São Paulo, sábado, 11 de setembro de 2010

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FERNANDO RODRIGUES

Poucas surpresas

BRASíLIA - Pesquisa Datafolha realizada nos dias 8 e 9 revela que Dilma Rousseff (PT) está com 50% contra 27% de José Serra. O cenário se estabilizou. Apesar do amplo noticiário a respeito do caso da quebra de sigilos fiscais de tucanos, o eleitorado preferiu não mudar de opinião sobre os candidatos.
Embora tenha ocorrido uma paralisação do crescimento dilmista, não houve a tal "virada" serrista, como propagada pelos tucanos. Eles estão agora separados por 23 pontos. O cenário é de vitória do PT no primeiro turno.
Mas em eleição só se sabe o resultado depois de apurados os votos. O que pode ocorrer para alterar os prognósticos nas principais disputas? No plano nacional, apenas um evento de grande magnitude -portanto incerto e imprevisível. Por exemplo, a descoberta de alguém da cúpula do PT por trás da quebra de sigilos fiscais de tucanos. A direção petista rechaça essa hipótese.
Em 2006, o caso dos aloprados surgiu em 15 de setembro. Foi um dos fatores decisivos para que Lula tivesse de enfrentar um segundo turno -o qual venceu.
Sem esse fato político, dificilmente haverá alguma reversão no quadro atual. Já nos Estados mais relevantes, há dúvidas, e os resultados são menos previsíveis.
Em São Paulo, os petistas torcem por um segundo turno entre Alckmin (PSDB) e Mercadante (PT). Será uma surpresa. Em Minas Gerais, só há dois candidatos competitivos no páreo, e tudo se resolve em 3 de outubro -mas ainda não está claro quem será o vitorioso.
Por fim, há um cheiro de onda chapa-branca, bem governista, na composição futura da Câmara e do Senado. Tudo está relacionado ao desempenho da candidata de Lula na corrida pelo Planalto. A se confirmarem as pesquisas, Dilma pode emergir como uma campeã de votos e arrastar para Brasília uma tropa de congressistas aliados de tamanho inédito na atual fase de regime democrático do país.

fernando.rodrigues@grupofolha.com.br


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