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NELSON MOTTA
Aquele um
RIO DE JANEIRO - Já que 23 dos
24 deputados da Assembléia Legislativa de Rondônia estão sendo acusados pela Polícia Federal de formação de quadrilha, não seria mais
prático tirar de lá esta solitária exceção que confirma a regra e simplesmente trocar o nome do edifício para Penitenciária Legislativa
de Rondônia? Seria mais econômico, evitaria deslocamentos, eles seriam mantidos em cativeiro, em seu
habitat natural, andando em bandos e alimentando-se de verbas públicas.
Mas o mais intrigante de tudo é
"aquele um" -o único deputado
que não entrou no esquema. Que
bizarra criatura será essa? Como e
onde vive? Ainda viverá muito se
continuar assim? Esse homem precisa ser investigado, é urgente saber
o que ele come, a água -ou outra
coisa- que bebe, analisar seu DNA,
revirar seu passado e informar à população o que o levou a ser tão diferente de seus, digamos, pares.
Que bicho o mordeu? Que chá ele
tomou? Que santo baixou nele?
Os mais cínicos devem imaginar
que "aquele um" também deve ter a
sua "bocada", só que foi mais discreto e cuidadoso ou simplesmente
teve mais sorte do que os outros.
Não acredito, esse homem deve
estar doente, deve ser isolado, pode
contaminar o ambiente político e as
instituições. Não faltam rumores
em Porto Velho de que ele teria sido
abduzido por extraterrestres e voltado com idéias estranhas, depois
de passar por uma lavagem cerebral. Pode ser, pode ser.
Quem esse homem pensa que é?
O país precisa saber. A Polícia Federal já cumpriu boa parte da sua missão, afinal, são os mesmos de sempre, só vão mudando de nome e de
partido e agora foram pilhados com
a mão na massa, logo eles, que têm
as massas na mão. Mas "aquele
um"...
O nome do homem é Neri Firigolo.
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