São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 2005

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MENOS MAL

A pesar dos juros altos, a indústria brasileira conseguiu expandir sua produção a um ritmo razoável de abril para maio. Foi o que apurou a mais recente Pesquisa Industrial Mensal do IBGE.
Talvez o aspecto mais auspicioso do resultado tenha sido o fato de que a expansão foi bastante generalizada entre os diversos setores que compõem a indústria. Todas as categorias de uso -bens de consumo básico (semi e não duráveis), bens de consumo duráveis, bens intermediários e bens de capital- revelaram produção em alta, já descontadas as influências sazonais.
O aumento da produção de bens de capital, em particular, constituiu sinal positivo. Isso porque uma maior produção de máquinas e equipamentos é indicativa de que o investimento, depois de amargar quedas consecutivas no quarto trimestre do ano passado e no primeiro trimestre do ano corrente, pode ter reagido. Outro indício de possível reação do investimento reside na expansão do volume importado de bens de capital em abril e maio, aferido pela Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex).
Embora alentador, o resultado apurado pelo IBGE não deve ser visto como atestado de que não têm fundamento os alertas a respeito das restrições e riscos ao crescimento econômico ainda presentes. A recuperação da indústria em maio era esperada por muitos analistas de bancos e consultorias, que em média projetam para o ano um crescimento do PIB de apenas 3% -metade do crescimento que organismos internacionais estão prevendo para as economias emergentes.
Além disso, também foram divulgados ao longo da semana indicadores menos favoráveis: a Confederação Nacional da Indústria (CNI) aferiu uma queda das vendas da indústria de abril para maio, e representantes do comércio manifestaram preocupação com um aumento da inadimplência dos consumidores nas vendas a prazo.
O conjunto das evidência sugere, portanto, que o dinamismo da atividade econômica não se esgotou, mas continua baixo e sujeito a riscos.

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