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MENOS MAL
A pesar dos juros altos, a indústria brasileira conseguiu expandir sua produção a um ritmo razoável de abril para maio. Foi o que
apurou a mais recente Pesquisa Industrial Mensal do IBGE.
Talvez o aspecto mais auspicioso
do resultado tenha sido o fato de que
a expansão foi bastante generalizada
entre os diversos setores que compõem a indústria. Todas as categorias de uso -bens de consumo básico (semi e não duráveis), bens de
consumo duráveis, bens intermediários e bens de capital- revelaram
produção em alta, já descontadas as
influências sazonais.
O aumento da produção de bens de
capital, em particular, constituiu sinal positivo. Isso porque uma maior
produção de máquinas e equipamentos é indicativa de que o investimento, depois de amargar quedas
consecutivas no quarto trimestre do
ano passado e no primeiro trimestre
do ano corrente, pode ter reagido.
Outro indício de possível reação do
investimento reside na expansão do
volume importado de bens de capital
em abril e maio, aferido pela Fundação Centro de Estudos de Comércio
Exterior (Funcex).
Embora alentador, o resultado
apurado pelo IBGE não deve ser visto
como atestado de que não têm fundamento os alertas a respeito das restrições e riscos ao crescimento econômico ainda presentes. A recuperação da indústria em maio era esperada por muitos analistas de bancos e
consultorias, que em média projetam para o ano um crescimento do
PIB de apenas 3% -metade do crescimento que organismos internacionais estão prevendo para as economias emergentes.
Além disso, também foram divulgados ao longo da semana indicadores menos favoráveis: a Confederação Nacional da Indústria (CNI) aferiu uma queda das vendas da indústria de abril para maio, e representantes do comércio manifestaram
preocupação com um aumento da
inadimplência dos consumidores
nas vendas a prazo.
O conjunto das evidência sugere,
portanto, que o dinamismo da atividade econômica não se esgotou,
mas continua baixo e sujeito a riscos.
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