São Paulo, quinta-feira, 11 de outubro de 2001

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PAINEL DO LEITOR

Roberto Campos
"Uma das mais célebres e atuais frases de Roberto Campos foi esquecida na cobertura feita pela Folha sobre a morte do economista: "Empresa privada é aquela que o governo controla. Empresa estatal é aquela que ninguém controla"." Que o diga a Petrobras e seus vazamentos sem fim."
Hermann Wecke (Flórida, EUA)

"A Folha perde, com a morte de Roberto Campos, um de seus mais brilhantes articulistas. Como amigo e admirador de seus princípios e de sua agudeza de espírito, sinto profundamente a perda de Roberto Campos, o principal ponto de apoio do pensamento liberal brasileiro. O Brasil deixa de conviver com um dos mais importantes intelectuais do século 20. Um homem que produziu argumentos talentosos e marcantes e que deixa uma história rica, que servirá de referência para o futuro de nosso país, ao qual o economista, professor, embaixador, ministro e político tanto se dedicou durante décadas. O país perde Roberto Campos, mas sua obra o manterá presente em nosso dia-a-dia como elemento norteador na busca de uma sociedade mais próspera e mais justa."
Marcos Cintra, deputado federal pelo PFL-SP (Brasília, DF)

Filosofia e religião
"Concordo que a educação religiosa deva fazer parte do currículo das escolas. Mas acho que a filosofia também deveria ser ensinada aos alunos. Parece que o nosso presidente não pensa assim, pois acaba de vetar a lei que obrigaria a haver aulas de filosofia no ensino médio, alegando que não teríamos professores capacitados para a tarefa. Pode até ser verdade, mas seria interessante se os jovens tivessem contato com a filosofia. Com certeza, aprenderiam a "pensar", a contestar e a ampliar a compreensão da realidade, e os dogmas não seriam aceitos tão facilmente."
Marcus Vinícius Campos (Santos, SP)

"Com relação à opinião do sr. João Luis Guimarães ("Escola e religião", "Painel do Leitor", 10/10), gostaria de acrescentar que, caso o ensino religioso seja adotado nas escolas, mesmo que trate de diferentes religiões e obrigatoriamente apenas do ponto de vista histórico ou informativo, o ateísmo também deve ser tratado em pé de igualdade. Não crer também é uma opção, e se queremos que os alunos exerçam seus direitos de livre exercício, devemos considerar a não-crença como um direito."
Otávio Fontanari Jr. (Belo Horizonte, MG)

"O projeto sobre a inclusão do ensino de religião nas escolas deveria tratar a questão da forma mais simples e democrática possível: ensinar a história das religiões -e ponto. Sem interpretações. Cada religião tem diversos desdobramentos riquíssimos na arquitetura, na música, na pintura, na escultura etc. História é história, e cada pessoa, à medida que amadurece, deve poder escolher livremente a sua crença pessoal -ou mesmo várias delas-, já que a essência de qualquer religião procura sempre desenvolver as qualidades positivas de todo ser humano."
Ligia Valdrighi (São Paulo, SP)

Impunidade
"Como presidente da Associação dos Advogados de São Paulo, cumprimento e parabenizo o advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira pelo brilhante artigo "Combate à impunidade ou ao direito?" ("Tendências/Debates", 9/10). As palavras de Mariz de Oliveira refletem com perfeição a opinião da AASP ao pugnarem pela defesa dos princípios maiores, que, em suma, são o alicerce do Estado democrático de Direito. Não será por meio da sanha acusatória e da condenação fácil, baseada na acusação leviana e na execração pública, que se acabará com a impunidade e se construirá uma sociedade mais justa. Esta somente será erigida com a observância irrestrita dos postulados inerentes à democracia, dentre os quais emerge o exercício do regular e amplo direito de defesa, do contraditório e do devido processo legal. Que o alerta feito por Mariz de Oliveira atinja os seus objetivos e provoque a reflexão de toda a sociedade, principalmente dos agentes envolvidos em tão tormentoso tema."
Mário de Barros Duarte Garcia (São Paulo, SP)

Brasileiros
"O presidente Fernando Henrique Cardoso, mais uma vez demagogicamente, tentou faturar em cima da atual crise entre os EUA e Osama bin Laden. Não satisfeito em divulgar as "medidas" que o seu eficiente governo iria adotar, passou a relacionar os nomes das vítimas da barbárie ocorrida em Nova York. O presidente deveria passar o resto de seu mandato recitando, alto e bom som, o nome de todos os brasileiros que morrem, todos os dias, de fome, de doenças e de outros males, vítimas da sua política medíocre."
Floro Sant'ana de Andrade Neto (Maceió, AL)

Medo
"Sou admiradora de Marilene Felinto desde que me tornei assinante da Folha e acho que, no artigo "Medo de viajar, de ser brasileiro e de ser insignificante" (Cotidiano, pág. C2, 9/10), ela simplesmente se superou. Nunca imaginei poder ler, de autoria de um jornalista brasileiro, palavras tão verdadeiras. Com uma objetividade e uma clareza fantásticas, ela conseguiu reduzir à sua expressão infelizmente real o Brasil obnubilado pela mídia chapa-branca, ofuscado pelo falso brilho da personalidade do presidente poliglota, pretensamente moderno e liberal e ensandecido pelo convívio com os poderosos do Primeiro Mundo. Sei que os patriotas de plantão se levantarão indignados com a colocação da jornalista, porém, como uma brasileira já de terceira idade, que pôde conviver com outros tempos, com outros valores, com outras prioridades e com outro tratamento como "gente", gostaria de enviar meus entusiasmados parabéns à jornalista."
Maria Stella Barros de Macedo Coda (São Paulo, SP)

FDPs
"O artigo "Fdps", novos e velhos", publicado ontem na pág. A2, é impecável síntese do sentimento de quem condena tanto as atrocidades cometidas em qualquer latitude como a truculência e o cinismo da política externa das tais superpotências. Nossa condenação é incondicional. Nossos alinhamentos não. Parabéns a Clóvis Rossi -de novo."
Carlos A. Idoeta (Santana de Parnaíba, SP)

Greve na educação
"A concessão de liminar favorável ao governo, bloqueando o pagamento de salários dos profissionais da Educação, expôs o Poder Judiciário. O ministro do STF Ilmar Galvão agiu de forma parcial. Conclui-se que o STF barganha benefícios com o Executivo em troca de liminares. Seria o famigerado auxílio-moradia um desses benefícios?"
José Ricardo Fontes Laranjeira (Botucatu, SP)


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