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Editoriais
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Cuba sob pressão
Pressionado em várias frentes,
o governo cubano se viu obrigado,
nesta semana, a fazer concessões.
Promete libertar, até outubro, 52
presos políticos. Ainda assim, 115
pessoas continuarão detidas, por
opiniões divergentes às de Fidel e
Raúl Castro, nos porões de um regime cruel e anacrônico.
A crise econômica mundial minou as principais fontes de divisas
de Cuba. A exploração de níquel e
o turismo se viram afetados pela
queda dos preços internacionais
da commodity e por um fluxo menor de visitantes à "disneylândia
da esquerda" e suas paradisíacas
praias caribenhas.
Também a Venezuela, principal
financiador externo do regime, se
vê afetada por problemas econômicos -e reduz sua ajuda à ilha.
Impedida de comercializar com
os EUA, Cuba acumula dívidas
com a União Europeia, que condiciona apoio e aprofundamento de
relações bilaterais a avanços em
direitos humanos. Entrou em cena, por fim, o único ator político
cubano capaz de impor negociações ao regime: a Igreja Católica.
A libertação dos presos, a pressão europeia e o fortalecimento de
instâncias críticas no país são fatos a celebrar. Mas não bastam para precipitar o desenlace da longa
crise da ditadura socialista e o advento da democracia.
Pouco mudará na ilha sem que
os EUA imponham seu peso econômico ao país. Faz tempo que os
entraves comerciais a Cuba, implementados durante a Guerra
Fria, se tornaram um instrumento
para congelar a história.
O embargo passou a interessar
ao castrismo, que o usa como justificativa. Nesse sentido, liberar
viagens de americanos à ilha, como prevê projeto em análise nos
EUA, poderá representar um passo importante para a mudança.
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