ORLANDO F. FILHO (São Paulo, SP)
Israel
"As pretensões de Israel de atacar
o Irã são injustificáveis e incoerentes. Israel não tem moral para acusar o Irã de ser uma ameaça devido
a seu programa nuclear. A verdadeira ameaça é Israel, que possui centenas de ogivas nucleares, não aceita inspeção internacional e não reconhece os tratados internacionais
de não-proliferação de armas nucleares. Com isso pode desencadear
uma onda de violência sem precedentes na região, que já é instável."
JOÃO HUMBERTO VENTURINI (Piracicaba, SP)
Inflação
"O monstro da inflação, que parecia derrotado não só no Brasil, mas
no mundo, voltou a assombrar. O
sinal de alerta acaba de ser aceso.
Altas eventuais de um produto ou
outro podem transformar-se em
reajustes generalizados se os governos gastarem em excesso e as autoridades monetárias atuarem com
frouxidão. Daí a necessidade de o
governo cortar drasticamente os
gastos públicos e o Banco Central
aumentar os juros para conter o
consumo. Temos um passado inflacionário tenebroso e não podemos
nos descuidar. É preciso agora a
mesma coragem que o Banco Central demonstrou em 2003 para impedir que o fogo do dragão da inflação se torne um incêndio provocado por um monstro incontrolável."
MURILO AUGUSTO DE MEDEIROS (Brasília, DF)
Nossa Caixa
"É uma atitude extremamente
louvável do governador José Serra
vender a Nossa Caixa, pois o Brasil
tem um ótimo sistema financeiro
privado e o Estado não precisa ser
dono de banco -basta ver o desastre financeiro em que se encontrava
o Banespa quando sofreu intervenção do Banco Central. Mas o governador deveria fazer um leilão da
Nossa Caixa, pois existiria uma
grande possibilidade de ela ir parar
nas mãos de um banco privado.
Vendendo para o Banco do Brasil só
estaríamos mudando de mão dentro do setor público e, desta maneira, não estaríamos evitando a ineficiência e a má gestão, com os desmandos peculiares das estatais."
MARCO ANTONIO MARTIGNONI (São Paulo, SP)
Metrô
"Com relação à matéria "Responsáveis por acidente podem não ser
presos, afirma promotor" (Cotidiano, 10/6), tenho a esclarecer o seguinte: recebi o jornalista em meu
gabinete para falar sobre os possíveis desdobramentos da tragédia do
metrô de Pinheiros. No curso da
conversa, fui indagado sobre a possibilidade de, em caso de eventual
condenação, a pena imposta aos então condenados ser convertida em
cestas básicas. Na ocasião, manifestei-me, em tom de desabafo, de forma bastante cáustica, valendo-me
de uma licença verbal, pois se tratava de uma conversa informal. Vergastei portanto aquela hipótese.
Daí a razão da minha surpresa com
o quanto publicado! Peço escusas
ao leitor pelo possível desconforto
causado. Contudo, acreditei que de
toda a nossa fala informal, repita-se, seria publicado aquilo que fosse
realmente de interesse público. Lamentavelmente não foi assim!"
ARNALDO HOSSEPIAN JUNIOR, 2º promotor de Justiça Criminal de Pinheiros (São Paulo, SP)
"Parabéns ao IPT pelo nobre trabalho. Não poderíamos esperar menos de uma instituição centenária e
reconhecidamente de enorme valor
para a sociedade brasileira. A avaliação produzida certamente contribuirá para o aumento dos níveis
de qualidade das obras civis brasileiras, que comumente deixam a
desejar, já que priorizam os lucros à
qualidade e/ou segurança."
LUIZ ANTONIO PEREIRA DE SOUZA (São Paulo, SP)
Amazônia
"A destruição da Amazônia não é
culpa dos pequenos posseiros, mas
dos latifúndios representados por
testas-de-ferro dos grandes políticos. Os órgãos responsáveis por punir os infratores fazem vista grossa
às denúncias, e quando são feitas diligências nas fazendas, as multas
são irrisórias. O novo ministro do
Meio Ambiente, Carlos Minc, disse
que o governo vai implantar a regularização fundiária. Essa seria a melhor opção para acabar com a devastação da Amazônia, mas será que
nossos governantes vão querer isso,
pois as terras do bioma amazônico
que ainda não estão nas mãos dos
americanos possivelmente já estão
nas mãos de políticos poderosos."
SERGIO BORGES (São Félix do Xingu, PA)
Enade
"No artigo "Berimbaus, boicotes e
avaliação" ("Tendências/Debates,
9/6), do reitor da Universidade Federal da Bahia, houve um muito
provável equívoco com referência à
proporção alunos/professor e número de leitos do Hospital Universitário. Ou seja, ainda estamos muito distantes da sonhada Harvard
tropical ou da exemplar Faculdade
de Medicina da USP. Por outro lado, nossos alunos de medicina mais
ensinam sobre lealdade e rigor com
o uso de recursos públicos. Além
disso, aqui todos estamos duplamente envergonhados por conta da
feliz "Operação Jaleco Branco", da
Polícia Federal, de 22/11/2007, e
por conta das infelizes declarações,
de 29/4/2008, do ex-coordenador
do curso de medicina da Faculdade
de Medicina da Bahia da UFBA."
JOSÉ TAVARES-NETO, diretor da Faculdade de Medicina da Bahia da UFBA (Salvador, BA)
"O reitor da UFBA, na legítima e
necessária defesa da bi-secular Faculdade de Medicina do Terreiro de
Jesus, foi de uma dignidade própria
dos grandes homens públicos, manifestando-se com clareza no momento oportuno. Como professor
da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará, igualmente vítima das mesmas distorções, senti um orgulho incontido ao
ver que existem reitores comprometidos nos momentos mais difíceis e que partem em defesa de suas
instituições de modo honesto, articulando uma análise técnica e desapaixonada do ensino superior."
JORGE ALBERTO LANGBECK OHANA, professor da
Faculdade de Medicina da UFPA (Belém, PA)
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