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Contraste
QUATRO anos depois da gravíssima crise financeira
por que o Brasil passou
-no ciclo eleitoral que culminou
na eleição de Luiz Inácio Lula da
Silva-, o país vive uma situação
contrastante. Todos os indicadores externos da economia brasileira, que estavam deteriorados
em níveis inéditos em 2002, agora batem recordes positivos.
O risco-país -um dos parâmetros mais utilizados pelos investidores internacionais para imputar uma probabilidade de insolvência externa a uma determinada nação- está próximo
dos 200 pontos. Significa que os
títulos da dívida brasileira pagam um prêmio extra de dois
pontos percentuais em relação
aos papéis de referência do Tesouro dos Estados Unidos.
No auge da deterioração financeira ocorrida no processo eleitoral de 2002, o risco-Brasil chegou a ultrapassar os 2.400 pontos. A dívida do país era sobretaxada em 24 pontos percentuais,
algo que apenas ocorre quando
se vislumbra um calote.
O clima de tranqüilidade, quatro anos depois, está associado
sobretudo à fartura de capitais
no mundo, advinda de juros internacionais baixos e de um ciclo
excepcional de crescimento da
economia global, à forte expansão das exportações do Brasil e à
estratégia de desendividamento
externo do Tesouro Nacional.
Trata-se de um cenário estruturalmente benigno, que amplia
os horizontes das empresas e autoridades econômicas brasileiras. O excesso de dólares, porém,
também produz alguns efeitos
adversos que, se não forem geridos corretamente, inibirão a desejada aceleração da até aqui esquálida taxa de crescimento da
economia brasileira.
O alto custo fiscal da aquisição
de reservas pelo Banco Central
-dada a taxa doméstica de juros
elevada- é um dos principais
problemas que ainda precisam
de melhor equacionamento.
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